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A ENCHENTE DE 1985 NA ZONA NORTE DE TERESINA: MEMÓRIAS E COTIDIANO


Isabela Thamirys Silva Amaral
Licenciada em História pela Universidade Estadual do Piauí- UESPI


Resumo: Este trabalho tem a proposta de apresentar a devastadora enchente que assolou Teresina no ano de 1985, especificamente nos bairros localizados na Zona Norte, área circundada pelos rios Poti e Parnaíba, onde existe a construção de diques, que visam contornar o problema das enchentes. Trata-se de pesquisa na área de cidades e memória dos habitantes atingidos pela calamidade pública, seu cotidiano, a comoção social, a ajuda assistencialista e os infortúnios que a população carente teve de enfrentar perante as adversidades da natureza e também da falta de planejamento urbano pelo poder público. Foram utilizadas fontes oriundas dos jornais O Dia, Jornal da Manhã, Jornal o Estado e Diário oficial, bem como a leitura das obras de autores como Alcides Nascimento (2015), Márcia Maria Menendes Motta (2012), Jacques Le Goff (1924), Tânia Regina de Luca (2006), José D’Assunção Barros( 2007), José Paulo Netto e Maria do Carmo Brant de Carvalho (2007). O presente estudo também se utilizou das fontes orais através de entrevistas realizadas com moradores da Zona Norte de Teresina.

Palavras-chave: Memórias. Cotidiano. Assistencialismo. Cidades.


Introdução

O interesse em pesquisar o tema da enchente em Teresina surgiu através de estudos de obras que se debruçam sobre a população mais carente em épocas de enfretamentos de situações adversas de calamidade pública, como as que apresentam o tema da seca e suas consequências para a população, dentre elas, as obras “O poder e a seca”(1991), “Cotidiano e pobreza” (1995), ambas de Maria Mafalda Baldoíno de Araújo e, também, a leitura de  “A cidade sob o fogo” (2015), de Francisco Alcides do Nascimento,  obras clássicas da historiografia piauiense. Outro motivo que favoreceu a escolha deste tema foi não ter encontrado outras pesquisas que tratem sobre as enchentes na cidade de Teresina pelo viés historiográfico e sobre a problemática de sua dimensão, que por décadas vem importunando a vida dos moradores das áreas mais baixas, sujeitas ao alagamento.
As dificuldades sociais em Teresina foram agravadas fortemente pelo fenômeno das cheias dos rios Poti e Parnaíba e do consequente alagamento das áreas urbanas da cidade, em especial, nos bairros ribeirinhos da Zona Norte de Teresina. Problema recorrente nas cidades brasileiras, caracterizadas pelo crescimento desordenado e pela falta de planejamento, as enchentes atingem de maneira ainda mais catastrófica a população mais pobre, pois esta não está preparada para arcar com despesas inesperadas, uma vez que travam uma luta diária pela própria sobrevivência, e em períodos de calamidade pública, vão amargar a ajuda das autoridades. Este fato provocou grande comoção na sociedade civil, que se empenhava em campanhas para arrecadar e oferecer aos flagelados pelo menos os recursos paliativos.
Esta pesquisa foi empreendida através da metodologia da história oral, pela sua importância em nos permitir conhecer a memória viva de um tempo que ainda levanta questionamentos e traz o receio da instabilidade àqueles sujeitos que construíram sua Identidade de lugar[1] na comunidade em que residem. Para Thompson (2002)A história Oral é uma história constituída em torno de pessoas. Ela lança a vida para dentro da própria história e isso alarga seu campo de ação [...]”.
               O uso das fontes hemerográficas Jornal O Dia, Jornal O Estado, Jornal da Manhã e Diário Oficial do Piauí contribuiu, significativamente, como um acervo de informações que conduziram a pesquisa por apontar as condicionantes sociais, aspectos do cotidiano, e problemas enfrentados à época em estudo. Dada a sua importância como fonte de informação da história do tempo presente advindas com a renovação da historiografia, os jornais foram analisados com a perícia que o uso deste tipo de fonte requer, em observância às subjetividades impregnadas, aos discursos ora imparciais, ora tendenciosos, o papel desempenhado, os grupos dirigentes que influenciavam as publicações e as relações públicas do governo com a grande imprensa.

A enchente de 1985 em Teresina: o espaço e as transformações ocorridas na Vida dos Moradores.

