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TECENDO HISTÓRIAS E MEMÓRIAS SOBRE A O PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO DE CAMPO MAIOR ENTRE 1930-1945


Pauliana Maria de Jesus
Mestre em História do Brasil pela Universidade Federal do Piauí-UFPI/2016-2018. Email.paulianadejesus126@gmail.com

 

Resumo: Este artigo pretende analisar como as transformações no contexto do estado Novo influenciaram no processo de modernização da cidade de Campo Maior-PI entre o período de 1930 a 1945, buscando identificar as principais transformações na cidade através de melhorias urbanas como energia elétrica, fornecimento de água encanada, calçamento e alargamento de ruas e avenidas e construção de novas edificações urbanas. Para isso, buscou-se apoio teórico nos seguintes autores: Sevcenko (1998) e Berman (1989), a metodologia da pesquisa ocorreu através da análise de fontes como: decretos-leis, código de postura da cidade, imagens e relatos memorialísticos de alguns habitantes que vivenciaram esse período através da metodologia da história Oral.

Palavras-chave: História. Memória. Modernização. Campo Maior.



  As transformações mundiais iniciadas no final do século XIX e início do século XX provocadas pela revolução industrial e fortalecimento do capitalismo, bem como, o desenvolvimento e inovação tecnológica ocorreram no primeiro momento nos países mais desenvolvidos da Europa e se expandiram para os lugares mais longínquos da face da terra. Segundo, Nicolau Sevcenko (1998, pp. 12-13) o imperialismo Europeu, com suas armas modernas e potencial bélico não só incorporou as novas áreas territoriais as suas possessões, como também procurou “transformar o modo de vida das sociedades tradicionais, de modo a instalar-lhes os hábitos e práticas de produção e consumo conformes ao novo padrão da economia de base científico-tecnológica”
Em Campo Maior, podemos ver como esse pensamento moderno foi chegando e fazendo parte da vida das pessoas através de seus instrumentos inovadores tais como: a iluminação elétrica, o rádio, o cinema, o automóvel, a construção de estradas e ferrovias numa tentativa do poder público de integrar a economia local ao sistema capitalista nacional e internacional. Logo, as mudanças e transformações ocorridas na cidade partem de uma perspectiva mais ampla e de um contexto global, das ações dos sujeitos que a constroem e a idealizam com seus projetos que nem sempre são pensados no bem de todos, mas apenas numa parcela da população, numa forma de urbanizar, modernizar e disciplinar o espaço conforme seus interesses.
Através do relato de Marcos Vasconcelos ( 2006) é possível perceber algumas alterações que ocorreram na cidade, nascido  em Campo Maior, no dia 01 de julho de 1933, sendo que morou um bom tempo em outras cidades na busca de capacitação profissional,  estudou e trabalhou em Teresina, em seguida no Rio de Janeiro e por último, quando ingressou por concurso público no cargo de escriturário no Banco do Brasil e de lá foi transferido para Brasília e após passar um bom tempo na capital com sua família, quando retorna a passeio a sua cidade natal, em 1980, Marcos Vasconcelos percebe que a cidade de sua infância já não era mais a mesma, pois continha muitas melhorias no espaço urbano com ruas calçadas, água encanada e luz elétrica praticamente em todas as casas.

É costume meu, toda vez que vou a campo Maior, visitar a minha rua. Fiz isso recentemente, para me reciclar e voltar às origens. Continua uma rua simples, com moradores modestos, mas com energia elétrica às 24 horas por dia, totalmente calçada e com água encanada, em todas as casas. Ficou bem longe do tempo das cacimbas, feitas no leito quase seco do Rio Surubim, onde apanhávamos água para cozinhar e beber em nossa casa, acumulada em quatro grandes potes de barro com tampas de flandres. As vezes íamos apanhar água também nos poços públicos situados na beira do açude grande, puxando um jumento com cangalha e duas e duas ancoretas dependuradas (VASCONCELOS, 2006, p 23).

