Maykon Albuquerque Lacerda
Graduando em Licenciatura Plena em História
pelo Centro de Estudos Superiores de Caxias da Universidade Estadual do
Maranhão-CESC/UEMA.
Resumo:
O presente artigo busca
compreender o processo de formação do Estado Absolutista, legitimado pelas
monarquias europeias no decorrer do livro O
príncipe, escrito em 1513, de autoria do italiano Nicolau Maquiavel. Essa
compreensão se faz a partir do pensamento político maquiaveliano à época, ou
seja, teoria que defendia os mecanismos de manutenção e concentração de poder
nas mãos do governante, fortalecendo o Estado e seu aparato militar. A análise
proposta irá discutir a construção de alguns conceitos, como: Estado, Monarquia
e Absolutismo visando entender a conjuntura do início do século XVI na Europa,
sobretudo, na península itálica. O cerne teórico de Maquiavel é que um governo
é sempre determinado pela realidade dos fatos, e o ato político do governante
pela imposição dessa verdade.
Palavras-chave: Estado Absolutista. Maquiaveliano. Poder.
Introdução
No
início do século XIV no continente europeu, período de transição entre o
medievo para a modernidade, consolida-se de forma árdua o processo de
unificação política e territorial, que resultou na origem dos Estados
Nacionais.
Entre os séculos XII e XVII o Estado
monárquico centralizado se impõe praticamente em toda a Europa. Tendo em vista,
algumas características, como: delimitação de fronteiras territoriais, emissão
de moeda, constituição de um exército, unificação de leis e medidas, e o
monopólio da justiça.
A
própria compreensão da primeira forma de governo do Estado Nacional, que é a
monarquia, será primordial para o surgimento de territórios políticos referente
ao poder absoluto do soberano, posto um favorecimento aos interesses da nobreza
e burguesia em legitimação de poder de intervenção concedida à autoridade
monárquica.
Dentre
os principais teóricos do poder absoluto, tem-se o italiano Nicolau Maquiavel
que numa conjuntura de guerras civis e violências religiosas, elabora seu
celebre livro intitulado “O príncipe”.
Dessa forma, para Maquiavel, o soberano (Príncipe) era fonte de todo poder e
autoridade em seu território, desvinculado da ética cristã e normas morais
existentes, sobretudo, diante da preservação, ampliação e o fortalecimento do
Estado e seu aparato militar, cuja obrigação era do próprio governante.
Gênese e ascensão do Absolutismo
A ascensão do absolutismo europeu foi fruto de
disputas políticas constantes entre os diversos reinos cristãos espalhados pelo
continente, em especial, na península itálica. Porém, alguns conceitos
construídos na modernidade são essenciais para uma análise de conjuntura
europeia, como: Estado, Monarquia e Absolutismo.
Etimologicamente,
a denominação Estado vem do latim “status” = está firme, conceituada como
situação permanente de convivência ligado à sociedade política. O termo Estado
aparece de forma preexistente na obra O
Príncipe, quando Maquiavel diz:
Todos os estados que existem e já
existiram são e foram sempre repúblicas ou principados. Os principados ou são
hereditários, quando por muitos anos os governantes pertencem à mesma linhagem,
ou foram fundados recentemente. (MAQUIAVEL, 2007, p.15)
Assim,
o termo Estado passou a ser utilizado pelos italianos, sempre referente a uma
cidade-independente. Adiante, franceses, nórdicos e ingleses adotam a expressão
no decorrer dos séculos XVI e XVII e, até o século XVIII, os espanhóis aplicam
o termo para trata-se de propriedades rurais privadas.
Diante
do aspecto histórico, o Estado é tido em constante evolução, pois ao contexto
da época, e até na atualidade, o Estado tem que possuir um território, língua,
leis, forças militares e moeda própria.
Enquanto, a Monarquia é tida como uma forma de
governo hereditário, onde se deve ter uma relação de convívio entre o monarca e
seus súditos, por exemplo, à época tinham-se as monarquias hereditárias
europeias (reinos cristãos), como: Inglaterra, França, Espanha, Portugal, entre
outros.
