POR TRÁS DAS CÂMERAS: A PROPAGANDA COMO ARMA IDEOLÓGICA DURANTE O REGIME DITATORIAL DE ADOLF HITLER.
Thais da Silva
Portela
Graduanda em Licenciatura Plena em História pela
Universidade Estadual do Maranhão-UEMA (Centro de Estudos Superiores de Caxias-MA-CESC).
Resumo:
O
presente projeto de intervenção foi apresentado à Disciplina de prática na
dimensão curricular no ensino médio e desenvolvido na escola C.E Inácio
Passarinho com a turma do 3 C, na cidade de Caxias-MA. Quanto ao projeto, trata
de apresentar o uso da propaganda política e sua influência ideológica no
regime nazista. Pretendeu-se ainda, analisar como os meios de comunicação
atuaram a serviço do governo Hitler, através dos jornais, cartazes, livros, TV,
cinema entre outros que tinham como finalidade promover os ideais nazistas
durante a segunda guerra mundial. Ao avaliar a propaganda como uma ferramenta
de poder, confirmou-se que as mensagens transmitidas para o público são capazes
de interferir nas opiniões, ideias opiniões e convicções das pessoas,
conduzindo comportamentos sem que ao menos percebam. Desta forma, foram
explanadas as estratégias de persuasão, por meio das formas de representação
que fizeram multidões de pessoas o seguirem, como suas ordenações e aprovarem
suas concepções de forma que ocasionou em um grande genocídio de pessoas
mundialmente conhecido na história, o Holocausto. Por essa razão, o projeto
teve como objetivo mostrar e fazer refletir o poder que as propagadas
ideológicas exercem sobre os receptores, visto que as propagandas políticas se
tornaram cada vez mais persuasivas desde então, principalmente nos governos
autoritários. Para embasamento teórico do texto foram utilizadas as
contribuições de GARCIA (1999) e PAIS (2012).
Palavras-chave: Propaganda; Segunda Guerra Mundial; Holocausto.
Introdução
As chamadas propagandas
institucionais, que visam difundir ideias, comportamentos ou até mesmo estilos
de vida, são utilizadas por diversos tipos de emissores a fim de fazer com que
suas ideias sejam aceitas pelas pessoas de uma forma que muitas vezes é difícil
percebê-las. No meio social, este recurso é presente em várias relações
sociais, como a que será tratada aqui, a relação entre político e povo, pois os
governantes utilizam, principalmente, dos meios de comunicação de massa para a
difusão de seus discursos e concepções. Em detrimento da influência que as
propagandas têm sobre o público, o presente projeto de intervenção buscou
apresentar de que modo as propagandas nazistas serviram como ferramentas de
poder para a manipulação da população no governo ditatorial de Adolf Hitler.
Ao longo da regência de
Hitler, as propagandas, por meio de jornais, televisão, rádio e cinema,
serviram de estratégia para doutrinar alemães e popularizar a imagem do
governante, desta maneira, boa parte do seu sucesso político deveu-se a esse
artifício de dominação. A partir do governo de Hitler, por exemplo, o cinema
passou a ser uma grande ferramenta nos governos ditatoriais seguintes. Por meio
da análise das propagandas políticas produzidas no decorrer do regime nazista,
os discentes do Centro Educacional Inácio Passarinho do 3º ano (turma C), puderam
compreender como os meios de comunicação de massa foram essenciais para
transmitir as mensagens do ditador, que induziram a população alemã a aprovar
suas ideias de nacionalismo, que consistia em racismo e antissemitismo, e
adotarem suas concepções de forma que ocasionou em um grande genocídio de
pessoas mundialmente conhecido na história, por essa razão, o projeto também
mostrou aos educandos o poder que as propagadas ideológicas exercem sobre os
receptores com o objetivo de interpretarem as consequências da realização de
tais ideologias para a própria sociedade em si no período de guerra que se
passava na Alemanha, fatos ocorridos nos anos do século passado que refletem
ainda nos dias atuais, pois as propagandas políticas se tornaram cada vez mais
persuasivas desde então, principalmente nos governos autoritários.
