O USO DO FILME NAS AULAS DE HISTÓRIA PARA OS ALUNOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS A PARTIR DA OBRA DE CIRCE BITTENCOURT “ENSINO DE HISTÓRIA: FUNDAMENTOS E MÉTODOS”
Antonia
Stephanie Silva Moreira
Acadêmica do curso de História pela Universidade Estadual
do Maranhão (Campus Caxias)
Resumo: O presente
ensaio busca evidenciar como os filmes vêm sendo utilizados nas salas de aula
de Educação de Jovens e Adultos, e de que modo se faz o manuseio dessas
produções cinematográficas. Lecionar em turmas com jovens e adultos requer do
professor uma dinâmica flexível e por esse motivo é que os filmes se apresentam
como uma ferramenta didática para o processo de ensino-aprendizagem. A partir
de diferentes referenciais teóricos, em especial o livro da historiadora Circe
Bittencourt, pretende-se estabelecer uma sucinta e relevante contribuição ao
trabalho docente de professores de EJA nas escolas do município de Caxias-MA.
Palavras-chave: EJA. Filmes.
Ensino-aprendizagem.
Introdução
O objeto de pesquisa
que será retratado neste ensaio é fruto de dois anos de pesquisa, ainda em fase
de execução, sobre o uso dos filmes em sala de aula na Educação de Jovens e
Adultos-EJA nas escolas Inácio Passarinho e César Marques ambas situadas no
município de Caxias. A obra historiográfica
utilizada é o livro Ensino de História:
fundamentos e métodos de autoria de Circe Bittencourt, formada em História
e doutora em História Social e atualmente desenvolve pesquisas com relação ao
ensino e aprendizagem em História.
A obra é considerada uma referência aos estudos de ensino de História,
sendo assim os objetivos principais do livro se referem a propiciar aos
professores dos diferentes níveis de ensino, reflexões sobre a finalidade de
estudar História e o seu papel nas gerações atuais. E a partir disso é que no
presente ensaio nos ocuparemos especificamente da Educação de Jovens e Adultos
(EJA) e como os professores estão utilizando os filmes como recurso que visa
potencializar o processo de ensino-aprendizagem.
A Educação de Jovens e
Adultos é uma modalidade de ensino criada pelo governo federal que tenta
possibilitar a pessoas que não conseguiram ingressar dentro da faixa etária
ideal, a possibilidade de adentrar o ensino regular. São em geral, pessoas mais
velhas, que já trabalham no período diurno e que enfrentam uma outra jornada de
estudo no período noturno para tentar compensar esses momentos anteriores de
ensino e adquirir uma formação além da educação básica. É importante perceber
as estruturas básicas que permeiam esse ensino e que muitas vezes não alcançam
os resultados esperados.
E desse modo, o
aprendizado para ser plenamente alcançado necessita, muitas vezes, sair da
rotina do dia-a-dia escolar. Assim, deve-se partir do pressuposto de que os
alunos precisam entrar em contato com as diversas formas para aquisição de
conhecimentos importantes para formação de uma visão crítica da realidade. O
cinema desta maneira, surge como alternativa de potencializar o processo de
ensino aprendizagem dos jovens e adultos.
Mas como os professores
estão utilizando esse recurso dentro da sala de aula? E ainda, como os alunos
correspondem a esse recurso didático ministrado pelos docentes? Essas são
algumas das perguntas norteadoras do trabalho em questão. Desse modo, busca-se
compreender se há a utilização e como os professores estão fazendo uso de
filmes em turmas de jovens e adultos nas escolas César Marques e Inácio
Passarinho, ou seja, um dos objetivos da pesquisa é realizar mapeamento das
práticas educacionais dos professores de História nas turmas de EJA e quais são
os desafios e possibilidades encontradas pelos docentes.
Fundamentação
O cinema foi criado em
1895 e através dele são veiculadas informações, ideologias pertencentes a uma
época específica ou simplesmente porque almejam algum objetivo dentro da
sociedade. O cinema não era aceito no âmbito escolar até que a Escola dos
Annales provocou uma mudança nos paradigmas impostos até então. No livro A Revolução Francesa da historiografia: a
Escola dos Annales 1929-1989, Peter Burke já aponta para a ampliação do
estudo sobre o campo historiográfico:
Da minha perspectiva,
a mais importante contribuição do grupo dos Annales, incluindo-se as
três gerações, foi expandir o campo da história por diversas áreas. O grupo
ampliou o território da história, abrangendo áreas inesperadas do comportamento
humano e a grupos sociais negligenciados pelos historiadores tradicionais. (BURKE, 1991)
Sendo assim, depois que a Escola Nova trouxe
uma renovação para a História, o cinema se torna um meio muito enriquecedor de
ensino e que vale ser admitido no bojo escolar. No Brasil, o cinema demorou a
ser incorporado aos Parâmetros Curriculares Nacionais-PCN’s sendo admitido
apenas em 1998, porém as escolas da época ainda não estavam preparadas para
incluir o cinema como ferramenta pedagógica fazendo com que ele ficasse mais um
tempo fora da realidade das escolas brasileiras.