Visto um Estado monárquico consolidado por um
governante hereditário, surge-se uma necessidade de legitimação de interesse
por parte da camada burguesa e nobre que concede poderes ilimitados a uma única
pessoa, o “Príncipe” (Soberano). Deste modo, em relação ao emprego do termo
Absolutismo, Squiere (1997, p.02) considera que:
[...] de um
ponto de vista descritivo, podemos partir da definição de absolutismo como
aquela forma de governo, em que o detentor de poder exerce esse último sem
dependência ou controle de outros poderes superiores ou inferiores.
Assim,
essa forma de governo mencionada será defendida teoricamente diante da
instabilidade política na Europa, e como uma resolução de problemas internos e
externos tidos pelos reis europeus cristãos.
Absolutismo,
contudo, não é sinônimo de tirania ou despotismo. Pois, de fato o monarca
estava sempre sujeito à tradições e valores morais previamente existentes,
conforme o historiador inglês Anderson (1987, p.48-49): “nenhuma monarquia
ocidental gozara jamais de poder absoluto sobre seus súditos, no sentido de um
despotismo sem entraves”.
Apesar
de Maquiavel propor sua teoria política concernente ao poder absoluto e sua
concentração nas mãos do soberano, ele afirmava que as normas morais e
religiosas que regiam o comportamento humano, criavam certos obstáculos ao bom
governo do Estado, e que essas normas não valiam para o príncipe. Sobretudo,
conservar o poder era um dever político que não podia ser limitado por nenhum
empecilho de ordem moral ou cristão.
Isso
faz com que o próprio italiano Maquiavel diferenciasse dos pensadores da época,
atrelados às explicações divinas para justificar o poder político, pois a
teoria do Direito Divino não era comungada pelo italiano, pois o pensamento
maquiaveliano desvincula qualquer laço entre religião e política, embora na
prática o governante esteja atrelado a sua ética cristã.
O
rei absolutista é oriundo de uma espécie de equilíbrios de força entre a
nobreza (decadente) e a burguesia (em ascensão), além de certo amparo da
igreja, levando seu Estado absolutista ao ápice político entre os séculos XVI e
XVIII. Dentre os Estados modernos, tem-se: França, Inglaterra, Espanha e
Portugal. Cabe ressaltar, que no processo de centralização de poder político da
Idade Moderna, são ausentes desse processo, Itália e Alemanha, que só se
unificaram no século XIX.
A conjuntura italiana
A
península itálica no início do século XVI passou por um momento de
instabilidade e disputa entre suas cidades-independentes, além, da temeridade à
ameaças externas. Sobretudo, havia se uma resistência por parte do papado nas
inúmeras tentativas de unificação territorial da península.
Dessa forma, tinha-se uma
ausência de um poder ascendente, o que contribuiu para as manobras políticas da
Igreja Católica. Assim, era enorme a influência e predomínio do poder temporal
do papa, por exemplo, Alexandre VI, perante os potentados italianos. Logo,
Maquiavel (2007, p. 65) afirma que: “Hoje, o Estado eclesiástico é temido pelo
rei da França, que foi por ele expulso da Itália- como também pôde arruinar os
venezianos”.
Ou
seja, percebe-se a diminuição de poder por parte da cristandade católica em
todo o território italiano, apesar de barreiras impostas pelos senhores feudais
dos distintos reinos cristãos à época, além, das constantes invasões estrangeiras
na península, uma vez que:
Antes
de Carlos, rei da França, entrar na Itália, este país era governado pelo papa,
pelos venezianos, pelo rei de Nápoles, pelo duque de Milão e, pelos
florentinos. Suas preocupações principais não podiam deixar de ser as
seguintes: em primeiro lugar, evitar que qualquer estrangeiro invadisse a
Itália com seu exército; em segundo, impedir que os governantes existentes
estendessem seu domínio. O papa e os venezianos precisavam ser vigiados com
cuidados especiais. (MAQUIAVEL, 2007, p.65)
O
próprio autor Maquiavel afirma que a Itália estava à mercê de invasores, por
não ter se consolidado enquanto um Estado forte, centralizado, cujo poder
político estivesse nas mãos de um monarca, que não agisse conforme seus ditos
princípios morais e éticos cristãos.
