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JÔNATAS BATISTA E SUA MISSÃO CULTURAL


Ronyere Ferreira
(Doutorando em História na Universidade Federal do Piauí)

                                           
Resumo: Esse trabalho apresenta a trajetória de Jônatas Batista como um intelectual comprometido com o desenvolvimento social e cultural de Teresina. A partir de fontes hemerográficas, destacamos sua militância no teatro, na literatura e seu ressentimento em relação aos conterrâneos.

Palavras-chave: Jônatas Batista. Teresina. Primeiras décadas do século XX.


De escrita simples e espontânea, Jônatas Batista recorria à pena movido pelo amor a literatura e pelo anseio de interferir em seu tempo e em seu espaço, negando-se ao comodismo e dedicando-se às letras de tal forma que se tornou o primeiro grande vulto da dramaturgia piauiense, sem prejuízos aos demais gêneros literários.
Jônatas nasceu no povoado Natal, atualmente Monsenhor Gil, em 18 de abril de 1885, sendo o primogênito do matrimônio firmado entre o professor de primeiras letras e tenente-coronel João José Batista e Rosa de Jericó Caldas. Sua mãe era filha de David Caldas, político e jornalista ativo e militante no Piauí durante o segundo reinado, atuação esta que em muito influenciou a trajetória intelectual do neto.
Ainda jovem, mudou-se com a família para Teresina, onde estudou em escolas particulares e posteriormente no Liceu Piauiense, instituição que foi fundamental para sua inserção futura no mundo das letras. No Liceu, Jônatas entrou em contato com docentes que concomitantemente eram intelectuais consagrados no meio literário, além de inserir-se em círculos de amizades que juntos formariam uma geração de escritores influente e criativa.
Contudo, com a morte de seu pai, em 1903, teve que pôr fins aos estudos, voltando-se desde os dezoito anos para o trabalho, com o intuito de prover a família que era composta por sua mãe e nove irmãos, entre eles Zito Batista, que se tornou um intelectual respeitado em Teresina, mudando-se em 1913 para o Rio de Janeiro, onde ocupou cargos públicos sem expressividade e se impôs em meio às rodas intelectuais da capital republicana.
Em Teresina, Jônatas ocupou cargos públicos de pouca notabilidade e de ordenados tímidos, acarretando-lhe incontáveis problemas financeiros ao longo de sua estadia. Na cidade ocupou o cargo de Oficial do Registro Civil e em 1905 já era escrivão da Mesa de Rendas de Teresina, emprego que perdurou pelo menos até 1920. Ainda no início de sua carreira administrativa no Piauí, buscou maior estabilidade social por meio de concurso público prestado em 1906 na Delegacia Fiscal do Piauí para o “preenchimento dos lugares de fazenda, de primeira entrância”, classificando-se em segundo lugar, segundo consta no Diário Oficial da União (SR DELEGADO fiscal do Piauí, 9 nov. 1906, p. 6011). Deste concurso é possível que tenha sido chamado em meados da década de 1920 (QUEIROZ, 2006, p. 97).
Passados os primeiros apertos da vida prática e anos iniciais como provedor familiar, casou-se com Durcila Cunha, oriunda de família tradicional de intelectuais, detentora de dotes artísticos e frequentadora das sociabilidades elegantes em Teresina. Do matrimônio, logo nasceu sua primogênita, Dilnah Batista, como informou o jornal O Apóstolo ao enviar felicitações em 24 de novembro de 1907 (O LAR do nosso distinto amigo [...], 24 nov. 1907, p. 3), e mais sete filhos: João Higino, Jônatas Batista Filho, Dusa Eleonora, Jofre, Jufiente, João Virgílio e Maria Rosa.
Durcila era filha de Higino Cunha, bacharel em direito, literato de renome e um dos republicanos históricos que ao lado de Clodoaldo Freitas formava a dupla de mestres admirados por Jônatas Batista e sua geração durante os anos iniciais do século XX. Jônatas Batista e Higino Cunha mantiveram-se próximos durante décadas, frequentando os mesmos ambientes e firmando diversas parcerias em iniciativas intelectuais.
A proximidade familiar e literária com Higino Cunha de certo auxiliou na inserção de Jônatas Batista no meio cultural teresinense, iniciada ainda nos primeiros anos do século XX, quando divulgava poemas em pequenos jornais pelo menos desde 1905. Um ano depois lançava seu primeiro livro de poemas, Sincelos, obra que alimentou durante meses a sede por polêmica da crítica e público piauienses. Seus versos voltariam ao prelo em 1934, quando residia em São Paulo, para comporem Alma sem rumo, livro que foi recebido com simpatia e como prova de sua maturidade enquanto poeta. Em um jornal carioca lê-se:

O Sr. Jônatas Batista – abençoado seja pela coragem – tem sonetos soberbos em Alma sem rumo... Fazer sonetos hoje em dia – dizem os que querem ser poetas – é sintoma inequívoco de passadismo; fazê-los, porém – dirá o poeta de Alma sem Rumo – é para quem pode e quem sabe. E nós, daqui, batendo palmas [...] não nos furtamos ao prazer de declarar que os seus versos magníficos hão de ficar, como ficaram os de Zito Batista, seu irmão pelo sangue e pelo espírito. (LIVROS Novos, 23 fev. 1935, p. 17)

Durante sua trajetória social em Teresina teve intensa participação na imprensa, redigindo alguns jornais, entre eles: O Operário, voltado principalmente para as classes trabalhadoras; Alvorada, revista literária; O Escrínio e Chapada do Corisco, voltados para o público feminino; e O Nordeste, jornal literário e noticioso.  Ainda colaborou com diversos gêneros literários em periódicos da capital, interior e de outros estados: Borboleta, Diário do Piauí, Cidade de Teresina, Correio do Piauí, O Apóstolo, Alto Longá, O Monitor, O Artista, O Arrebol, Cidade Verde, Litericultura, Revista da Academia Piauiense de Letras, Belém Nova (PA), Vida Doméstica (PA), O Jornal (MA), Folha do Acre (AC) e A Reforma (AC).
Sua vigorosa produção literária, associada à tradição familiar e desenvoltura na construção de laços sociais com intelectuais do período, contribuiu para que composse o grupo fundador da Academia Piauiense de Letras em 1917, juntamente com literatos consagrados e amigos de sua geração originada do Liceu: Higino Cunha, Clodoaldo Freitas, Lucídio Freitas, Edson Cunha, Antônio Chaves, Baurélio Mangabeira, Celso Pinheiro, Fenelon Castelo Branco e João Pinheiro. Na instituição, ocupou a cadeira de número 7, cujo patrono é seu avô, David Caldas; foi segundo secretário, proferiu palestras e publicou diversos escritos em sua revista, mesmo quando residia fora do Piauí.
Paralelamente à grande atuação na imprensa, participou ativamente da vida teatral teresinense, estreia que se deu em 1905 com a peça Os dois renegados. Desde então teria sido o amador de maior expressão das primeiras décadas do século XX (TITO FILHO, 1975, p. 130), integrando companhias dramáticas e escrevendo diversas peças, entre elas o drama histórico Jovita ou a heroína de 1865, a comédia Astúcia de Mulher, as revistas de costumes Teresina de Improviso, O Bicho, Frutos e Frutas, Cidade Feliz e Coronel Pagante, e as operetas Mariazinha e Alegria de Viver. Sobre sua produção como dramaturgo, Higino Cunha destacou que entre os literatos voltados para o gênero, somente Jônatas seria merecedor de alusão:

Além de algumas tentativas malogradas de Licurgo de Paiva e de um drama religioso sobre O Natal do Dr. Luiz Correia, somente as obras de Jônatas Batista merecem figurar nesta resenha histórica. O seu drama Jovita, ou a heroína de 1865, as suas revistas de costumes, principalmente O Bicho, os seus monólogos e cançonetas, tão aplaudidos pelo nosso público, já tiveram repercussão lá fora, onde não contamos nenhum teatrólogo, e lhe facilitaram ingresso na Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, da qual é sócio, o único piauiense que mereceu tamanha honra, até hoje. (CUNHA, 1922, p. 4)

Desde quando debutou no meio cultural teresinense, demonstrou intenso ativismo e inúmeras iniciativas, exerceu todas as funções possíveis no teatro, foi um dos fundadores do efêmero Externato David Caldas, presidente de um clube de cunho militar, organizou festas para crianças pobres, proferiu palestras e denunciou várias vezes o pessimismo com que suas ações eram recebidas. Jônatas mostrou-se desiludido com seu meio, com os seus, com o que acreditava ser insensibilidade em relação ao seu trabalho, achando-se desvalorizado por diversas vezes. Segundo Teresinha Queiroz, “Seu permanente exílio emocional anda ao passo de uma infatigável luta por fazer as coisas culturais acontecerem em Teresina, cidade que ele amava com o mesmo ardor com que nela se aborrecia, se entediava e se irritava”. (QUEIROZ, 2006, p. 97)
Depois de décadas duelando contra o meio, mudou-se para o Pará, possivelmente após ser chamado para ocupar uma vaga do concurso realizado em 1906. Ao ir embora, abandonou o “exílio emocional” em que vivia, fruto de diversos insucessos, partindo a um exílio geográfico, povoado por recordações e mágoas, como nos permite perceber seu poema “Minha Terra”, publicado em 1927 na Revista da Academia Piauiense de Letras. Neste poema, destaca que apesar da saudade, não desejava rever Teresina, demonstrando por meio dos versos a convicção de não ter sido devidamente reconhecido:

[...] Quero viver de ti sempre afastado,
Vivendo a minha vida de exilado,
Modesto e pobre, sem valor nem brilho

Que estranhos gozem o teu melhor carinho...
- Vivo, de longe, a meditar, sozinho,
Na ventura sem par de ser teu filho. (BATISTA, 1928, p. 97)

Com assinatura datada de 11 de agosto de 1927, quando se encontrava na cidade de Altamira, os versos revelam sua sensação de expatriação por estar distante de sua terra, assim como ressentimentos em relação aos teresinenses, que eram acusados de acolherem afetuosamente estrangeiros sem vínculos e obras pelo desenvolvimento da cidade, ao passo que não reconheciam devidamente os seus.
No Pará, foi Promotor Público, Secretário da Intendência e Advogado-rábula em Altamira (QUEIROZ, 2006, p. 97). Em 1930 já se encontrava instalado em Belém e ocupando a vaga de terceiro escriturário da Delegacia Fiscal (DECRETOS Assinados, 6 mar. 1930, p. 2). Jônatas voltou a prestar concurso em 1932, sendo aprovado em primeiro lugar, segundo nos informa o jornal carioca Correio da Manhã:
O Diretor geral do Tesouro resolve aprovar o concurso para o provimento de lugares de 2° entrância realizado na Delegacia Fiscal do Pará, sendo mantida a seguinte classificação, feita pela mesa examinadora: 1° lugar, Jônatas Batista; 2° lugar, Raimundo Berthoido da Silva; 3° lugar, Newton Vieira de Melo [...] (CONCURSO de 2° entrância na Fazenda, 27 ago. 1932, p. 5; MINISTÉRIO da Fazenda, 27 ago. 1932, p. 5).

Após rápida carreira administrativa no Pará, transferiu-se para São Paulo, onde foi acolhido pelos intelectuais, fez amizades e abandonou o que chamava de indiferença política, disputando uma vaga para Deputado Estadual nas eleições de 1934, com candidatura avulsa, sem coligação partidária, angariando no único pleito que concorreu por volta de 2.900 votos.[1]
Em São Paulo, Jônatas Batista parece ter encontrado sua direção pessoal, sua paz de espírito, publicou o livro de poemas Alma sem rumo, com influência existencialista, continuou escrevendo e colaborando em diversos periódicos. Na Revista da Semana, do Rio de Janeiro, publicou o conto “Santo Antônio foi buscar chuva”, retratando as dores de Antônio Basílio, flagelado da seca no Nordeste, que mesmo diante de extrema privação, resolve ficar com sua esposa e seu filho pequeno, até que reconhece a condenação familiar:

Antônio Basílio compreendia agora o seu grande erro, não acompanhando os outros, tanto que o compadre Zé Miguel o chamara, insistindo para que se fossem, por esse mundão, para qualquer parte em que a terra não fosse tão ingrata... Não se luta, assim, impunemente, contra os desígnios de Deus. (BATISTA, 1934, p. 33)

Antônio Basílio buscara na fé as forças para ficar, contudo, presencia a morte de seu cavalo, o fim da beleza da esposa e o definhamento do filho, que ao ver agonizar pelas últimas vezes faz com que se volte ajoelhado para Santo Antônio, clamando pela vida de seu descendente, inutilmente. Revolta-se perante a falta de amparo divino, amarra a imagem do santo em um foguete e manda-o para longe, para buscar chuva.
Esse conto de Jônatas pode ser lido como retrato de sua desilusão com a vida material e com as crenças católicas. Neste momento, já se considerava um homem redimido, “voltando-se para a admiração e quiçá aceitação das verdades do espiritismo, como foi possível perceber nos originais de seu manuscrito inédito Maria” (QUEIROZ, 2006, p. 97). A manifestação de outros rumos espirituais por meio de Antônio Basílio fez-se poucos meses antes de sua morte, que ocorreu em 15 de abril de 1935.
Por meio de notícia detalhada do Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro, nota-se que na capital paulista o intelectual encontrara reconhecimento intelectual, amigos, admiradores e estabilidade social:

[...] Faleceu ontem, na capital paulista [...] o escritor e poeta Jônatas Batista, alto funcionário, ali, da Recebedoria de Rendas Federal.
O Extinto, que contava 50 anos, descendia de tradicional família de intelectuais do Norte do país, tendo exercido o jornalismo profissional por muitos anos.
Como em São Paulo, como nesta capital, contava largos círculos de amigos e admiradores, motivo por que a notícia do seu falecimento causou geral consternação, principalmente nos meios intelectuais. (FALECIMENTOS, 16 abr. 1935, p. 12.