“Mas, conforme evidencia Favaretto
(2004), é a partir da efervescência nas décadas de 1920 e 1930 que o cinema evidencia seu caráter educativo. ”
(TAVARES, 2014). Graças ao avanço das tecnologias, o
cinema enfim passa a ser usado dentro das salas de aulas e ao longo do tempo
vem contribuindo para o aprendizado dos alunos.
Nos últimos dez anos
tem-se observado uma gama de propostas que visam proporcionar um ensino de
História mais eficiente para a geração do mundo tecnológico em que estamos
inseridos todos os dias e nesse sentido se adequar “[...] Com seus ritmos
diversos de apreensão do presente e seu intenso consumismo, o qual desenvolve,
no público escolar, expectativas utilitárias muito acentuadas”. (BITTENCOURT, 2008) É de suma
importância para o trabalho docente nas turmas de EJA.
“A familiaridade e o convívio com a variedade de informações da televisão
têm feito os professores utilizarem-se delas como parte integrante dos
conteúdos escolares. (BITTENCOURT, 2008). Além de ser uma ferramenta que, pelo
menos em tese, se aproxima do cotidiano do aluno e assim facilita a assimilação
do conteúdo. Sendo um recurso visual, os filmes atraem nossos
alunos pela maneira como as imagens e as mensagens podem ser problematizadas,
fazendo relação com a realidade em que esses jovens e adultos estão inseridos.
É evidente o quão
complicado seja para um adulto ou idoso voltar aos estudos, haja vista, que
muitos deles já são chefes de família e assumem responsabilidades maiores com o
trabalho e muitas vezes deixam os estudos em segundo plano. O cinema
manifesta-se, portanto, como recurso pedagógico de extrema importância no que
diz respeito a auxiliar e enriquecer o trabalho dos professores e coordenadores
da EJA, bem como a vivência dos próprios alunos.
Como
educadores reconhecemos que os filmes têm que ser utilizados como ilustração do
conteúdo. “Sabe-se que o cinema é uma produção cultural que se insere na vida
social das pessoas provocando mudanças no modo como elas enxergam a si mesmas e
a realidade que as cercam. (FAHEINA, 2014) Como qualquer texto
historiográfico, o cinema apresenta visão específica do passado, elaborada a
partir de valores, intencionalidades e contextos sociais e culturais no qual o
filme foi produzido. Nesse sentido, o cinema é aqui entendido como representação.
E como afirma Circe Bittencourt
(2008):
Os filmes não são registros de uma história tal qual
aconteceu ou vai acontecer, mas representações
que merecem ser entendidas e percebidas não como diversão apenas, mas como um
produto cultural capaz de comunicar emoções e sentimentos e transmitir
informações.
Um
dos problemas que os docentes podem vir a encontrar é notadamente procurar
entender o papel das tecnologias na cultura contemporânea haja vista que muitos
dos professores não tiveram acesso a técnicas modernas de ensino durante os
cursos de graduação, e além disso é importante para os docentes perceberem o alcance delas como
difusoras de informações e o modo de tais informações se integrarem na
configuração do conhecimento escolar. ” (BITTENCOURT, 2008)
O
filme como recurso pedagógico precisa promover o ensino, então para tal, é
necessário que o professor tenha claro os seus objetivos e metas a serem
alcançadas com a exibição do mesmo. Aliado à isso o professor de História que
se dispuser a usar o cinema como meio de ensino em turmas de Jovens e Adultos
deve desenvolver uma metodologia flexível e que seja condizente com o assunto
ministrado e com a dinâmica da turma para que haja o resultado esperado, e um
ponto essencial é o de problematizar as questões chaves de cada produção.
Em 1854 surgem as primeiras escolas noturnas no
Brasil “cada uma trabalhando com objetivos particulares de acordo com as
necessidades de cada região” (TAVARES, 2014) e a partir daí vão ser criadas
pelo governo inúmeras campanhas para abranger os jovens e os adultos do Brasil,
mas a maioria delas sempre foi marcada pela provisoriedade e descontinuidade.