Nesse
contexto, a Renascença atinge seu apogeu, fomentando culturalmente as cidades
italianas, além do desenvolvimento urbano-industrial, do comércio, ascensão
burguesa etc. Enquanto, no aspecto político, consolidavam-se diversas teorias
nos centros urbanos, responsáveis pelos conflitos internos em busca de uma
hegemonia itálica. Pois,
[...] nenhum dos cinco principais Estados da
península- Milão, Florença, Veneza, Roma e Nápoles- tinha poder suficiente para
vencer os outros, ou mesmo por absolver os numerosos principados e cidades
menores. (ANDERSON, 2004, p.161)
A teoria política maquiaveliana, nasce a
partir da experiência histórica dos senhorios italianos, assim:
A acurada inteligência de
Maquiavel estava consciente da distância que existia entre os Estados
dinásticos da Espanha ou da França e as tiranias provinciais da Itália,
[...]Aqueles Estados cuja vida política mantém-se incorrupta não permitem que
os seus cidadãos sejam fidalgos ou vivam à moda dos fidalgos (...). (ANDERSON,
2004, p.163)
O
historiador inglês Perry Anderson faz uma crítica sucinta ao jogo de interesses
dos fidalgos, considerados tiranos em seus domínios (possessões), além, de desfrutarem
de uma vida de prestígios, regalias e distinção social na nobreza feudal. Tendo
em vista, que independentemente do regime político dominante à época (Tirania,
República, Monarquia etc.), sempre existiria um forte círculo íntimo de poder.
Dessa forma:
Um governo bem-sucedido
sempre podia suprimir as liberdades tradicionais, conquanto deixasse intata a
propriedade e a família de seus súditos; se tanto, deveria promover os seus
empreendimentos econômicos, desde que isso contribuísse para o seu próprio
proveito. (ANDERSON, 2004, p.164)
Cabe ressaltar, que ao
escrever “O Príncipe”, Maquiavel
desejava ver uma Itália poderosa e unificada, e que esse Estado unificado fosse
conduzido por um monarca de pulso firme, determinado e legitimado, que
defendesse seu povo sem medir esforços.
Logo,
Maquiavel dizia que o governante não podia hesitar ou agir conforme a situação,
mesmo que diante da crueldade ou da trapaça, se o que estivesse em jogo fosse o
bem do povo. Por isso, afirma que: “foram tais circunstâncias, portanto, que
deram a esses homens a grande oportunidade; e suas próprias e elevadas
qualidades fizeram que a aproveitassem, trazendo honra e fidelidade à pátria”.
(MAQUIAVEL, 2007, p.37)
Ou seja, cada circunstância uma política
adequada, que deve conciliar com o seu social, que acolhe os opostos,
enraizados na temporalidade, e enfrentando os limites construídos pelos anseios
do homem. É o que diz Winter (2006, p.121):
E na verdade efetiva das
coisas que o príncipe deve pautar a sua ação política. A ação do príncipe deve ser sempre movida pela
realidade dos fatos e não pelo “como deveria ser”. E a necessidade que deve
reger a ação política do príncipe.
Assim, diz Maquiavel, é preciso que, para manter-se no poder, um príncipe
aprenda a ser mau, e que da maldade se servir ou não de acordo com a
necessidade.
Portanto,
se o governante estiver agindo em prol da coletividade, estará aceitável toda
forma de crueldade ou maldade de sua parte. Utilizando-se de alguns recursos: o
uso da força coercitiva do Estado, a violência, a guerra, as traições, enfim, o
príncipe sempre deverá se impor perante as necessidades à frente, visando o bem
comum.
O Estado e seu aparato
militar
Conforme, o viés
maquiaveliano a consequência de um Estado está nas suas forças militares.
Assim, por exemplo, o exército é o responsável pela defesa da soberania
territorial frente às ameaças externas, e a manutenção da ordem interna, além,
da própria segurança do príncipe, que dependerá da estabilidade do povo,
evitando uma possível revolta contra o poder vigente. Aliás, o soberano nunca
deve espera o apoio da maioria da população, mesmo que esse povo seja o mais
honesto, e em maioria do que os governantes.