A organização espacial de Teresina, traz o signo da segregação social, como é percebido em “A Cidade sob o fogo”, do historiador Francisco Alcides do Nascimento (2015). A população mais pobre é afastada do centro para as regiões periféricas, que não foram devidamente contempladas com os projetos de urbanização da cidade empreendidos pelas gestões governamentais. A zona norte de Teresina ocupa uma área delimitada pelo contorno dos rios Poti e Parnaíba, onde moradias foram construídas fora da área de proteção e, por conseguinte, são sujeitas a inundações.
O início do flagelo havia sido provocado por dois motivos: o clima de Teresina que, observado a longo prazo, é caracterizado pelo aumento dos índices pluviométricos nos primeiros meses do ano e também pela ação humana, intensificada pelo processo de urbanização desordenado e sem planejamento. Para José D’Assunção Barros (2007, p. 72), sobre a falta de planejamento urbano, a forma em que a cidade se configura revela um pouco de sua história e também expressa um processo de acomodação do ser humano aos limites físicos que o desafiam.
Naquele ano (1985), houve significativo aumento de elevação do nível das águas, fato que estabeleceu o caos na cidade de Teresina. Inúmeras famílias ficaram desabrigadas e tiveram que procurar abrigo na casa de parentes ou nas instituições públicas que paralisaram suas atividades-fim para atender as vítimas. Nas palavras de Marisa da Silva, moradora do bairro Itaperu à época da enchente:
As pessoas eram resgatadas de canoa com urgência, pois a água subia rapidamente de forma assustadora, o risco era grande de se perder na água e morrer afogado. Do Poti Velho à praça do Itaperu, era todo alagado, só se via o telhado das casas e o acesso ao Poti Velho, somente era possível de canoa e com a ajuda do exército, que levava as pessoas para o Colégio Edgar Tito, onde os alagados ficaram. As pessoas salvavam o que podiam, pois muitos móveis das casas se desmanchavam e o motor das geladeiras queimava, estragava tudo. Os meninos pequenos choravam no resgate e alguns maiorzinhos brincavam na água. Na época, o govenador até sobrevoou a área de helicóptero. Muitas cobras apareciam na água, tentando fugir também.




Figura 01- Foto de família desabrigada tentando salvar alguns pertences
Fonte: O DIA, 1985.

Na figura acima, pudemos visualizar como foi a saída dos moradores de suas residências e também a destruição causada pela invasão das águas que chegou a atingir quase o teto das moradias. A imagem nos remete às palavras da entrevistada Maria das Neves Santos Sousa, moradora do bairro Poty Velho, que afirmava que “teve muita dificuldade”, pois “não tinha energia, faltou logo tudo: energia, água... tudo”. Por fim, onde os serviços essenciais foram desligados, as pessoas tiveram de sair, até mesmo as que ainda não estavam alagadas.


Problemas recorrentes em aglomerações de pessoas

As instituições que abrigavam diversas famílias eram, na sua maioria escolas como o Colégio Edgar Tito, o Liceu Piauiense, a Escola Municipal José Carlos e também estádios esportivos como o Ginásio Pato Preto, Estádio Albertão, Estádio Lindolfo Monteiro, além das associações de fins religiosos. Nesses lugares aconteciam conflitos decorrentes das condições desconfortáveis e das diversas naturezas humanas que, obrigadas pelas circunstâncias, dividiam o mesmo espaço físico.
O Jornal da Manhã (1985, p. 06) noticiava em manchete as tragédias humanas vivenciadas nas barracas construídas para os desabrigados localizadas no bairro Marques de Paranaguá, uma denúncia feita pelo vereador Vieira Toranga2, que lamentava o óbito de 04 (quatro) crianças que estavam vivendo nessas habitações improvisadas, desprovidas de saneamento básico.



 
Figura 02- Crianças vão a óbito nos acampamentos de alagados
Fonte: Jornal da Manhã, 1985.

A marca da enchente de 1985 passou a fazer parte, também, do cotidiano de trabalhadores como as lavadeiras de roupa do cais do Rio Parnaíba, pois a água barrenta atrapalhava aquele ofício (O Dia, 1985), dos pescadores, pois havia o benefício do aumento do pescado e, ainda, do trabalho da polícia na proposição de hipóteses para desvendar ocorrências criminais, como na notícia que dava conta de um “corpo de mulher encontrado sem cabeça”, noticiado pelo Jornal O Estado (1985, p. irreg.), bem como de outros casos, em que se encontravam vestígios humanos sendo levados pela correnteza. Havia sempre a hipótese de morte por afogamento, juntamente com outras linhas de investigação.