 A citação mostra as mudanças e melhorias que ocorreram na cidade, através do fornecimento de água encanada e energia elétrica para todos, mas ressalta-se que isso não aconteceu de uma hora para outra, as dificuldades em fornecer esses serviços urbanos básicos a todos pela prefeitura, foram muitas, uma vez que, quando esses elementos considerados símbolos do progresso e da modernidade começaram a ser implantados na cidade. De acordo com Raimundo Nonato Bitencourt Pereira(2015) Os gestores do município tinham o anseio de trazer esse símbolo da modernidade para Campo Maior, que se deu com a instalação da primeira Usina Elétrica inaugurada no dia 03 de janeiro de 1932, essa novidade foi recebida com muita empolgação pelos seus habitantes, no entanto, era movida a lenha e funcionava somente das 18:00 às 23 horas, a princípio foi instalada apenas no centro da cidade e nos principais logradouros públicos, apesar de tudo foi tomada pelo discursos dos governantes como um grande avanço em termos de melhorias urbanas ao mesmo tempo que condizia com os ideias do governo provisório de 30 que idealizava mudanças no sentido de ruptura com a república Velha e “com isso a urbe passou a partilhar de um dos sonhos da cidade moderna, pois antes a iluminação era feita por lampiões abastecidos de querosenes, instalados nos altos postes de madeira”(PEREIRA, 2015, p.73).
Para  Raimundo Nonato Bitencourt Pereira (2015) os gestores municipais enfrentaram uma série de dificuldades em relação ao fornecimento de energia elétrica na cidade, uma vez que após poucos anos de instalação da usina, já havia a necessidade de reparos e de compras de equipamentos para a instalação de uma usina maior e que atende-se as demandas da cidade como é perceptível no discurso do administrador do município que demitiu o eletricista por problemas na usina uma vez que “ inquérito que se está se procedendo nessa prefeitura já se apurou que a usina se encontra com sérias avarias por culpa do eletricista da mesma encarregado, Edésio Gonçalves das Neves” (PEREIRA, 2015). Apesar dos esforços dos gestores municipais em fornecer esse símbolo moderno para a cidade, os problemas persistiam, no dia 18 de abril de 1944, o gestor mostrava a sua satisfação em apresentar uma nova usina melhor e com instalações modernas:
A velha usina tinha apenas um motor simples e de pouca potência, além de funcionar das 18 às 24 horas a nova usina tem dois grandes possantes e complexos motores funciona das 12: as 24 horas[...] além disso a rede elétrica da cidade é mais extensa, a usina tem capacidade de amplia-la ainda mais muito mais e minha intensão é essa (PEREIRA, 2015, P.73).

 Após a inauguração da  usina Quatro de Outubro houve um incêndio acidental provocado pelo aquecimento das caldeiras devido a sua aproximação com o assoalho de madeira, causando um grande prejuízo na queima de equipamentos e destruição de grande parte do prédio em novembro de 1944 deixando a cidade às escuras o que acarretou novos gastos para a prefeitura, desse modo, eram comuns os problemas de fornecimento de energia a cidade, além disso, as primeiras instalações de energia elétrica ocorreu no centro da cidade, onde os demais bairros ficavam desprovidos desses símbolos modernos.
Outra melhoria urbana se deu com o fornecimento de água canalizada a população. De acordo com Celso Chaves, pelo projeto lei nº 350 de 14 de agosto de 1957, o prefeito Oscar Castelo Branco Filho, celebrou “um contrato com Departamento Nacional de Obras contra Seca (DNOCS) e permitiu a construção do sistema de abastecimento de água (poços, e casas de bombas, redes e ramais, reservatórios e caixas d’a água)” (CHAVES, 2014, p. 83). Com o crescimento da cidade houve uma maior preocupação do poder público em fornecer água de forma mais eficiente através da lei 776, de 7 de maio de 1970, que autorizou a prefeitura afirmar convênio com a Fundação  de Serviços de Saúde Pública (FSPSP), com “o objetivo de estabelecer condições para reger, a administrar, a operar,  e atuar na manutenção do sistema de abastecimento de água da cidade.”[1]
Quanto à iluminação pública, a prefeitura também enfrentou muitos problemas para poder fornecer esses serviços, posto que, tinha apenas uma usina chamada 04 de Outubro, a mesma recebeu esse nome, em alusão a data da “Revolução de 30” um golpe constitucional contra a República Velha produzida por Getúlio Vargas e seu grupo. Pois em 1948, a cidade encontrava-se às escuras e o prefeito apresentava um projeto solicitando autorização para aquisição de um grupo motor gerador para iluminar as praças Bona Primo e Rui Barbosa porque não tinha recursos disponíveis para suprir as necessidades de iluminação pública de toda a cidade, mas apenas as residências do centro municipal, até porque, essas praças eram os pontos mais movimentados do espaço citadino como mostra a justificativa da câmara municipal que autorizava a prefeitura na compra de um grupo gerador.