Por
isso que a educação de Jovens e Adultos é relevante e oportuna, haja vista a
necessidade de uma atuação ativa e dinâmica e a própria carência dessa etapa da
educação em provocar um ensino instigante e desafiador para seus discentes, na
medida em que “esta é uma opção de ensino de História que privilegia a
autonomia e a reflexão do professor na escolha dos conteúdos e métodos de ensino”
(PCN, 1998). Na obra de BITTENCOURT (2008) encontramos o relato da professora
Conceição Cabrini que lecionou no curso noturno, que aprofunda a ideia
mencionada acima, e de acordo com a docente:
O
aluno do curso noturno que ingressava na quinta série passou a ser percebido em
suas deficiências e escolarização, por exemplo, no domínio da escrita e da
leitura, mas também como portador de determinados conhecimentos históricos,
pela sua história de vida.
Nesse sentido, é
absorver os conhecimentos já adquiridos pelos alunos. Por isso que o uso do filme no espaço escolar
é poder entender e problematizar os aspectos sociais presente dentro e fora do
cotidiano da escola, e diante deles constituir reflexões sobre o papel de cada
indivíduo na sociedade, além de compreender a própria relação com sua
identidade, pois os alunos podem buscar pontos de reflexão acerca dos padrões
sociais, sobre a maneira como eles se instituem afim de apontar múltiplas
maneiras sobre como devem seguir no cotidiano social.
Por isso é necessário que haja
pesquisas como esta onde entende-se que “É preciso resgatar o sentido pedagógico do filme e
entendê‐lo como mediador de conhecimentos. ” (FAHEINA, 2014). E vale ressaltar
que a educação para se tornar eficiente na vida de um indivíduo só é possível
se levá-lo a fazer críticas ao meio em que vive. Por esse motivo é que
Bittencourt alerta:
[...] Assim a leitura do filme deve-se ater a cada
elemento constitutivo da arte cinematográfica, as técnicas de sua produção, aos
grupos sociais que interagem em sua elaboração, a política cultural, a
sociedade que a produz e consome, atentando para todas as variáveis sociais, culturais
e ideológicas.
Os filmes como qualquer outra fonte histórica devem ser submetidas a
indagações e metodologias de análise e o professor deve ter em mente que nenhum
filme é neutro, ocasionalmente todos tem a sua intencionalidade. Utilizar
filmes em sala de aula requer o continuo exercício da criticidade e reflexão do
professor e dos alunos, pois os filmes podem se caracterizar como
fonte/documento ou discurso acerca de algum fato histórico ou não.
Como trato documental, estaremos trabalhando com o depoimento oral dos
docentes das escolas já citadas, ou seja, História Oral, referenciando as falas
mediante os teóricos apropriados (ARROYO, 2017; CHRIS, 2007, HALBWACHS, 2006),
bem como os dados obtidos pelos questionários aplicados aos alunos. Por
intermédio desses dados ainda espera-se identificar quais os desafios e possibilidades
do processo de ensino aprendizagem através do uso dos filmes.
Conclusão
Iniciado como projeto
de extensão o objeto que foi retratado neste ensaio segue como pesquisa de
cunho quantitativo e qualitativo acerca do uso dos filmes por professores de
História nas turmas de jovens e adultos no município de Caxias-MA nas escolas
Inácio Passarinho e César Marques. E a obra historiográfica que fundamentou as
ideias mencionadas foi o livro Ensino de História: fundamentos e
métodos de autoria de
Circe Bittencourt. E o cinema desde que foi criado em 1895 oferece um meio
lúdico de aprender se aplicado como ilustração do conteúdo ministrado.
A obra indica direções oportunas para o trabalho de professores que
desejam inserir em suas aulas técnicas modernas de ensino como os filmes, por
exemplo. Neste sentido, é que se fez uso das ideias da autora no que se refere
a importância que os filmes adquirem no âmbito escolar se utilizados de forma
correta pelo professor e pelos alunos. Para tal é que os professores devem
desenvolver planos de trabalho bem claros e objetivos para que o cinema não
perca seu caráter educativo. “Filmes, fotografias e músicas gravadas têm
servido de fontes importantes para o conhecimento das sociedades
contemporâneas. ” (BITTENCOURT, 2008)
No que diz respeito a educação de jovens e adultos é intento desta
pesquisa trabalhar especificamente com essa modalidade de ensino haja vista que
muitas propostas educativas são voltadas somente para o ensino regular. O
público da EJA são em geral pessoas mais velhas e que precisam de uma atenção
maior bem como uma flexibilidade de metodologias por parte dos docentes, então
não há motivos para campo historiográfico ser diferente.
Desse modo, buscamos pensar quais as experiências
dos professores no ensino de História através dos filmes, ou seja, por meio de
imagens e áudio na Educação de Jovens e Adultos. A relevância dos filmes na
dinâmica da sala de aula ganhou mais visibilidade com a Nova História
inaugurada (ROSA, 2013), onde as produções cinematográficas passaram a ser
vistas como documento de investigação histórica. Nesse sentido, o historiador
Marc Ferro (1992), considera que o cinema pode ser visto como agente
transformador da História e registro histórico.