Os
meios de comunicação de massa
Com a popularização dos
jornais e dos meios de comunicação, no século XX, grupos políticos notaram a
capacidade de persuasão da propagada, assim, ela tornou-se muito utilizada por
diversos tipos de emissores a fim de fazer com que suas ideias fossem aceitas
pelas pessoas, para difundir comportamentos ou até mesmo estilos de vida, de
uma forma que muitas vezes é difícil percebê-las. Vários meios de comunicação
de massa como jornais, livros, revistas, rádios, cinema, TV e internet,
fornecem apoio para transmitir ideias, que nem sempre deixam perceber seus
reais motivos de persuasão (GARCIA, 1999).
Com o passar do tempo,
a propaganda contribuiu como ferramenta ideológica para a manipulação de massa
em muitas áreas. A respeito da área ressaltada neste trabalho é a propagada, a
qual se percebe que ao longo de muitos governos, especialmente nos regimes
totalitários, ela é e foi utilizada em seus vários conceitos para mobilizar as
massas.
No período de eleições,
as propagandas se tornam essenciais para os representantes que concorrem a
cargos governamentais, dado que é um método que permite a “comunicação” entre
os candidatos e seus eleitores. Por meio das propagandas políticas, os
candidatos se apresentam ao público, por tanto, redes de comunicação de massa
possibilitam a divulgação mais ampla das mensagens, ideias e imagem que o
candidato almeja propagar com o anseio de ganhar aprovação e o voto do eleitor,
levando ao resultado de sua eleição. Por outro lado, as empresas por trás dos
veículos de divulgação das campanhas, avaliam os aspirantes a cargos políticos
de acordo com porte físico, qualidades, popularidade, ideias, etc.
Particularmente,
elementos que se fazem necessários para que o resultado do trabalho de
divulgação traga compensação para ambos os lados (GARCIA, 1999). Neste
contexto, constatamos a força de persuasão de uma propaganda vinculada aos
meios de comunicação de massa, que interferem na opinião das pessoas que
recebem as ideias transmitidas por um cartaz na rua ou até mesmo nos canais de
TV, durante o intervalo da novela, por exemplo. Esses grupos que propagam suas
ideias, geralmente não querem que o devido público entenda a real intenção das
informações passadas, para não comprometer seus objetivos, pois se o emissor
consegue disseminar suas ideias e fazer com que os receptores assimilem aquilo
pra si, provavelmente, ele será capaz de neutralizar outras ideologias que lhes
ameaçam.
O controle ideológico acontece na forma de
pressões ideológicas, em que os receptores não tenham condições de analisar,
julgar ou avaliar as ideologias que recebem, ocorre também diretamente sobre as
pessoas, impedindo que elas se oponham às ideias dos seus emissores para não
sofrerem repressões violentas. Dentro dessa perspectiva, os governos
ditatoriais são modelos que mantiveram o controle ideológico através dos dois
meios, como o que enunciaremos seguir.
A propaganda a serviço
do nazismo
Durante a segunda
guerra mundial, Adolf Hitler liderou o Partido Nacional Socialista dos
Trabalhadores Alemães (NSDAP), que ficou conhecido como Partido Nazista, para
tentar dar um golpe contra a república Weimar (1919-1933), mas foi preso, até
que no cenário da crise de 1929 que se remete a queda da Bolsa de Valores de
Nova York (SANTOS, 2012). Visto que a Alemanha havia perdido a primeira guerra
mundial e muitas pessoas perderam boa parte de seus bens, as condições se
tornaram favoráveis para que Hitler ganhasse adeptos e posteriormente se
tornasse presidente da Alemanha em 19 de agosto de 1934.
Os seus pensamentos em
uma crença de superioridade racial foram apresentados em seus textos desde seu
ingresso no Partido Nazista, como em seu livro Mein Kampf, (Minha Luta) mostrando que faria o que pudesse para que
os direitos dos judeus fossem removidos em relação aos outros estrangeiros, se
evidenciando posteriormente o ato de remoção que ele realizou foi de milhões de
judeus, através do extermínio dessa população (VAZ, 2013). Além disso, o
governante instigou, por meio de seus discursos em voz alta, com poucas
palavras e convicto do que estava dizendo, muitas pessoas à alienação e a
cometerem atos brutais de violência. Ele procurava atingir desde os mais jovens
até os mais idosos, do mais culto ao mais inteligente.