Todos sabemos que as praças “Bona Primo” e “Rui Barbosa” são os centros de maior movimentação da cidade e que, como tal, carecem de ser iluminados, seja para prevenir possíveis infratores de leis, seja para proporcionar ao nosso povo, um melhor conforto eis que são também o seu ponto recreativo. Além disso, ocorre a circunstância de, entre um outro dos locais previstos, ficar situada a nossa Igreja Matriz, aonde as práticas religiosas constantes fazem afluir toda nossa gente, carecem, pois serem iluminadas; e pela marcha demorada dos atos públicos, sabemos que não é possível, antes de seis meses, estarem adquiridas as máquinas que devam compor a nova usina elétrica da cidade. E antes disso precisamos do grupo indicado, especialmente se as festa de Natal, ano novo e outras que se aproximam, o estão a exigir ( CAMPO MAIOR, 1948)[2]

Verifica-se a preocupação do poder público municipal em estabelecer o fornecimento de energia elétrica nas principais praças de Campo Maior que se constituíam como espaços de lazer e passeio para sociedade campo-maiorense, portanto era necessário trazer mais conforto as pessoas que iam a praça nos finais de semana para passear, namorar, ou assistir bandas musicais que tocavam no coreto da praça. Mas também, se percebe a precariedade do fornecimento da energia elétrica na cidade que ficava restrita às duas praças localizadas em torno da igreja matriz de Santo Antônio e algumas residências de famílias argentárias da região. Sobre o fornecimento de energia elétrica, considerado como um dos símbolos da modernidade pode-se afirmar que a população mais carente só usufruía dessas luzes da cidade quando ia passear na praça, pois os bairros ficavam fora desse benefício e em muitas casas usava-se o lampião e a lamparina. Conforme dona Maria dos Remédios Sousa Santos[3] até meados da década de 50, não havia iluminação em sua residência, muito, menos no seu bairro (Parque Estrela) como depreende-se na sua fala:
 Não tinha luz, não tinha água, não tinha geladeira, não tinha fogão, era cozinhando na lenha na época [...] era na lamparina mesmo, todo tempo, a gente comprava querosene, nesse tempo vendiam nas latas[...] era a maioria das pessoas, nesse tempo, não tinha negócio de riqueza não (SANTOS, 2017).

 Nos bairros, de um modo geral não eram servidos por luz elétrica e abastecimento de água encanada, principalmente no bairro em que ela morava, que lá pelas décadas de 1940 e 1950 era praticamente uma extensão da rural, composta por vacarias e fazendas.
Percebe-se que a luz não chegava a todos, principalmente aos bairros, pois a cidade de Campo Maior foi crescendo em torno do perímetro urbano da igreja, onde havia um aglomerado de casas de famílias de classe social mais elevada, dos aristocratas locais, herdeiros de grandes faixas de terras e de fazendas de gado da região. Desse modo, a Praça Rui Barbosa, localizada por trás da Igreja de Santo Antônio foi um dos espaços que mais recebeu atenção do poder público municipal, por ser considerado um lugar de muita movimentação nos finais de semana, o lugar de encontro dos casais de namorados e para aqueles que tinham a pretensão de arrumar um amor ou apenas flertar alguém. No relato a seguir Marcos Vasconcelos faz um quadro dessa praça na década de 40 através de suas recordações:
Era uma praça pequena, mais tinha a honra de ser a principal atração da cidade (qual a cidade do interior que não tem sua praça principal?) Mas ou menos encravada em 1.6000 m2, era toda arborizada, com figueiras, carnaubeiras, jatobás, acácias, etc. Possuía um coreto para as retretas, vários bancos para namorar, inclusive alguns caramanchões de bambu, jardins cuidados, dois grandes tanques com água (um de cada lado do coreto) para água as plantas. Toda cimentada do lado de fora. Ali no sentido viravam os homens do outro as mulheres, cruzando olhares e iniciando grandes namoros. Do lado de dentro, na terra batida, era o mesmo movimento, frequentada por aqueles que queriam mais privacidade. A noite toda iluminada, com banda de música do coreto, a retreta ia até 21 horas, quando a debandada era geral, pois moça que se prezava não ficava na praça após a retreta. Até o “curical” sumia assim eram chamadas algumas daquelas que circulavam na parte interna da praça (VASCONCELOS, 2006, p. 73).