Ao noticiar a morte, a revista feminina Vida Doméstica (PA) publicou o que noticiava ser o último soneto de Jônatas, escrito poucos dias antes de falecer, lembrando o cansaço dos quase ciquenta anos e já saldando a calmaria da velhice:

Velhos, ó meus irmãos, eis-me chegado
Ao vosso solitário acampamento...
Venho de longe, um tanto fatigado,
E peço e imploro o vosso acolhimento.

Agrada-me ficar ao vosso lado,
Na paz e quietação desse convento,
Onde se evocam sonhos do passado,
Nesse doce e feliz recolhimento... [...] (BATISTA, 1935)

Com sua extinção em São Paulo, ocorrida em sua residência, localizada na Rua Pelotas, número 36, passou a habitar a memória de seus compatrícios, povoando uma seleta lista de intelectuais piauienses falecidos, fecundos na produção literária. Em Teresina, ficou a lembrança de um homem alegre e de muitos planos (GAUTHIER, 25 maio 1918, p. 25), a preferência pelos pobres em seus escritos e seu aborrecimento pelo avançar capenga do cotidiano em que vivia. (PAC, abr. 1917, p. 2.)
Por meio de texto de Celso Pinheiro, publicado em 1943, chega-nos, possivelmente, um dos relatos mais autênticos de como Jônatas Batista residiu na memória dos que com ele conviveram. Ao traçar paralelo em relação à Zito Batista, Celso Pinheiro retrata-o como um homem inconstante, triunfador e inquieto:

Acontece, porém, que Zito é tímido, modesto, desconfiado. Jônatas, ao invés, ousado, comunicativo e bulhento. Zito é a sinceridade e a justeza. Jônatas, a volubilidade e a inquietude. Gosta de festas e de farras, busca os dias alegres, cheios de sol. Zito não seria capaz de vencer na vida. Jônatas é um triunfador que ama as dificuldades. A figura de Zito enternece, a de Jônatas fascina... (PINHEIRO, dez. 1943, p. 160)

Jônatas Batista passou pela vida sendo capaz de ser amado pelos intelectuais e de confundir-se em meio ao povo. Atualmente ocupa tímido lugar na memória dos teresinenses, emprestando seu nome a uma rua que, na correria do século XXI e por não interligar regiões, é pouco notada. Porém, findando sua existência, deixou espalhada em jornais de vários estados uma vasta produção escrita e rastros de sua trajetória cultural dinâmica.

Referências

BATISTA, Jônatas. Aos velhos. Vida Doméstica, Belém, n. 206, maio 1935.

BATISTA, Jônatas. Minha Terra. Revista da Academia Piauiense de Letras, Teresina, ano 11, n. 13, 1928, p. 74.

BATISTA, Jônatas. Santo Antônio foi buscar chuva. Revista da Semana, Rio de Janeiro, ano 35, n. 51, 1 dez. 1934, p. 33.

BOLETIM Federal. Diário Oficial do Estado de São Paulo. São Paulo, ano 44, n. 223, 11 out. 1934, p. 13;

COLIGAÇÃO dos independentes. Diário Oficial do Estado de São Paulo. São Paulo, ano 44, n. 252, 18 nov. 1934, p. 26.

COLIGAÇÃO dos Independentes. Diário Oficial do Estado de São Paulo. São Paulo, ano 44, n. 267, 7 dez. 1934, p. 21.

CONCURSO de 2° entrância na Fazenda. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, ano 32, n. 11.570, 27 ago. 1932, p. 5.

CUNHA, Higino. O teatro em Teresina. Teresina: Tipografia do Correio do Piauí, 1922.

DECRETOS Assinados. Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, ano 55, n. 54, 6 mar. 1930, p. 2.

FALECIMENTOS. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, ano 45, n. 90. 16 abr. 1935, p. 12.

GAUTHIER, J. Croquis literários. Chapada do Corisco, Teresina, ano 1, n. 2, 25 maio 1918, p. 25.

LIVROS Novos. Revista da Semana, Rio de Janeiro, ano 36, n. 11, 23 fev. 1935, p. 17.