No decorrer de sua
gerência, a censura e a manipulação de massa fizeram parte do governo político
do ditador. Ele utilizou dos meios de comunicação para “vender” suas
concepções. O controle que exerceu deveu-se em parte por seus discursos para
multidões, assim como por meio das propagandas nos filmes, jornais,
cartazes, TV, cinema, rádio, livros e outros. Segundo Pais, (2012) para Hitler
a propaganda só serviria para ele chegar ao poder, já seu ministro de
propaganda, Joseph Goebbels, que teve a incumbência de construir a sua imagem
mítica, admitia que a propaganda não devesse sumir em meio ao partido, mas sim
fazer parte dele como uma ferramenta de manutenção do poder. Goebbels elaborou
princípios, para conceber a toda a Alemanha, um inimigo em comum. Os princípios
de Goebbels consistiam em difamar os seus inimigos, para que eles não possuam
formas nenhuma de reagir a eles.
Desta forma, as
propagandas nazistas exaltavam as constantes conquistas do Terceiro Reich
contra os inimigos, além disto, as propagandas que todas as medidas tomadas
contra os inimigos estrangeiros serviam para restaurar e manter a ordem do
país, sendo assim, induziam atos de passividades em relação aos procedimentos
do governo. Quanto às propagandas políticas nazistas também eram responsáveis
por nutrir o sentimento de nacionalismo, que se caracterizava no compromisso e
entusiasmo perante os fundamentos ideológicos do regime. A esse respeito, Pais
(2012) afirma:
“O regime nazi transformou a
propaganda ‘numa arma (…) utilizada indiferentemente para todos os
fins’ e, (... ), a propaganda nazi e os discursos de Hitler em particular,
tinham como objetivo invocar nas multidões ‘o sangue e a raça, importava-lhe
apenas sobre-excitá-las, incutindo profundamente o ódio e o desejo de poder’” ( p.61).
Goebbels criou um ministério
de educação pública para que as propagandas fossem vinculadas ao cinema, rádio,
arte e acultura. Incorporando assim, o controle que o regime do Terceiro Reich
deveria exercer sobre o povo através da mídia. A sua função era orientar e
envolver as multidões em todas as questões de interesse do Estado. Para
Goebbels, o ministério da cultura e propaganda estava levando esclarecimento
para a população e servindo de apoio para a restauração da pátria alemã,
tornando a propaganda responsabilidade do Estado (PAIS, 2012). O gabinete
central da Propaganda possuía o Departamento de Coordenação do Esclarecimento
Popular e da Propaganda, com responsabilidade de criar desde cerimônias e
demonstrações oficiais até emblemas nacionais envolvendo as questões raciais e as
ideologias opositoras.
Havia
também o quarto departamento que cuidava do rádio, da imprensa nacional e
estrangeira, ainda existia o quinto que tratava da produção cinematográfica e
teatro. Ao todo o Ministério tinha cinco departamentos, cada um responsável
pelo controle da população nos ramos do rádio, imprensa, propaganda, cinema,
arte, teatro e educação popular. Fica evidente que o governo da Alemanha nazi
usou do seu poder para colocar todos os meios de comunicação ao seu dispor. O
regime nazi conseguiu movimentar e persuadir as multidões ao seu favor,
utilizando além do discurso, um dos recursos mais eficazes de disseminação de
ideias, a propaganda, a qual trouxe ao partido nazista, muitos resultados.
Realização
do projeto
O projeto de
intervenção consistiu em apresentar de que modo as propagandas nazistas
serviram como ferramentas de poder para a manipulação da população no governo
ditatorial de Adolf Hitler. Primeiramente, foi realizada uma abordagem com os
discentes a respeito dos conceitos de ideologia, propaganda ideológica,
comunicação de massa e seus meios de propagação. Em seguida, foi estabelecido
um breve aparato sobre o regime nazista inserido no contexto da segunda guerra
mundial. Adiante, foi apresentado a figura de Adolf Hitler mostrando também
como ele difundia seu pensamento através da manipulação da imprensa,
incorporado ao seu discurso, persuadindo ideologias pelos meios de comunicação
fazendo com que o público aceitasse este discurso.