Referências
ARROYO, Miguel G. Passageiros
da noite: do trabalho para a EJA: itinerários pelo
direito a uma vida justa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.
direito a uma vida justa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.
BITTENCOURT,
Circe Maria Fernandes. Ensino de
História: fundamentos e métodos. 2ªed. São Paulo: Cortez, 2008, p.
53, 54, 99, 114, 176, 181, 187.
BURKE,
Peter. A
Revolução Francesa da historiografia: a Escola dos Annales 1929-1989/Peter Burke;
tradução Nilo Odália. – São Paulo: Editora Universidade
Estadual Paulista, 1991, p.89.
Estadual Paulista, 1991, p.89.
FAHEINA, Evelyn Fernandes Azevedo. A apropriação de filmes por educadoras na
educação de jovens e adultos. ESPAÇO DO CURRÍCULO, v.7, n.1, jan./abr.2014. p. 02, 07.
ROSA, Cristina Souza; LERA, Josep María Caparrós. O
cinema na escola: uma metodologia para o ensino de História. Educ.
foco, Juiz de Fora, v.18, n.2, jul./out.2013.
TAVARES,
Danielle Riella Rodrigues. Oficina
de cinema como possibilidade educativa para a educação de jovens e adultos: produção
de sentidos e aprendizagens. Trabalho de conclusão de curso- Faculdade de
Educação do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2014, p.08.
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ResponderExcluirOs professores no ensino de História estão preparados para lidar com está dinâmica de utilizar produções cinematográficas como documento de investigação histórica?
ResponderExcluirRenata Aparecida da Silva
Essa é uma questão que na minha opinião tem suas raízes nos cursos de graduação, os professores devem sair preparados para utilizarem essas metodologias em sala de aula. Em algumas escolas os professores já utilizam essa metodologia com os alunos, mas na maioria das vezes preferem o uso do livro didático. Mas isso não os impede de utilizarem os filmes como documento de investigação histórica. E a medida que aplica-se os filmes se caso for necessário é feita uma oficina com professores e alunos sobre como utilizar os filmes em sala de aula, haja vista que uma abordagem diferente do conteúdo chama a atenção do aluno e promove a fixação de determinado assunto ministrado pelo professor.
ExcluirAntonia Stephanie Silva Moreira- UEMA (Campus Caxias)
Olá Renata e Antonia, lendo as postagens me veio um questionamento, o que é estar preparado? Está relacionado ao fato da universidade preparar seu discente para atuar com essa metodologia? ou ainda, até que ponto a universidade consegue preparar seu discente para uma realidade em constante mudança?
ExcluirSônia Oracilio Duarte
Boa noite Sônia. No que se refere ao estar preparado tenho em mente que sim isso deve partir inicialmente dos cursos de graduação e posteriormente da ação docente e prática dos graduados. Os próprios professores das IES se possível era interessante que já usassem essas metodologias como meio de incentivar e auxiliar o processo de adesão do uso de filmes pelos demais. É verdade que a realidade vive em constante mudança, assim como o próprio público mas nada melhor que a prática e observação do professor para captar essas mudanças e produzir meios didáticos para suprir lacunas educacionais e promover um melhor ensino-aprendizagem nos alunos de modo geral principalmente na modalidade EJA.
ExcluirAntonia Stephanie Silva Moreira- UEMA (Campus Caxias)
Na sua opinião, qual foi o impacto do uso de filmes na Educação de Jovens e Adultos?
ResponderExcluirAndreia Rodrigues de Andrade.
Olá Andreia, o impacto foi positivo. Os professores foram bem receptivos a ideia bem como os próprios alunos. Pois uma abordagem áudio-visual atrai a atenção dos alunos ao que está sendo ministrado. Sem contar o fato de que partimos de um contexto vivenciado pelos próprios alunos o que dá mais espaço para que os mesmo se manifestem e entendam que assim como suas histórias de vida a disciplina História de um modo geral não é tão distante do presente como eles pensam.
ExcluirAntonia Stephanie Silva Moreira- UEMA (Campus Caxias)
Boa noite!
ResponderExcluirO uso dos filmes melhorou de alguma forma para o desenvolvimento crítico e intelectual dos jovens e adultos, contribuindo para o melhor entendimento da história?