 A Praça Rui Barbosa era um lugar importante e bastante movimentado, por isso, foi um dos primeiros espaços urbanos a receber maior atenção do poder público municipal, sempre procurando deixar mais arborizada, limpa e iluminada aos olhos dos visitantes e cidadãos campo-maiorense, além do mais, era lá que ocorriam as festas sociais durante os festejos do Glorioso Santo Antônio, padroeiro da cidade, após a missa as pessoas iam as barracas nas quais se vendia comidas típicas, bebidas, no mesmo espaço também havia os leilões, jogos, e atrações musicais durantes as treze noites dos festejos.
Também havia uma amplificadora, instalada por Davi Melo, filho adotivo de Antônio Andrade, que fazia anúncios comerciais em um dos cantos da praça. Ali ao redor da praça concentravam-se lojas, bares, comércios e pensões.  Vasconcelos constrói uma cartografia dos lugares associando as vendas aos seus respectivos donos através de suas recordações como; a pensão da Dona Lima, o Bar do Farias com seus salões de sinuca, o Bar Eldorado (Do Décio Bastos), a agência de ônibus Zezé Paz.
Nessa praça também ocorriam os comícios os quais sempre terminavam em confusões e brigas. Também, em suas proximidades ficava o cinema do Zacarias Godim Lins, (Cine Nazaré) que escolheu esse nome em homenagem a esposa Dona Zazinha, era o único da cidade.  Logo, sendo considerado um dos símbolos da modernidade, em seus primórdios fascinava e estimulava a imaginação, bem como influenciou muito nos costumes, na adesão de novos hábitos, principalmente pela juventude, uma vez que, os artistas com seu visual, seu jeito e hábitos tornam-se uma espécie de modelos e muitos de seus aspectos influenciam seus telespectadores. Não rendia muito lucro para os arrendatários, pois era propriedade da prefeitura.
É perceptível a intenção do poder público municipal da época em oferecer esses serviços à comunidade, mesmo sem muita vantagem financeira, uma vez que, pelo projeto lei Nº 37 do dia 10 de outubro de 1948, de autoria do vereador Erasmo Leite que propunha a concessão de forma gratuita a estrutura do prédio Cine Teatro para a exploração de empresa cinematográfica que desejasse atuar nessa atividade [4].
Mas essa praça deixará de ser destacada a partir da demolição e construção da nova igreja de Santo Antônio, derrubada em 1944, através da iniciativa de Monsenhor Mateus Cortês Rufino e pela ajuda de populares e famílias ricas da cidade, a partir de então os festejos que ocorriam por trás da igreja foram transferidos para a Praça Bona primo e para proximidades da igreja do Rosário. Antes, a Praça Bona Primo era apenas um grande largo, cheia de arvores, com um antigo cata-vento, era o local preferido para armação de circos que visitavam a cidade, pois o largo era grande e espaçoso. Com a construção da nova matriz, a praça foi projetada para dar destaque a nova igreja, “foi toda, calçada, arborizada, feericamente iluminada, servindo de local para os grandes eventos campo-maiorenses como: os festejos de Santo Antônio, festa de São Pedro, festa de São João, comícios e outras datas comemorativas, agora sem os circos que foram armados em outro local”. (VASCONCELOS, 2006, p. 103).


                 Foto 06: Praça Bona primo arborizada

                        Fonte: autor desconhecido

 Na Praça Bona Primo também funcionava o Campo Maior Clube, fundado em 1950 em substituição ao Satélite Clube criado em 1941 pelos funcionários do Banco do Brasil. Todas essas iniciativas foram provocadas pela sociedade, mas recebeu uma atenção especial do poder público, essas ações se tornaram como novas práticas que acompanhava as transformações sociais no contexto nacional e mundial. A cidade apesar de ser pequena estava adequando-se as mudanças e transformações que acompanhavam o ritmo da modernidade, principalmente, nos hábitos relativos ao lazer, as festas de carnaval e aos bailes dançantes e a forma de consumo dos símbolos e instrumentos modernos da época como subtende-se a seguir:

Recordo-me, com saudades, das tertúlias nas manhãs de domingo, no Campo Maior Clube, ao som da radiola, dos bailes, com orquestra local, composta do Zumba, do Trombone de válvulas, do Durval, no Trombone de vara, do Fernando, na bateria e de muitos outros. Nas grandes festas contratavam até banda de fora. Relembro das minhas namoradinhas de adolescente, quando ainda dançava juntinho e de rosto colado. Que saudades dos corsos na rua, dos blocos de fantasia nos bailes de carnaval, época em que se usava o lança-perfume [...] outro local descente de divertimento era o Centro Operário Campo-maiorense, fundado pela classe operária. Com instalações amplas, um bom salão para festas, esse clube exigia, dos seus sócios e convidados muito respeito e observância das regras [...] ( VASCONCELOS, 2006, p.104).