No decorrer da aula
pôde se averiguar a interatividade dos alunos com o conteúdo, com dúvidas e
questionamentos sobre a figura de Hitler e suas ideias, as quais foram
esclarecidas com eles, para assim, prosseguir na exposição das representações
visuais que foram analisadas. Por meio de um projetor, fornecido pela
instituição, iniciou-se a aula mostrando fotografias, cartazes e recortes de
jornais que ilustravam o desprezo pelas pessoas que não eram “arianas”. A
metodologia residiu em apontar como o governo usou da imprensa para influenciar
o público, através de propagandas políticas, levando a considerarem corretas as
atitudes de racismo, antissemitismo e violência contra judeus (os quais
classificavam como seu principal inimigo), ciganos, deficientes físicos e
mentais, homossexuais, testemunhas de Jeová, poloneses, afro-germanos e em
suma, todos aqueles que os nazistas considerassem alguma ameaça à “supremacia
racial” dos “arianos”.
No decorrer da
interpretação das propagandas, foi observado como eles examinaram e
decodificaram as propagandas e ideologias que levavam, com vista nisso, se
propôs que os alunos percebam que as fontes utilizadas fossem além das imagens
postas à sua frente, com a finalidade de que eles desenvolvessem sua
criticidade diante de várias ideias que são transmitidas pelos aparelhos ideológicos
de massa.
Na próxima etapa da
aplicação do projeto, foram mostrados recortes de filmes para constatar que
também não é difícil vermos as propagandas ideológicas nos meios de
entretenimento, como o cinema. O primeiro filme destacado exibiu Joseph Goebbels, ministro da
propaganda no regime nazista, declarando que os judeus planejavam a destruição
da cultura ocidental. Adiante, explanou-se, juntamente com os discentes, a
respeito de uma propaganda no filme THERESIENSTADT, que consistia em
passar, através das imagens, falsas ideias das condições em que viviam os
judeus nos guetos, em meio à abordagem, buscou-se demonstrar como de fato eram
as condições das pessoas que viviam nesses locais, a partir do vídeo de um dos
sobreviventes do Holocausto, e um vídeo de crianças ciganas usadas em
experimentos raciais, nos campos de concentração.
Outro filme analisado junto com os alunos foi sobre a abertura dos
jogos olímpicos de verão de 1936, sediados em Berlim, pois durante as
Olimpíadas, Hitler tentou camuflar seus objetivos expansionistas e antissemitas
para impressionar os turistas, com tal finalidade as propagandas nas olímpiadas
levaram um grande sucesso para os nazistas, passando uma imagem da Alemanha
pacífica e tolerante para os visitantes. Depois das análises, foi realizado um
diálogo acerca do tema tratado, ouvindo suas reflexões desenvolvidas, por meio
das interpretações realizadas, além de entender como eles compreenderam as
propagandas ideológicas após as análises, como também percebeu-se que, através
do recurso audiovisual, podemos pensar os meios midiáticos como forma de
registro do passado, estabelecendo, a memória trazida por esses artifícios, formando
uma correspondência entre o passado e o presente.
Considerações
Finais
Em
base, no projeto foi possível notar que
os alunos compreenderam a influência das ideologias de massa nas propagandas
políticas durante o regime ditatorial de Hitler, visto que através da
socialização em sala das análise realizadas e das opiniões de cada um puderam exemplificar
como os meios de comunicação de massa atuaram para mobilizar a população alemã
no apoio à guerra e, como também, estimulou atos de extermínio em massa de
judeus e outras vítimas do regime nazista.
Foram
capazes de desenvolver a capacidade de análise e interpretação à cerca das
fotografias, cartazes, jornais, filmes e documentários, que foram instrumentos
de propagação das mensagens políticas nacionalistas de Hitler e atualmente são
consideráveis fontes históricas que auxiliam na compreensão desse contexto
histórico. Faz importante mostrar ao
jovens adolescentes como avaliar fatos
ocorridos no passado podem servir para refletir no presente e evitar que atos
tão cruéis como o Holocausto não aconteçam mais, e isso pode ser possível
conscientizado principalmente aos jovens que vivem em uma época distante do que
aconteceu, contudo, foram capazes de perceber qe muitos mecanismos como os que
Hitler utilizou servem até hoje como a propaganda ideológica, servem de
ferramenta de poder capaz de interferir nas ideias opiniões e convicções das
pessoas, conduzindo comportamentos sem que ao menos percebam isso como forma de
persuasão para justificar o racismo, segregação e extermínio e demais.
Referências
GARCIA,
Jhar Nélson. Propaganda: ideologia e
manipulação. 1999. Disponível em: http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/manipulacao.pdf. Acesso em: 20
de maio 2018.