Vanessa da Silva Brito
UFPI -CSHNB
Bom dia Vanessa Brito. Os filmes como qualquer outra fonte histórica devem ser submetidas a indagações e metodologias de análise e o professor deve ter em mente que nenhum filme é neutro, ocasionalmente todos tem a sua intencionalidade. Utilizar filmes em sala de aula requer o continuo exercício da criticidade e reflexão do professor e dos alunos, pois os filmes podem se caracterizar como fonte/documento ou discurso acerca de algum fato histórico ou não. Devido a essas e outras questões que o filme é importante pois suscita discussões que partem da vida cotidiana dos alunos, contribuindo assim para o melhor entendimento de assuntos historiográficos.
ExcluirAntonia Stephanie Silva Moreira- UEMA (Campus Caxias).
Bom dia. Qual a metodologia de escolha dos filmes a serem exibidos em sala de aula?
ResponderExcluirBom dia, Marcelo Ferraz. Ótima pergunta. Como já dito no texto o objeto de pesquisa é fruto de um projeto de extensão onde trabalhamos com os marcadores sociais da diferença (gênero, raça, sexualidade, classe e geração) e seguindo os mesmos parâmetros, a escolha se faz mediante ao marcador que será estudado na aula daquele dia. Por exemplo, o marcador da aula for Raça utilizamos filmes como Histórias Cruzadas, O ódio que você semeia, entre outras produções que falem sobre tal. E assim sucessivamente. Além é claro, da faixa etária e do tempo de exibição de cada filme.
ExcluirAntonia Stephanie Silva Moreira- UEMA (Campus Caxias)
Muito interessante sua pesquisa sobre o uso dos filmes em sala de aula e na educação de jovens e adultos. Uma metodologia que só tem a somar no processo de ensino aprendizagem dos alunos, uma vez que os filmes podem aproximar o aluno do seu cotidiano como também levá-lo a refletir e questionar acerca da nossa sociedade. Ainda temos muito que progredir, muitas vezes as escolas não disponível de recursos tecnológicos. Vejo que os filmes só tem agregar na aprendizagem dos alunos. Emmanuele Vale- UEMA-Polo Caxias-MA
ResponderExcluirObrigada Emmanuele Vale. Justamente é um trabalho que visa estreitar os laços entre a universidade, escola e comunidade. E objetiva-se também através dos filmes e documentários a contribuir na formação crítica e social dos alunos da modalidade EJA nas escolas públicas de Caxias.
ExcluirAntonia Stephanie Silva Moreira- UEMA (Campus Caxias)
Primeiramente parabéns pelo trabalho, leitura é agradável e te leva a querer conhecer o texto, bom, eu queria lhe perguntar sobre qual o método para escolher o filme a ser trabalhado em sala de aula, como você mesmo disse que nenhum filme é neutro, sabemos que hoje são dias difíceis para os educadores de história, pois a a um olhar para nós de "doutrinadores", então lhe pergunto, qual critério de escolha do filme a ser trabalhado em sala.
ResponderExcluirDesde já agradeço e parabéns mais uma vez. Um abraço!
Obrigado Jhonnata Machado. No que diz respeito ao critério de escolha como já foi dito no texto trabalhamos com os marcadores sociais da diferença, sendo assim a cada aula selecionamos um deles bem como uma produção audiovisual que se refira ao tema. E é verdade os dias de hoje estão cada vez mais difíceis para o campo da História. Mas é justamente isso que torna esse ramo prazeroso pois incentivamos aos alunos desenvolverem o seu senso crítico com base na sua vida cotidiana. Espero ter sanado suas dúvidas.
ExcluirAntonia Stephanie Silva Moreira- UEMA (Campus Caxias)
Olá, gostaria de saber como se deu a avaliação do rendimento da aprendizagem dos alunos da EJA através do uso de filmes educativos durante as aulas, até porque as aulas de História são poucas. Os filmes são repassados de uma só vez ou não, pois nem sempre se tem aulas consecutivas e em alguns casos ,uma aula com filme o tempo se torna curto e as vezes termina afetando no que realmente se busca alcançar, mesmo com um plano de aula bem traçado.
ResponderExcluirDanúbia da Rocha Sousa
Olá Danúbia da Rocha, bem trabalhos com produção textual pós filme com os alunos e com o auxílio do professor da turma. É verdade que o tempo na EJA é mais curto que no ensino regular. Porém desenvolvemos algumas metodologias para trabalharmos, que basicamente são utilizar recortes de filmes, documentários que retratam acerca dos marcadores sociais. Além das micro-aulas e rodas de discussão para que os alunos exponham o que já sabem e posteriormente o que aprenderam.
ExcluirAntonia Stephanie Silva Moreira- UEMA (Campus Caxias)
Muito interessante essa metodologia. Com certeza, aulas mais motivadas favorece maior integração dos alunos. Além disso, aulas criativas aumentam o grau de interesse pela disciplina e consequentemente enriquece o processo de ensino-aprendizagem.