MINISTÉRIO da Fazenda. O Jornal, Rio de Janeiro, ano 14, n. 4.239, 27 ago. 1932, p. 5.

O LAR do nosso distinto amigo [...]. O Apóstolo, Teresina, ano 1, n. 28, 24 nov. 1907, p. 3.


PAC. Confidências. Alto Longá, Alto Longá, ano 1, n. 1. abr. 1917, p. 2.

PINHEIRO, Celso. Zito Batista. Revista da Academia Piauiense de Letras, Teresina, ano 26, n. 20, dez. 1943, p. 160.

QUADRO geral das apurações do pleito de 14 de outubro. Correio Paulistano. São Paulo, ano 81, n. 24.134, 25 out. 1934, p. 2. 

QUEIROZ, Teresinha. Jônatas Batista e a paixão pelo teatro. In: _______. Do singular ao plural. Recife: Edições Bagaços, 2006.

SR DELEGADO fiscal do Piauí. Diário Oficial dos Estados Unidos do Brasil, Rio de Janeiro, ano 45, n. 259, 9 nov. 1906, p. 6011.

TITO FILHO, A. Praça Aquidabã, sem número. Rio de Janeiro: Artenova, 1975. p. 130.


[1] Sobre a candidatura de Jônatas, conferir: BOLETIM Federal, 11 out. 1934, p. 13; COLIGAÇÃO dos independentes, 18 nov. 1934, p. 26; COLIGAÇÃO dos Independentes, 7 dez. 1934, p. 21; QUADRO geral das apurações do pleito de 14 de outubro, 25 out. 1934, p. 2. 

Comentários

  1. Lucas David Lima Araújo31 de julho de 2019 às 11:53

    A atuação de Jônatas Batista como escritor, intelectual e homem público foi marcada pelo desejo de intervir, de modificar as realidades sociais em que esteve inserido. Sendo assim, gostaria de saber se possível quais foram os colegas e companheiros de iniciativas culturais, que contribuíram de alguma maneira para sua inserção intelectual e social em Teresina?

    Lucas David Lima Araújo

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  2. Prezado Lucas, tudo bem?
    Jônatas Batista foi amplamente atuante e influente, especialmente em Teresina, onde estabeleceu relações sociais com diversos grupos sociais, os quais contribuíram em alguma medida para seu reconhecimento enquanto um homem de letras.
    Vale ressaltar que ele esteve sempre próximo de intelectuais renomados na cidade, entre eles Clodoaldo Freitas e Higino Cunha, republicanos históricos que desde as últimas décadas do século XIX militaram na imprensa. A proximidade de Jônatas com Higino Cunha, a quem chamava de "mestre", esteve ainda marcado por um laço familiar, pois em 1906 Jônatas Batista se casou com Durcila Cunha, filha de Higino.
    Jônatas Batista ainda integrou desde o início do século um grupo de intelectuais promissores e militantes, juntamente com outros que se impuseram na imprensa e na literatura piauiense, a exemplo de Celso Pinheiro, Zito Batista, Edison Cunha, Antônio Chaves, entre outros. Esse bom trânsito possibilitou que integrasse o grupo dos 10 fundadores da Academia Piauiense de Letras, uma das principais instituições culturais da primeira metade do século XX.
    Caso tenha interesse, publiquei um artigo sobre as relações entre Jônatas Batista (e seu grupo de amigos/intelectuais) e a política republicana:
    https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/intellectus/article/view/31658/22840

    Ronyere Ferreira - UFPI

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  3. É notável a contribuição de Jônatas Batista na cultura e na literatura de Teresina. Conhecer a sua biografia é uma forma interessante para que todos tenham aproximação dessa riqueza intelectual. Cristiana Brandão de Oliveira

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  4. João Raimundo dos Santos2 de agosto de 2019 às 06:56

    Pelo visto, depois que saiu do Piauí sentindo-se desvalorizado pela gente local, Jônatas Batista, sentiu-se também "expropriado" e nunca mais voltou a Teresina? Morreu no exílio?

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  5. João Raimundo dos Santos2 de agosto de 2019 às 07:36

    Jônatas Batista merece ser lembrado e imitado naquilo que genuinamente fazia com insistência e crença: escrever o que acreditava. Ele deixou um legado que o credencia como patrimônio piauiense. Quando se sentiu desvalorizado não viu motivo para esmorecer e deixar de acreditar e lutar pelos seus ideais. Não teve medo de ousar e enfrentar novos caminhos. A vida muitas vezes revela a face dolorosa da ingratidão, no que aflora o sentimento racional como ação de defesa. Mas no coração do poeta sempre tem espaço para exalar a mais pura emoção.

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