PAIS,
Sandra Simões. Propaganda – da teoria à prática: uma análise da propaganda nazi. 2012. 100f. Dissertação (Mestrado) –
Universidade da Beira Interior Ciências Sociais e Humanas, Covilha, 2012.
SANTOS, Valéria Cristiane Moura dos. Luz, Câmera,
Hitler! Cinema e propaganda a serviço do nazismo. In: VI SIMPÓSIO NACIONAL DE
HISTÓRIA CULTURAL ESCRITAS DA HISTÓRIA: VER – SENTIR – NARRAR UNIVERSIDADE
FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI, Teresina, PI. 2012. Anais... Teresina, 2013. p. 2-7.
SENSIATE, Ana Paula.
O
uso da oratória para o poder de Hitler. 2013. Disponível em: < https://anasens.jusbrasil.com.br/artigos/432067652/o-uso-da-oratoria-para-o-poder-de-hitler-2013>. Acesso em: 27 de maio de 2018.
USHMM. A propaganda política nazista. 2011. Disponível em: < https://www.ushmm.org/wlc/ptbr/article.php?ModuleId=10005202>. Acesso em: 24 de maio de 2018.
SENSIATE, Ana Paula.
O
uso da oratória para o poder de Hitler. 2013. Disponível em: < https://anasens.jusbrasil.com.br/artigos/432067652/o-uso-da-oratoria-para-o-poder-de-hitler-2013>. Acesso em: 27 de maio de 2018.
USHMM. Legislação Anti-Semita na Alemanha antes
da guerra. Disponível em: < https://www.ushmm.org/wlc/ptbr/article.php?ModuleId=10005681>. Acesso em: 25 de maio de 2018.
USHMM. A propaganda política nazista –
fotografia. 2011. Disponível em: <
https://www.ushmm.org/wlc/ptbr/gallery.php?ModuleId=10005202&MediaType=ph>.
Rômulo Cardozo Coelho (Universidade Federal do Maranhão)
ResponderExcluirDe fato a propaganda têm sido usada ao longo das décadas por políticos e líderes, seja para ganhar eleições, seja para permanecer no poder. Contudo, a partir do que lêmos no trabalho acima, vale destacar que diferentemente de um regime ditatorial tal como o regime nazista, na democracia, é possível acessar outras fontes de informações e a partir delas, construir uma crítica ou fazer analises que nos permitam construir uma visão critica sobre determinados acontecimentos, governos e regimes. Nas eleições do ano passado, foi possível observar que a propaganda política teve pouca influencia no eleitorado. A internet, em especial o WhatsApp, foi responsável pela dissimulação de notícias e muitas delas falsas sobre determinados candidatos, o que resultou em reviravolta no confeito que tínhamos de propaganda política.
Boa noite !
ResponderExcluirOlá Thais Portela, gostei da sua escrita, o que me fez a remeter ao DIP ( Departamento de Imprensa e Propaganda ) oriundo na Era Vargas( 1930-1945), em prol de forjar uma representação imagética do então presidente do Brasil, Sr. Getúlio Vargas.
Parabéns pelo projeto de intervenção!
Maykon Albuquerque Lacerda- UEMA/ Campus Caxias -MA
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirBoa noite.
ExcluirBem lembrado do DIP, até citei Vargas durante a aula. Assim como Hitler, ele disseminou uma imagem que intencionou para popularizar-se, como a de “pai dos pobres”, por meio de propagandas em diversos meios de comunicação.
Obrigada pelas considerações!
Parabéns pelo trabalho. Gostaria de saber se em seu projeto com os alunos eles conseguiram estabelecer um paralelo entre a propaganda ideológica nazista e as técnicas de propaganda atuais. Obrigado.
ResponderExcluirBoa noite
ExcluirCreio que sim, pois durante o debate em sala pude verificar que os alunos conseguiram fazer uma conexão entre o passado e o presente através da interação e questionamentos que fizeram. Analisamos trechos de discursos de Hitler e muitos alunos comentaram sobre as propagandas eleitorais voltadas para o nacionalismo, que foi bastante vigente no discurso de Bolsonaro nas propagandas eleitorais e até mesmo nas suas redes socais, além também, da propagação do falso moralismo e uma promessa de "salvar" o Brasil do comunismo (a invenção de um inimigo comum, para culpar), assim, o projeto teve a intenção de alertar sobre o perigo de discursos do passado estarem ainda presentes de formas, muitas vezes, pouco perceptíveis no nosso cotidiano, mas que nos afetam e afetam o nosso modo de perceber o mundo a nossa volta. Atualmente, a mídia ainda tem esse papel de estar informando, mas além disso, de formar opiniões. Logo, a partir da análise de vários cartazes e principalmente trechos de filmes da época pude conduzir um debate em direção a esse paralelo.