ExcluirBoa noite João Raimundo, justamente esse é o nosso intuito. Promover através do cinema um ensino baseado na ludicidade aliado ao ensino de História. O que nos dias de hoje é de suma importância.
ExcluirAntonia Stephanie Silva Moreira- UEMA (Campus Caxias)
Boa tarde! Excelente trabalho, parabéns!
ResponderExcluirQuero lhe perguntar se nessas escolas que você cita há recursos disponíveis (data show, caixas de som, sala de recursos multimídia e etc.) para trabalhar os filmes na perspectiva pedagógica.
E quanto aos profissionais que lecionam a disciplina qual a relação deles com esses recursos tecnológicos?
Jessica Gadelha Morais. UFPI/UESPI.
Boa noite Jessica Gadelha. Bom, no tocante aos recursos disponíveis as escolas contam sim com todo esse aparato tecnológico, porém sempre temos nossos próprios materiais. (Notebooks, caixas, cabos, etc..) Porém preferimos desenvolver o trabalho na própria sala de aula dos alunos. E quanto aos professores, não se opõem ao uso dessas tecnologias em sala com os alunos. Inclusive, afirmam também utilizar filmes com os mesmos, porém com menor frequência.
ExcluirAntonia Stephanie Silva Moreira- UEMA (Campus Caxias)
Olá Antonia, sou professora e utilizo essa metodologia em minhas aulas, ela é maravilhosa, mas como tudo em nosso mundo, deve ser utilizada com cuidados, como você já mencionou. Geralmente quando se fala de trabalhar com filmes em sala, logo as pessoas associam com o fato de passar 2 horas ou mais assistindo um determinado filme, mas isso nem sempre é possível, por isso os recortes se tornam uma ferramenta que nos auxilia neste processo.
ResponderExcluirSônia Oracilio Duarte
Boa noite cara Sônia Duarte. Com toda certeza, geralmente enfrentamos essa resistência com relação a exibição dos filmes em sala. Por isso que trabalhamos com os recortes de filmes aliados a sessões de discussões. Pois além dos horários serem curtos, o trabalho deve ser desenvolvido de forma eficiente para que haja uma melhoria no processo de ensino-aprendizagem nos alunos da modalidade EJA.
ExcluirAntonia Stephanie Silva Moreira- UEMA (Campus Caxias)
Bom dia!
ResponderExcluirParabéns pela escrita, Antonia Stephanie. Como você abordou, ainda há uma resistência no uso dos filmes em salas de aula, mas esta barreira aos poucos é superada. A forma de escolher o material, conseguir a atenção dos alunos, principalmente de EJA, onde os horários são reduzidos. Sua pesquisa se torna uma importante contribuição para os professores que lecionam nestas turmas.
Theresa Crystina Vieira Sousa (UEMA-Caxias) cpf: 61204406316
Obrigada Theresa Crystina. Com certeza, esse é o nosso objetivo contribuir de forma positiva para o ensino de História na Educação de Jovens e Adultos nas escolas públicas do município de Caxias-MA.
ExcluirAntonia Stephanie Silva Moreira- UEMA (Campus Caxias)
O educador atual tem novos e grandes desafios que devem ser contornados em sala de aula, sobretudo a imensidão de informações e conteúdos que os alunos trazem nas suas mentes. Diante de fenômenos como esses os professores tem que fazer malabarismo para se manter vivos e com autoridade na sala de aulas. Desse modo, a utilização de produções cinematográficas aliadas com o conteúdo planejado é uma boa estratégia com possibilidade de favorecer o processo educativo na escola, pois as aulas ganham em interatividade e vida.
ExcluirJoão Raimundo dos Santos
Boa noite João Raimundo dos Santos. Obrigado pelo comentário. E sim estou de acordo com você. Promovemos essa abordagem lúdica através do cinema como meio de auxiliar o processo de aprendizagem dos alunos de EJA.
ExcluirAntonia Stephanie Silva Moreira- UEMA (Campus Caxias)
Gostei bastante de ler esse trabalho, uma experiência fantástica que certamente contribui efetivamente com o processo de ensino e aprendizagem no tocante ao aprender a apreender de maneira dinâmica e agradável. É isso aí. Infelizmente no Brasil a educação nunca foi levada a sério pelas autoridades governamentais e, muitas vezes os “docentes” carecem de inspiração. O audiovisual é uma das ferramentas que utilizada de maneira adequada para o bem comum qualifica os conhecimentos, liberta as emoções e revela mentes brilhantes.
ResponderExcluirJustamente caro João Raimundo. Creio que a reinvenção da prática pelo próprio professor é um elemento diferencial para superar esse déficit educacional que há tanto tempo acompanha a história do Brasil.