No que se refere à avaliação do aparato
militar do Estado, Maquiavel (2007, p.79) diz que:
Os príncipes nunca devem
permitir, portanto, que seus pensamentos se afastem dos exercícios bélicos;
exercícios que devem praticar na paz mais ainda que na guerra, de duas formas:
pela ação física e pelo o estudo [...]. Quanto à ação física, além de manterem
seus homens bem disciplinados e exercitados, devem sempre praticar a caça, que
habitua o corpo às agruras. A caça ensina a natureza das regiões, a posição das
montanhas, a abertura dos vales, a extensão das planícies; a compreender a
natureza dos rios e dos pântanos, o que requer muita atenção[...].
Dessa forma, é essencial que o príncipe tenha
apoio armado, fortalecendo seu poderio bélico, além, de estudo geográfico,
histórico e cultural, para se conhecer melhor seu domínio territorial, e
visando obter informações precisas da realidade social dos seus súditos. Pois,
diversas ações eram adotadas pelos príncipes como a construção de fortalezas,
permanecendo numa defensiva prévia.
A própria manutenção do principado é destacada
pela importância do vestir e da fortuna, pois, o reconhecimento dos súditos
diante das práticas do soberano, se torna um fator de durabilidade desse
Estado, aceitando a autoridade legítima do príncipe, uma vez que, o mesmo
deverá saber conduzir seu povo com astúcia, cautela, e sagacidade. Portanto:
São esses os métodos que
deve seguir um príncipe prudente, nunca permanecendo ocioso em tempo de paz,
mas, ao contrário, capitalizando experiência, de modo que qualquer mudança da
sorte o encontre sempre preparado para resistir aos golpes da adversidade,
impondo-se a ela.
(MAQUIAVEL, 2007, p.81)
Entretanto,
o povo sente-se uma necessidade de proteção, que pode ser concedida pelo monarca
absolutista, em livra-lhes da opressão dos grandes, ou seja, aqueles que estão
em prol de seus interesses pessoais.
Acima
de tudo, o equilíbrio do Estado deve ser mantido diante dos desejos distintos
dos sujeitos sociais e políticos, pois a estabilidade estatal causa dissensões em
meio social, provocando uma instabilidade política. Logo, “o bem ou o mal é o
bom caminho” (WINTER, 2006, p.10). E isso é reiterado, quando:
(...) O verdadeiro príncipe
é aquele que sabe tomar o poder e que para isso, jamais deve aliar-se aos
grandes, pois eles são seres rivais e querem o poder para si, mas deve aliar-se
ao povo que espera do governante a imposição de limites ao desejo de opressão e
mando dos grandes. A política não é lógica racional de justiça e da ética, mas
a lógica da força transformada em lógica do poder e da lei. (CHAUÍ, 2000,
p.203)
Isto
significa que a unidade política é de suma importância para a existência do
Estado, apesar de nunca pressupor término de conflito social. Pelo contrário, o
Estado só se mantém perante a lacuna de confrontos opostos, o que reduz à
unidade, à aceitação, além, de toma-lo enquanto inseguro e enfraquecido.
Considerações finais
Em um viés mais interpretativo e tendencioso à época,
pode considerar-se que Maquiavel defendia a Monarquia Absolutista. Sobretudo, a
concepção de Absolutismo, enquanto teoria política, e que seu tratado só foi de
conhecimento de todos, posterior a sua morte, embora, algumas pessoas não o
veja enquanto um absolutista moderno.
A obra maquiaveliana perante alguns leitores é
tida, como um manual ou guia de um novo pensamento moderno, fruto da conjuntura
europeia, em especial, da península itálica no início do século XVI,
considerando o florescimento da renascença cultural, ascensão burguesa,
expansão ultramarina e outros acontecimentos notórios.
O próprio sucesso do Príncipe não dependerá de
sorte, e sim das suas ações circunstanciais, determinado pela interpretação da
realidade, logo, é o único instrumento disponível ao momento para o governante
agir. Assim: “E este o novo que Maquiavel traz com tanta intensidade e que
envolve este confronto com a sorte. É o humano que se manifesta e se sobrepõe
ao determinismo. É uma redefinição do poder e da força que o fundamenta[...]”