Espero ter respondido. Obrigada pela Pergunta!
Acredito que a propaganda e o discurso tem uma grande colaboração na formação de opinião tanto coletiva como individual. Pergunto: Como você ver o uso da tecnologia hoje na utilização de técnicas de persuasão como essas utilizadas por Hitler? Você acredita que o advento da tecnologia trouxe para o discurso político essa possibilidade de maior convencimento?
ResponderExcluirPor fim parabéns pelo seu belo trabalho.
Att.
Lailson Costa Duarte
Acredito que com o avanço da tecnologia e a rapidez nas propagações de ideias ficou mais propício criar ou repassar uma falsa imagem em prol de um objetivo. Ainda mais nessa era em que as informações chegam rapidamente e também se tornam esquecidas de forma rápida, desse modo, diante dessas conturbadas informações, dificilmente os receptores buscam as procedências de tais informações. Durante as eleições de 2018 observamos muitas notícias falsas divulgadas pelos próprios candidatos com a finalidade de atacar seus opositores, as quais contribuíram para persuadir internautas favor dos seus ideias.
ExcluirEspero ter respondido. Obrigada pela Pergunta!
Olá, parabéns pelo seu trabalho z está realmente incrível, rico em detalhes que fazem a diferença na leitura.
ResponderExcluirGostaria de saber ao seu ver como pesquisadora dessa área que aborda o nazismo, como hoje em pleno século XXI ainda existem pessoas que propagam as idéias que o nazismo propagava em suas campanhas? Existe algum fenômeno ou fator que colabore para esses ideais, e a propaganda está atrelada a isso?.
Mais uma vez parabéns e um abraço!
Boa noite.
ExcluirConsidero que há muitos fatores para que, infelizmente, ideias do nazismo ainda estejam presentes como racismo, nacionalismo exacerbado, antissemitismo e anticomunismo, isso está muito atrelado a situações que os países passam, como falta de emprego, criminalidade, crise política podem provocar nas pessoas a ação de depositar a culpa de vários problemas do país em outro país. A incorporação atual das ideias nazistas é o movimento neonazista concebido por grupo de pessoas intolerantes que apoiam a violência e xenofobia, porém, não se consideram racistas e negam a existência do holocausto. Basicamente, recriam ideias muito similares, mas não querem ser comparados aos nazistas. Quanto as propagandas, durante a segunda guerra mundial a Organizaão do partido Nazista no Exterior, sediada em Berlim, organizava uma série de instalações a fim de propagandear os ideais nazistas pelo mundo. Muitos imigrantes alemãs começaram a chegar ao Brasil, devido a situação da Alemanha após a primeira guerra mundial, e formaram os primeiros grupos nazistas pelo Brasil, deixando sua impressão política até hoje. Portanto, compreendo que a propaganda foi uma forte ferramenta para a construção imagética do ditator nazista, pois todas a práticas de Adolf Hitler eram registradas e promovidas como triunfo do próprio povo alemão contra seus inimigos, todos aqueles que não eram "arianos".
Espero ter respondido. Obrigada pela pergunta!
Adorei ler seu trabalho. Primeiro pelo escrita limpa e com informações precisas dos passos seguidos para a realização do projeto. Segundo, e talvez o que considero muito importante, a capacidade de fazer com que a pessoa que observa, assiste a propaganda, compreenda o que está nas entrelinhas, que não seja superficial em suas análises e tenha um senso critico mais aguçado, algo que o momento político exige.
ResponderExcluirBoa noite.
ExcluirObrigada pelas considerações!