  Além desses clubes oficias havia as festas, as tertúlias e bailes promovidos pelas próprias famílias. A própria população intervinha na busca de promover divertimento na cidade. Mas com o passar do tempo essas formas de sociabilidades foram declinando, e a praça deixou de ser o principal ponto de lazer da sociedade campo-maiorense, para ser apenas um lugar vazio, ou de passagem, também deixou de ser um lugar de encontro para os casais de namorados, e para conversas de amigos. O Campo Maior Clube, atualmente com algumas reformas funciona a câmara municipal, o clube dos operários, se transformou num estabelecimento de ensino. Assim a cidade vai se transformando em razão das necessidades e imposição do poder público:

Ser moderno é encontrar-se em um ambiente que promete aventura, poder, alegria, crescimento, autotransformação e transformação das coisas em redor- mas ao mesmo tempo ameaça destruir tudo o que temos, tudo o que sabemos, tudo o que somos (BERMAN, 1989, p. 15)

Portanto, cidade e memória se entrelaçam, as transformações nos espaços vão ocorrendo de forma imposta pela atuação do poder público municipal, e pelo interesse social de alguns mais privilegiados economicamente, ou mesmo pela mudança dos costumes de forma que a cidade do passado se torna uma realidade, vivida e cheia de sentimentos que hoje só existe como fragmentos da memória que tem a capacidade de evocar essa cidade, dos sonhos, da lembrança e da afetividade daqueles que  nasceram, cresceram nesse lugar e acompanharam seu desenvolvimento.

Referências

BERMAN, Marshall. Tudo o que é sólido desmancha no ar: aventura na modernidade. São Paulo: Schwarcz Ltda, 1989.

CAMPO MAIOR, projeto Lei nº 28, de 09 de setembro de 1948, que autoriza o prefeito adquirir grupo motor gerador para iluminar as praças Bona Primo e Rui Barbosa e abre crédito especial de (Cr.Ֆ 25.000.00) para atender a autorização. Campo Maior, 09 de setembro1948.

CAMPO MAIOR. Projeto lei nº 37, de 10 de outubro de 1948. Que trata sobre os termos de concessão gratuita do prédio Cine Teatro. Câmara Municipal. 10 de outubro de 1948.

CAMPO MAIOR, Lei nº 776, de 7 de maio de 1970. Que dispõe sobre o abastecimento d’água. Campo Maior, 07 de maio de 1970.

CHAVES, Celson Gonçalves. Rua Santo Antônio. 2 ed. Campo Maior-PI: EDUFPI, 2014.

PEREIRA, Raimundo N. Bitencourt. Modernização urbana de Campo Maior (1930-1937). 2015. 157 f. Dissertação de Mestrado- Programa de Pós-Graduação em História- PPGH, Universidade de Campina Grande, Paraíba, 2015.

SANTOS, Maria Dos Remédios Sousa. Entrevista concedida a Pauliana Maria de Jesus. Campo Maior, 03 de novembro de 2017.

SEVCENKO, Nicolau. Orfeu extático na metrópole: São Paulo, sociedade e cultura nos frementes anos 20. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

VASCONCELOS, Marcos. Raízes de pedra. Fortaleza: Editora Livro Técnico Premius, 2006.




[1] CAMPO MAIOR, Lei nº 776 de 7 de maio de 1970. Que dispõe sobre o abastecimento d’água em Campo Maior.
[2] CAMPO MAIOR, projeto Lei nº 28 de 09 de setembro de 1948, que autoriza o prefeito adquirir grupo motor gerador para iluminar as praças Bona Primo e Rui Barbosa e abre crédito especial de (Cr.Ֆ 25.000.00) para atender a autorização.
[3] SANTOS, Maria do Remédios Sousa. Entrevista concedida a Pauliana Maria de Jesus. Campo Maior, 05 de novembro de 2017.
[4] CAMPO MAIOR. Projeto lei nº 37 de 10 de outubro de 1948. Que trata sobre os termos de concessão gratuita do prédio Cine Teatro. Câmara Municipal.