(FERREIRA, 2006, p.185).
O
êxito do governante é exclusivo da sua virtú, ou seja, a capacidade humana de
controle e antecipação aos efeitos da fortuna. Pois, não é fácil a manutenção
da conquista territorial, que praticamente ocorre à força com um auxílio
militar, que sustente o poderio do governo, e consequentemente, a constituição
de um Estado forte, centralizado em um monarca que tem o apoio popular, e
mantendo em última instancia a estabilidade política e social, voltada para a
consolidação do poder do soberano.
Referências
ANDERSON, Perry. Linhagens do Estado absolutista. Tradução João Roberto Martins
Filho. 3ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2004, p. 48-49, p. 161, p. 163, p.164.
CHAUÍ, Marilena. Filosofia. São Paulo: Ática, 2000, p. 203.
FERREIRA, João Vicente Hadich. A política em
Maquiavel. In_____________. Filosofia:
Ensino Médio. Curitiba: Seed-Pr, 2006, p. 185.
MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Tradução
Pietro Nassetti. 11ª ed. São Paulo: Martin Clarete, 2007, p.15, p.65, p.37,
p.79, p. 81.
SQUIERE, P. Estado Moderno. In: BOBBIO, N.;
MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G.
Dicionário de Política.
Brasília: UNB, 1997, p.02.
WINTER, Lairton Moacir. A concepção de Estado
e de poder político em Maquiavel. Revista Tempo de Ciência,
Toledo-PR, v.13, n.25, p.117-128, 1° semestre. 2006, p.121, p. 10.
Muito legal!👏🏻👏🏻👏🏻
ResponderExcluirMuito obrigado!
ExcluirAtt, Maykon Albuquerque Lacerda - UEMA / Campus Caxias-MA
Gostaria de parabenizar o autor Maykon Albuquerque pelo trabalho apresentado. A clássica obra "O Príncipe" de Maquiavel é uma referência para o estudo da ciência política, contribuindo com a história, a literatura e as ciências sociais, o direito, entre outras. Foi importante trazer a conjuntura italiana para nos aproximar da vida e da obra de Maquiavel, uma vez que a obra é um espelho de seu tempo. A Península Itálica teve o seu processo de unificação tardia, o que não prejudicou como vimos, o fortalecimento das cidades-estados. "O príncipe" trata sobre os diferentes tipos de Estado e indica ao governante como se deve atuar, ainda que tenha que lançar mão da crueldade, guerras, traições, e outros infortúnios. Alguns críticos podem interpretar como um manual, e sua escrita serviria também para instruir a população sobre os governantes pelos quais ela poderá ser governada, fazendo com que o estudo desta obra viabilize o conhecimento necessário para identificar formas de manipulação e autoritarismo. Atenciosamente, Isabela Thamirys Silva Amaral.
ResponderExcluirBoa tarde I
ExcluirPrimeiramente, agradeço-a pela colaboração critico-reflexiva, visto que é imprescindível para se compreender à atual conjuntura política brasileira.
Muito obrigado , Isabela Amaral.
Cordialmente,
Maykon Albuquerque Lacerda- UEMA / Campus Caxias-MA
Boa tarde.
ResponderExcluirQuero primeiramente enfatizar que o presente artigo é interessante pois, faz referencia a obra o príncipe de Nicolau Maquiavel, mais especificamente ao pensamento político maquiaveliano à época , ou seja, a teoria que defendia os mecanismos de manutenção e concentração de poder nas mãos do governante, fortalecendo o Estado e seu aparato militar. E fazendo com isso uma reflexão coesa em que um governo é sempre determinado pela realidade dos fatos, e o ato político do governante pela imposição dessa verdade.
Francielcio Silva da Costa. Universidade Estadual do Piauí-UESPI.
Boa tarde.
ResponderExcluirEstou com uma dúvida. Para escrever a sua teoria Nicolau Maquiavel se pautou em que fundamento ou experiencia ?
Francielcio Silva da Costa. Universidade Estadual do Piauí-UESPI.