Parabéns Thais pelo trabalho. Muito importante esse debate proposto por você, haja vista que temos na conjuntura atual uma forma disseminação ideológica propagada pelos meios de comunicações, que acaba por afetar de maneira contundente a opinião da população em escala mundial. Todavia, cabe ressaltar a intencionalidade do trabalho também, já que tem por finalidade se fazer com que os alunos reflitam a respeito de um assunto que está cada dia mais atual. Porém, gostaria de saber, com relação a aplicação do projeto você conseguiu observar se os alunos puderam assimilar essa importância do conhecimento do fato histórico abordado? Tendo em vista que esse conhecimento torna os alunos pessoas de análise crítica com relação as ideias que circulam o âmbito social.
ResponderExcluirMuito bom seu trabalho, e a forma como ele foi idealizado.
Ass. Ruan David Santos Almeida acadêmico do CESC-UEMA.
Boa noite
ExcluirSem dúvida estar a par do que acontece em nossa conjuntura social exige criticidade, ainda mais quando se refere a acontecimentos históricos. Ao longo do tempo reservado para o debate foi o momento em que identifiquei o aprendizado dos alunos acerca do tema. Muitos deles não tinham conhecimento prévio sobre o Holocausto, assim, as fontes que utilizei para demonstrar o que o regime nazista realizava com as vítimas provocou um grande impacto, ao verem que através do discurso proferido oralmente e disseminado em vários meios midiáticos provocou tanto sofrimento a um povo observei que muitos ficaram sensibilizados. Chamei atenção para variados discursos de ódio similares aos que permeavam na Alemanha e ainda estão presentes, que aquilo não ficou somente no passado, nesse sentido, quis que o projeto servisse de auxílio para o desenvolvimento da consciência histórica necessária para que acontecimentos cruéis como o Holocausto não se repetissem. Exibi um trecho de um filme produzido pelo ministro da propaganda de Hitler para maquiar a realidade em que viviam os judeus nos campos de concentração e, em seguida, outro que relatava as reais condições pelas quais os judeus passaram. Após exibir os dois vídeos questionei a turma sobre os vídeos e pedi que me explicassem a diferença entre os dois, muitos alunos me responderam de forma coerente que o governo conseguia manipular a população escondendo a forma como os judeus eram tratados e isso levou muitas pessoas acreditarem que os judeus não sofriam nos campos de concentração, pois o filme produzido mostrava eles muito bem vestidos, sorrindo para as câmeras, muitas crianças brincando e mulheres tricotando sorridentes em varandas, mas que tudo não passava de uma encenação produzida para a população alemã.
Espero ter respondido. Obrigada pela pergunta!
Olá, Seu texto é bem interessante.
ResponderExcluirEu tenho uma questão...
Durante o processo de intervenção na escola, vc detectou algum tipo de dificuldade por parte dos alunos no que diz respeito em estabelecer conexões entre o conteúdo que remetia à Alemanha nazista, a questão do uso da propaganda com tais fins, e a nossa conjuntura política e social atual?
Rafael Souza Ferreira (UFPA)
Boa noite
ExcluirSim, detectei. A turma não tinha conhecimento prévio sobre o regime nazista ou até mesmo sobre o holocausto, pois antes de começar a aula questionei os alunos sobre o quanto eles sabiam acerca de segunda guerra mundial, Hitler e holocausto. Alguns alunos falaram que não percebiam como as propagandas influenciavam na forma de pensar dos indivíduos da maneira como eles viram nas propagandas do governo de Hitler. Por isso, considerei pertinente tratar esse tema porque atualmente estamos presenciando fortes discursos de ódio nas mídias, principalmente nos meios digitais como a internet. Infelizmente, muitos discursos de ódio não desparecem, mas se renovam em outras formas de se manifestar, o discurso de “nós” contra “eles” é o mesmo, só está repaginado.
Espero ter respondido. Obrigada pela pergunta!
Thaís Portela seu projeto de intervenção é muito interessante, parabéns pela escolha. Esse modelo de propaganda utilizado pelos nazistas foi um "sucesso " na Alemanha e em outros países que forjaram um modelo parecido. Fiquei bastante curiosa para saber as reações dos alunos quando você apresentou essa abordagem e quais as relações que eles fizeram com as táticas de propaganda política hoje. Hitler utilizava um discurso cristão, pela família e anticorrupção, algo bastante presente nos discursos e nas propagandas políticas que fazem sucesso nas" mídias digitais" e nos "palanques". Como os alunos reagiram, que relações eles estabeleceram? Esse tema gerou muito debate? Como você mediou essa relação da história com a atualidade?
ResponderExcluirObrigada pela contribuição.