ExcluirAtt: Antonia Stephanie Silva Moreira- UEMA (Campus Caxias)
O cinema é entendido com o um meio de expansão cultural e é assim que a indústria cinematográfica tem globalizado culturas no planeta. Essa revolução cultural deve ser apropriada pelos educadores como forma de ampliar os horizontes cognitivos em sala de aula. Portanto, é por demais importante a estratégia de usar filmes nas aulas de história como forma de facilitar o entendimento do assunto planejado pelo professor. É razoável entender que o recurso audiovisual facilita a interpretação e, consequentemente o ensino e aprendizagem.
ResponderExcluirBoa noite. É verdade, e por isso que pesquisas na área do ensino são essenciais para que haja uma maior visibilidade na modalidade EJA. E a autora Circe Bittencourt é categórica quando tem como tema principal o ensino de História. E muitas vezes trabalha-se somente com o ensino regular, por isso a necessidade de se trabalhar com os jovens e adultos que também são assegurados pela constituição a terem ensino igual e de qualidade assim como deveria ser nos demais níveis educacionais no Brasil.
ExcluirAtt: Antonia Stephanie Silva Moreira- UEMA (Campus Caxias)
O filme é sempre uma representação da realidade, seja do passado ou do presente. É uma visão particular do diretor e do diretor. A edição de cenas, a sequência narrativa, os diálogos, as tomadas (próximas ou panorâmicas), a iluminação e o áudio (músicas e efeitos sonoros) são escolhidos com um propósito imediato: emocionar e prender a atenção do espectador. Os 100 ou 120 minutos que assistimos de um filme são resultado de 10 horas ou mais de filmagem que, na edição final, foram cortadas, emendadas, excluídas. Essa seleção não é feita por acaso. Há uma intenção por trás dela. Os filmes também estão impregnados de valores, conceitos, preconceitos e atitudes da época em que foram produzidos, inclusive os documentários, supostamente imparciais. Filmes comerciais de qualquer gênero e também os documentários já serviram para doutrinar ou exaltar regimes e chefes políticos. Portanto, o professor não deve escolher o filme por aquilo que ele supõe ser a verdade histórica narrada pelo filme. Sua escolha deve se nortear pelo potencial pedagógico do filme, isto é, pela possibilidade de análise e debate que ele instiga.
ResponderExcluirhttps://ensinarhistoriajoelza.com.br/cinema-no-ensino-de-historia/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues
Marciel Rodrigues de Carvalho Andrade (UFPI)
Boa noite Marciel Rodrigues essa é uma matéria muito boa, inclusiva já tinha lido. E é isso mesmo, tudo é intencional, desde a produção do filme até o recorte utilizado pelo professor em sala de aula. Mas o objetivo maior no caso do trabalho docente é fazer com que os alunos entendam o conteúdo que está sendo ministrado e possam articular sobre o mesmo, desenvolvendo assim o senso crítico e intelectual dos alunos acerca dos fatos sociais em que estão inseridos.
ExcluirAtt: Antonia Stephanie Silva Moreira- UEMA (Campus Caxias)
No ensino de História, propriamente, o cinema como recurso pedagógico foi institucionalizado por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), publicados em 1998. Desde então, os esforços em equipar as escolas com telas, projetores, videocassetes, televisores e, mais recentemente, computadores e Internet tornaram o filme um recurso mais presente nas salas de aula.
ResponderExcluirMarciel Rodrigues de Carvalho Andrade (UFPI)
Boa noite Marciel Rodrigues, obrigada pelo comentário. Verdade o que você expõe. E são esses materiais tecnológicos que auxiliam o nosso trabalho nas exibições de filmes nas salas de EJA. E o objetivo maior é o de auxiliar no processo de ensino aprendizagem desses alunos.
ExcluirAtt: Antonia Stephanie Silva Moreira- UEMA (Campus Caxias)
Boa noite Antônia, muito interessante sua pesquisa, em meu período de estágio na graduação tive oportunidade de ministrar para turmas de EJA, em três ocasiões fiz uso de filmes nacionais para fixar melhor o conteúdo, posso dizer que houve nem pelo menos 70% dos alunos um melhor entendimento do tema tratado, apesar de encontrar uma imensa dificuldade em trabalhar filmes na sala de aula, já que nem todas as escolas disponibilizam de projetor, usar o cinema como recurso didático é eficaz, claro que devemos trabalhar os filmes de maneira que o aluno compreenda o que se quer repassar, a escolha da obra cinematográfica é importante, assim como os métodos de abordagem e avaliação do aluno. Seu trabalho me agradou bastante!
ResponderExcluirMateus de Sousa Almeida.