Boa tarde!
ExcluirOlá, Francielcio Costa. Ambos os aspectos, visto que para Maquiavel era indissociável a teoria da prática, pois foi a partir da observação da política de seu tempo, e da comparação desta com a da Antiguidade , que ele formula seu pensamento, sobretudo, em acreditar na imutabilidade da natureza humana.
Cabe ressaltar, que ele utiliza-se do método indutivo, e do empirismo para elaborar sua escrita, enquanto conselhos práticos.
Cordialmente,
Maykon Albuquerque Lacerda- UEMA / Campus Caxias-MA
Boa tarde.
ResponderExcluirNicolau maquiável fazia parte da aristocracia italiana ?
Francielcio Silva da Costa. Universidade Estadual do Piauí-UESPI.
Boa tarde!
ExcluirFrancielcio , sim . Em especial, porque suas célebres obras eram dedicadas às famílias de posses e titúlos à época( dedicatória ) . Posto que, Maquiavel era de uma família abastarda , falida. Depois, tornou-se funcionário público , um burocrata estatal em prol de ascensão social. É claro, sempre disposto a atender à aristocracia italiana , até que ingressa no círculo desejável.
Espero ter-lhe respondido .
Maykon Albuquerque Lacerda- UEMA / Campus Caxias-MA
Boa noite.
ResponderExcluirUm aspecto a ser pensado também neste debate é que a obra o príncipe de Maquiavel surge em um contexto político, da Península Itálica conturbado, marcado por uma constante instabilidade, uma vez que eram muitas as disputas políticas pelo controle e manutenção dos domínios territoriais das cidades e estados, ou seja, nesta conjuntura a Itália se encontrava fragmentada em vários reinos ou condados.
Francielcio Silva da Costa. Universidade Estadual do Piauí-UESPI.
Boa noite.
ResponderExcluirPor que Maquiavel ficou conhecido pelo adjetivo maquiavélico?
Francielcio Silva da Costa. Universidade Estadual do Piauí-UESPI.
Boa noite !
ExcluirPelo fato do autor retratar uma visão tida enquanto negativa/ pejorativa, em agir de forma inescrupulosa, de ma-fé , desconsiderando a moral cristã que até então permeia a vida do individuo . Obs. .: Apesar de que Maquiavel não era maquiavélico, literalmente.
Espero ter-lhe respondido .
Maykon Albuquerque Lacerda- UEMA / Campus Caxias-MA
Primeiramente gostaria de parabenizar o autor Maykon Albuquerque pelo artigo bem elaborado e instrutivo. Considero muito interessante a forma como Maquiavel abordou as relações de poder e principalmente a forma como ele separa a igreja do Estado em seu discurso. Ele aborda de forma bem delimitada a necessidade de o príncipe manter a estabilidade em seu governo e quais medidas ele pode usar para tal. O contexto histórico em que foi escrita a obra O Príncipe de Maquiavel foi muito bem abordado pelo autor do artigo.
ResponderExcluirNildo Doval Moutim.
Boa noite !
ExcluirMuito obrigado Nildo Doval. Em especial, pela colaboração somatória .
Maykon Albuquerque Lacerda- UEMA / Campus Caxias-MA
Parabéns pelo trabalho, eu estava procurando um trabalho que abordasse essa temática para ler, e fiquei feliz pelo resultado.
ResponderExcluirEu tenho uma dúvida, hoje ainda existe fragmentos dessa influência da teoria absolutista na nossa sociedade ainda que seja pequena? O poder de governar dado por Deus por exemplo que muitos governos usam seria um desses exemplos?
Desde já agradeço e parabéns mais uma vez.
Jhonnata Luiz Machado Silva
Faculdade Integrada Brasil Amazônia - FIBRA
Bom dia !
ExcluirJhonnata Machado, ainda perdura resquícios do Absolutismo na prática de governantes arbitrários e autoritários , aversos ao diálogo e a participação coletiva . No plano teórico, a Divisão dos Três Poderes ( Executivo, Legislativo e Judiciário) foi gestado, sobretudo, para limitar o poder de governantes, e posteriormente consolidado, no dito Estado Democrático de Direito, à exemplo, o Brasil.