Comentado por: Michelle Araújo Dias
Boa noite.
ExcluirObservei diversas reações de choque dos alunos em relação ao que os judeus e as demais vítimas sofreram com a práticas de violência e segregação do regime nazista. Logo porque muitos alunos não tinham conhecimento prévio sobre segunda guerra mundial, nazismo, Hitler ou Holocausto. Assim, as fontes (audiovisuais) que utilizei para demonstrar o que o regime nazista realizava com as vítimas provocou um grande impacto, ao verem que através do discurso proferido oralmente e disseminado em vários meios midiáticos provocou tanto sofrimento a um povo observei que muitos ficaram sensibilizados. Chamei atenção para variados discursos de ódio similares aos que permeavam na Alemanha e ainda estão presentes, que aquilo não ficou somente no passado, mas que o projeto servisse de auxílio para o desenvolvimento da consciência histórica necessária para que acontecimentos cruéis como o Holocausto não se repetissem. Exibi um trecho de um filme produzido pelo ministro da propaganda de Hitler para maquiar a realidade em que viviam os judeus nos campos de concentração e, em seguida, outro que relatava as reais condições pelas quais os judeus passaram. Após exibir os dois vídeos questionei a turma sobre os vídeos e que me explicassem a diferença entre os dois, muitos alunos me responderam de forma coerente que o governo conseguia manipular a população escondendo a forma como os judeus eram tratados e isso levou muitas pessoas acreditarem que os judeus não sofriam nos campos de concentração, pois o filme produzido mostrava eles muito bem vestidos, sorrindo para as câmeras, muitas crianças brincando e mulheres tricotando sorridentes em varandas.
Quanto a relação entre a história e a atualidade pude perceber durante o debate em sala pude que os alunos conseguiram fazer uma conexão entre o passado e o presente através da interação e questionamentos que fizeram. Analisamos trechos de discursos de Hitler e muitos alunos comentaram sobre as propagandas eleitorais voltadas para o nacionalismo, que foi bastante vigente no discurso de Bolsonaro nas propagandas eleitorais e até mesmo nas suas redes socais, além também, da propagação do falso moralismo e uma promessa de "salvar" o Brasil do comunismo (a invenção de um inimigo comum, para todos odiarem), assim, o projeto teve a intenção de alertar sobre o perigo de discursos do passado estarem ainda presentes de forma sutil que muitas vezes não percebemos no nosso cotidiano, mas que nos afetam e afetam o nosso modo de perceber o mundo a nossa volta.
Espero ter respondido. Obrigada pela pergunta!
Oka Thaís!
ResponderExcluirParabens pelo trabalho!
Gostaria de indicar o livro "A origem do Totalitarismo" da Hanna Arendt.
O capitulo sobre o uso da propaganda teria muito a acrescentar a sua pesquisa!
Marcos de Araújo Oliveira--UPE
Boa noite.
ExcluirObrigada pela sugestão!
Que bom tema de estudos, a segunda guerra e a propaganda como arma, daria para fazer vários paralelos com o presente e muito produzir em termos críticos com o nosso alunado. Parabéns pela escolha do tema.
ResponderExcluirCleberson Vieira de Araújo - CENID/UFERSA
Boa noite. Muito obrigada pela sua contribuição!
ExcluirParabéns pelo trabalho, traz uma leitura clara sobre a temática, trabalhei recentemente em sala de aula sobre a Segunda Grande Guerra Mundial e também os os regimes totalitários e percebi que o rendimento foi bem maior com o uso dos recursos audiovisuais, lendo seu trabalho me senti com a mesma experiência e com sensação de dever cumprido, pois os alunos conseguem entender mais rápido o conteúdo e até mesmo um olhar crítico do texto trabalhado. Mencionei, também o diário de Anne Frank que relata de forma objetiva através do relato da garota sobre sua estadia nos campos de concentração, como era judaica o sofrimento era em demasia. Enfim, se trata na verdade de genocídio, um dos maiores da história da humanidade.
ResponderExcluirVocê conduziu muito bem o discurso.
Danúbia da Rocha Sousa
Boa noite. Muito obrigada! O tema é muito interessante para explanar de muitas formas, e como você também percebi que os recurcos audiosvisuais proporcionam visualizar através de representações imagéticas o que o povo judeu sofreu com o regime de segregação vigente na Alemanha durante a segunda guerra mundial.
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