Boa noite Mateus de Sousa, muito obrigada pelo comentário. E isso que você escreve é muito importante e verídico. Sempre encontramos certos obstáculos, mas esse reinventar das aulas é gratificante quando você percebe os resultados positivos. Quer dizer, quando os alunos se sentem mais motivados a aprenderem sobre História de modo geral, que como sabemos o campo historiográfico não é o dos mais animadores para os alunos, mas através do cinema estamos quebrando esse tipo de visão preconceituosa sobre a disciplina e auxiliando assim o processo de ensino aprendizagem dos alunos de EJA.
ExcluirAtt: Antonia Stephanie Silva Moreira- UEMA (Campus Caxias)
Parabéns pelo trabalho.
ResponderExcluirLecionei para jovens e adultos e é extremamente importante a reinvenção de cada aula, utilizar de métodos para fixar e despertar o interesse desses alunos. Acredito que o cinema tem uma importante contribuição para esse processo podendo de despertar nos alunos a busca e ampliação do conhecimento e também despertar neles a autoestima de continuar os estudos.
Excelente texto.
Att.
Lailson Costa Duarte
Boa noite Prof. Lailson Duarte, obrigado. De acordo, a EJA exige do docente essa reinvenção constante para atrair a atenção dos alunos haja vista que são pessoas que de modo geral, trabalham durante o dia, são chefes de família fazendo com que seu rendimento nas aulas diminua. Mas a prática de exibição dos filmes vêm a ser uma estratégia de muita importância para a prática docente auxiliando assim o processo de aprendizagem por parte dos jovens e adultos.
ExcluirAtt: Antonia Stephanie Silva Moreira- UEMA (Campus Caxias)
Como usar documentários ou filmes históricos em sala de aula diante do tempo curto de sala de aula?
ResponderExcluirDAVISON HUGO ROCHA ALVES
ExcluirBoa noite Davison Alves. Os recortes são uma boa opção, além de atividades escritas que se relacionam aos filmes que foram exibidos. E se caso não der tempo, divide-se o filme em mais de um dia de exibição, ou apresenta-se as partes que foquem exclusivamente nos marcadores sociais ou no assunto que esteja se ministrando em sala. Espero ter sanado suas dúvidas.
ExcluirAtt: Antonia Stephanie Silva Moreira- UEMA (Campus Caxias)
Antonia Stephanie Moreira a temática do seu trabalho é muito importante. O seu olhar a Educação de Jovens e Adultos demonstra uma sensibilidade no trato com a temática. Gostaria de saber o que o professor da disciplina de história achou do projeto e em que sentido você percebe o desenvolvimento dos alunos com a disciplina.
ResponderExcluirBoa noite profª. Michelle Dias, obrigada. Bom, no que diz respeito ao professor mostrou ampla receptividade, inclusive afirma que também usa filmes em sala porém em uma frequência menor. Porém está de acordo com a metodologia utilizada com as turmas. Já no tocante aos alunos percebemos um ânimo maior por ser uma atividade diferente da cotidiana e dessa forma ficam mais focados nas atividades propostas pela equipe aplicadora do projeto bem como do professor.
ExcluirAntonia Stephanie Silva Moreira- UEMA (Campus Caxias)
Otimo trabalho. A didática na educação de jovens e adultos é muito importante. A utilização de filme e a relação com o conteúdo em sala de aula ajuda na participação do aluno e uma maior relação do mesmo com o conteúdo. Ivan Francisco Viana de Lima
ResponderExcluirBoa noite Ivan Francisco Viana, obrigado. Plenamente de acordo com o seu comentário. Trabalhamos com essa metodologia pois julgamos ser riquíssima e que tem muito a contribuir com o processo de aprendizagem dos alunos de EJA, bem como a própria prática docente dos professores.
ExcluirAntonia Stephanie Silva Moreira- UEMA (Campus Caxias)
Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirAlém de dialogar com uma das maiores historiadoras da atualidade você consegue trazer a tona algo muito salutar para o ensino de história que é a boa utilização de filmes nas aulas, o que muitos lamentavelmente ainda não aprenderam, o que desgasta em muito essa boa prática.
Cleberson Vieira de Araújo - CENID/UFERSA
Boa noite Cleberson Vieira. Obrigado, e concordo com você ainda enfrenta-se uma resistência muito grande no que se refere a utilização dos filmes em sala de aula. Apesar desta ser uma metodologia riquíssima e a historiadora Circe Bittencourt ressalta todas essas questões que são pontos centrais para a prática docente do professor de História. E com o passar do tempo espera-se que os professores de modo geral possam inserir ainda mais essa metodologia em suas salas de aula e assim contribuir com o ensino-aprendizagem dos alunos de EJA.
ExcluirAntonia Stephanie Silva Moreira- UEMA (Campus Caxias)