No que se refere a segunda pergunta, sim!
Em relação à teoria do Direito Divino, vigente na Idade Média, tornou-se obsoleta, na afirmação de que os governantes eram os escolhidos por Deus. Enquanto, na Idade Moderna, com a ideia de laicização do Estado, defendida por Maquiavel , foi imprescindível a separação de Estado e Igreja/ Política e Religião , respectivamente.
Espero ter-lhe respondido.
Cordialmente,
Maykon Albuquerque Lacerda - UEMA / Campus Caxias -MA
Maykon Albuquerque, primeiramente parabéns pela belíssima pesquisa.
ResponderExcluira partir do seu estudo e pesquisa, para os dias de hoje o que se vê na obra "O príncipe" , que venha refletir a política brasileira ou mesmo as ações na atualidade?
Bom dia !
ExcluirOlá, Cássio Coelho!
Pertinente pergunta . A principio, Maquiavel defendia teoricamente em sua obra à total separação entre Estado e Igreja; Política e Religião , respectivamente.
Em relação ao atual cenário político , alguns representantes usam o discurso cristão de cunho moralista, religioso e conservador, em prol de atender aos interesses pessoais e distintos do coletivo, uma vez que o Brasil é um pais de maioria cristã , e isso reflete nos resultados eleitorais, bem como no quadro de governantes.
Um alinhamento combatido por Maquiavel, que via a moral cristã como empecilho para a atuação do Governante Absolutista, principalmente, em acreditar na imutabilidade da natureza humana.
Espero ter-lhe respondido.
Cordialmente,
Maykon Albuquerque Lacerda - UEMA / Campus Caxias -MA
Olá, Maykon Albuquerque Lacerda. Muito obrigado pela contribuição ao nosso GT.
ResponderExcluirSeu trabalho possui um fôlego conceitual muito interessante, visto que a discussão e compreensão de conceitos relacionados à política torna-se necessária principalmente no contexto atual.
"O Príncipe", assim como "O Leviatã", de Thomas Hobbes, contribuem para as profundas discussões referentes à afirmação de um governante perante seus governados, bem como o desenvolvimento do conceito de estado no decorrer da história.
Reitero a qualidade do trabalho apresentado. Parabéns e sucesso na sua trajetória acadêmica.
Prof. Esp. Julio Cesar Alves Pereira Nunes (PPGHB-UFPI)
Boa tarde!
ExcluirMuito obrigado, pela colaboração somatória e positiva. Eu quem agradeço pela oportunidade a mim concedida, sobretudo, no que se refere ao fomento da produção acadêmica historiográfica .
Desde já, grato prof. Esp. Julio Nunes .
Cordialmente,
Maykon Albuquerque Lacerda- UEMA / Campus Caxias-MA
Como indicação bibliográfica: As Fundações do Pensamento Político Moderno (Quentin Skinner)
ResponderExcluirProf. Esp. Julio Cesar Alves Pereira Nunes (PPGHB-UFPI)
Primeiramente, parabéns pelo trabalho e sua contribuição acerca da importância para a existência do Estado e os conflitos sociais. Pode-se inclusive, fazer um paralelo com o contexto político atual.
ResponderExcluirVanessa Cristina da Silva Sampaio - Universidade Federal do Amazonas - UFAM
Boa noite !
ExcluirMuito obrigado, Vanessa Sampaio!
Verídico sua colaboração, o conturbado contexto politico brasileiro na contemporaneidade alinhado à existência e atuação do Estado, enquanto ente regulamentador da sociedade civil organizada, entre outras contribuições.
Att,
Maykon Albuquerque Lacerda - UEMA/ Campus Caxias - MA
Gosto muito dessa obra em face da quantidade de comparações se podem fazer para entender tanto o absolutismo quanto aspectos da política moderna.
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho.
Amanda Vieira de Sousa
SME/ Nazarezinho - Licenciatura Plena em Geografia (UFCG)
Boa noite !
ExcluirMuito obrigado!
Att,
Maykon Albuquerque Lacerda - UEMA/ Campus Caxias - MA