Comentários

  1. Com este processo levado pela revolução industrial, de modernização, pesando na facilitação da vida do ser humano, e no estilo de evolução das cidade europeias. que muitas das cidade brasileiras ia pegar os modelos europeus para suas modernização de sua cidade e como visto nos escrito que não foi muito diferente em Campo Maior, nesta buscar por melhoria do lugar de vivencia em buscar no modelo europeu sua modernidade. Nesta relação da memória com a modernização da cidade servindo como um lugar, de revivimento das relação afetiva com o seu local de nascimento das pessoas que continuara e das pessoas que deixaram sua terra natal, partindo da memória que os mesmo tem do seu local de convívio.
    assinado: Josiel Luis Franco de Andrade Carvalho.

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    1. Boa tarde, prezado Josiel obrigada pela leitura do meu trabalho e pela observação, é interessante ressaltar que não só as transformações mundiais possibilitaram a inserção de Campo Maior nesse processo de modernização, como também, isso foi possível pelas mudanças no contexto nacional, o golpe do estado novo e política de modernização de Getúlio Vargas também foram fatores para inserção de Campo Maior nessa prática de transformações urbanas com ideais modernos, além disso, percebemos como isso foi afetando a população da cidade que vislumbravam essas novidades modernas, mas que iam chegando aos poucos, de forma lenta, e geralmente excluíam alguns sujeitos, sobretudo a população mais carente, pois esses benefícios primeiro chegavam ao centro da cidade e depois as zonas periféricas, mas de qualquer forma, a população compartilhava do viver urbano moderno nos momentos de socialização nas praças e outros logradouros públicos.

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  2. Boa noite.
    Um ponto pertinente que a autora coloca logo no inicio do artigo é que as transformações mundiais no que tange a esfera da sociedade se deram inicialmente no século XIX e que a partir do século XX elas adquiriram uma maior dimensão provocadas revolução industrial e o capitalismo em um estágio mais avançado, e com as inovações tecnológicas antes restritas aos países mais desenvolvidos desse período, se difundiram para os lugares mais longínquos da face da terra chegando até mesmo no bloco de países vistos como periféricos. Diante dessa conjuntura a autora aponta Nicolau Sevcenko enfatizando que o imperialismo contribui decisivamente para esse processo ao transformar o modo de vida das sociedades tradicionais, de modo a instalar-lhes os hábitos e práticas de produção e consumo conformes ao novo padrão da economia de base científico-tecnológica, trazendo assim uma radical transmutação no cotidiano social das pessoas e se inserindo a lógica da modernidade ou pós modernidade nos espaços sociais.
    Francielcio Silva da Costa. Universidade Estadual do Piauí-UESPI.

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    1. Obrigada Francielcio pelas observações! é verdade, na minha dissertação de mestrado é possível ver esses fatores de forma mais completa, por que este artigo resume um pouco do que trabalhei na dissertação. Abraços!
      Atenciosamente, Pauliana Maria de Jesus. UESPi-UFPI

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  3. Bem dinâmico o texto, bem como a sensibilidade da autora ao relatar os sujeitos populares, suas sociabilidades e participação no espaço citadino
    Diego Silva Lima-UFPI
    032.728.663-61

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  4. Boa noite Paulina, em primeiro lugar gostaria de parabenizá-la pelo trabalho, confesso que me abriu novos horizontes acerca do processo de modernização dos municípios e principalmente em relação ao que os moradores sentem em relação a isto. Seu trabalho trás riquíssimo detalhes da metodologia de pesquisa "História oral", é esta a metodologia mesmo?
    Renata Aparecida da Silva

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    1. Boa tarde, Renata obrigada pela leitura do trabalho, sim apesar de ter analisado outras fontes a metodologia da História Oral abriu a oportunidade de trabalhar com entrevistas com oito pessoas , antigos moradores e trabalhadores de Campo Maior que vivenciaram as mudanças urbanas provocadas pelo poder público.

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  5. Boa tarde, parabéns pelo trabalho é muito bom ver que campo maior está sendo trabalhado no campo acadêmico. Luiz Samuel Sousa Oliveira

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  6. Boa noite, Professora Pauliana. Gostaria de parabenizá-la por este trabalho sobre o processo de modernização da cidade de Campo Maior. Gostei muito do recorte temporal correspondente à época do Estado Novo, pois foi um período de transformações muito significativas, com a inserção de iluminação elétrica e outras inovações que já eram utilizadas nas grandes cidades. As entrevista foram excelentes, pois nos trouxe os relatos de quem acompanhou as transformações e muito nos ensinou sobre o cotidiano e os recursos da época. Isabela Thamirys Silva Amaral ( UESPI)

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