O poder público e a administração dos problemas gerados pelas enchentes.

O Estado, através de suas instituições como BEC- Batalhão de Engenharia e Construção, Secretaria de Saúde, Sudene- Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, Defesa Civil, dentre outras, atuaram de maneira efetiva, dentro das suas respectivas áreas de atuação, e se fizeram presentes no cotidiano da população flagelada.
O jornal o Estado (1985, p.05), atuando como porta voz das ações do governo, informou sobre como estava sendo feita a distribuição de alimentos para a população através da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste- SUDENE.
Nos jornais, encontramos ricas informações sobre a atuação das autoridades quanto ao enfrentamento da calamidade pública, porém, nos atentamos para o uso dessas fontes hemerográficas com criticidade, evitando tomar as notícias veiculadas como verdades absolutas, pois, Tânia Regina de Luca (2006, p. 116), afirma que “Sempre será difícil sabermos que influências ocultas exerciam-se num momento dado sobre um órgão de informação, [...] qual a pressão exercida pelo governo”.
               O historiador medievalista Jacques Le Goff (1988) já nos afirmava na sua obra Por amor às cidades, que na sociedade cristã “[...] parece imperativo alimentar aqueles que têm fome, vestir os que estão nus, abrigar os que não têm casa” e que sempre houve a caridade desde os primórdios do cristianismo. A assistência aos alagados tornara-se a questão central do cotidiano dos teresinenses, dada a grande dimensão de tragédia urbana em que se configurava.
Na paróquia da Igreja do bairro Primavera foi montado um posto de arrecadação de utensílios, alimentos e roupas, onde pessoas trabalhavam em sistema de plantão para arrecadar doações. Segundo o depoimento prestado por Marisa da Silva Amaral, os funcionários do CSU (Centro Social Urbano) do bairro Buenos Aires eram cedidos para trabalhar, voluntariamente, nos postos de arrecadação.
O Jornal da Manhã (1985, p. 06) informava sobre uma ação de solidariedade realizada pelo Estado de Santa Catarina, que se compadeceu das vítimas de enchentes teresinenses doando um carregamento de 12 toneladas de gêneros alimentícios para ser distribuído pela Defesa Civil. A contribuição assistencial foi agradecida, pelo Coronel Carlos Falcão, da Comissão de Defesa Civil, segundo suas palavras “um gesto de solidariedade dos irmãos de Santa Catarina”.

Dificuldades e desencontros na assistência aos flagelados

             O Jornal O Dia, de 06 de maio de 1985, trazia um editorial intitulado “O grande risco”, em que lamentava a continuidade da indiferença com que o Piauí era tratado a nível federal, pois a enchente trazia muita miséria social, derivando em fome, promiscuidade involuntária (prostituição) e risco de epidemias, o que tornava a situação cada dia mais insuportável. O sentimento era assim expressado:

[..] Extremamente cordiais, conciliadores, compreensivos, talvez sejamos reconhecidos como inibidos, encabulados, acomodados. Falta-nos aquele sentido sagrado da sã-rebeldia, a cada vez que negam nossos direitos, pisoteiam nossos brios, encarnecem da nossa miséria, em grande parte imposta justamente pela insensibilidade oficial que nos considera inviável e só nos concede ajuda, esmolas, quando o de que realmente estamos necessitando é simplesmente de equidade, respeito e apoio.3

O vereador Olímpio de Castro 4, fazia grave denúncia de oportunismo político em relação à distribuição de materiais de construção para os alagados, ao dizer que as pessoas que faziam a entrega dos materiais, faziam tal ato informando aos desabrigados que se tratavam de doações, que estavam sendo concedidas por pessoas que pleiteavam cargos políticos importantes no município.
Por outro lado, ao analisar as notícias que davam conta dessas intempéries, pudemos acreditar que o propósito daqueles impedimentos também poderia ser a existência de um suposto monopólio da assistência aos flagelados, pretendido por um ou outros partidos políticos. Todavia, as proibições de assistência aos flagelados por conta de disputas políticas prejudicavam sobremaneira a população carente, que necessitava da ajuda imediatista, sem olhar quem a prestava.
Sobre o quadro de desencontros apresentado, corroboramos com José Paulo Netto e Maria do Carmo Brant de Carvalho (2007, p. 42), ao afirmarem que:

[...] A vida cotidiana é também espaço da mediocridade. Os gestos comuns, a uniformidade e a padronização de desejos e necessidades reificados, fetichizados e controlados, reproduzem, a todo momento, os opressores e oprimidos, determinando, através da massificação, comportamentos acríticos e anômicos. Alguns valores presentes no mundo moderno capitalista – individualismo, neutralidade, competição – reforçam a mediocridade, deixando as grandes dimensões políticas, econômicas, culturais e existenciais e mesmo espirituais ao sabor dos agentes mandantes. É através da mediocridade que o cotidiano se normaliza ao gosto das classes dominantes.

Outra denúncia grave da época tratava-se das ações de uma falsa assistente social que percorria as casas da cidade, pedindo ajuda de alimentos e roupas, dizendo ser por solidariedade aos flagelados. Preenchia fichas com os dados pessoais dos mesmos, prometendo-lhes benefícios e cobrando uma quantia de cinco cruzeiros pelo trabalho que estava realizando. (O DIA, 1985, p.10).

Considerações Finais

Esta pesquisa tratou de um tema importante que pode contribuir para preencher uma lacuna na historiografia teresinense. É recorrente nos fragmentos de memória da sociedade e produz reflexos nas moradias dos bairros atingidos pela enchente de 1985.
As respostas aos objetivos desta pesquisa foram, em boa parte, satisfatórias, pois encontramos riqueza de detalhes nas fontes hemerográficas consultadas, que nos permitiram chegar próximo à reconstituição dos acontecimentos. Apresentamos uma diversidade de problemas enfrentados pela população de Teresina à época, bem como as ações do poder público, as iniciativas individuais ou coletivas da sociedade civil organizada e, também, as dificuldades e desencontros nas ações assistencialistas.
As entrevistas realizadas com os moradores que vivenciaram a época forneceram uma fonte alternativa importantíssima para confrontarmos com os documentos e as notícias oficiais e, ainda falando sobre o cotidiano, para podermos entrar no universo particular dos habitantes, compreendendo seus dilemas perante a situação provocada pela enchente.
Apresentamos um tema que merece ser investigado também por outros historiadores que possam se interessar, dada a sua atualidade. Esta pesquisa ainda poderá ser ampliada e aprimorada, uma vez que não está isenta de falhas ou de questionamentos que poderão ser melhor respondidos.


Referências

ARAÚJO, Maria Mafalda Baldoíno de. Cotidiano e pobreza: a magia da sobrevivência em Teresina 1877-1914. Teresina: Fundação Cultural Monsenhor Chaves, 1995.

ARAÚJO, Maria Mafalda Baldoíno de. O poder e a seca de 1877 – 1879. Teresina: EDUFPI, 1991.

BARROS, José D’Assunção. Cidade e História. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

CAVALCANTE, Sylvia e ELALI, Gleice A. (organizadoras) Temas básicos em Psicologia Ambiental. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

LE GOFF, Jacques. Por amor às cidades: conversações com Jean Lebrun; tradução Reginaldo Camelo Corrêa de Moraes. Saõ Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1988.

LUCA, Tânia Regina de. Fontes impressas: História dos, nos e por meio dos periódicos. In: PINSKY, C. B.(Org.). Fontes Históricas. 2 ed. – São Paulo: Contexto, 2006.

MOTTA, Márcia Maria Menendes. História, memória e tempo presente. In: CARDOSO, C. F.; VAINFAS, R. (Org.). Novos domínios da história. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

NASCIMENTO, Francisco Alcides do. A cidade sob o fogo: modernização e violência policial em Teresina 1937-1945. Teresina: EDUFPI, 2015.

PAULO NETTO, José; CARVALHO, Maria do Carmo Brant de. Cotidiano: Conhecimento e crítica. São Paulo, Cortez, 2007.

ROLNIK, Raquel. O que é cidade. São Paulo: Brasiliense, 1988.

TÉTART, Philippe. Pequena história dos historiadores; tradução Maria Leonor Loureiro. – Bauru, SP: EDUSC, 2000.

THOMPSON, Paul. A voz do passado: História Oral. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

Câmara Municipal de Teresina, 1985, livro de ata nº 41. Arquivo do Poder Legislativo Municipal.

_________________________, 1985, livro de ata nº 42. Arquivo do Poder Legislativo Municipal

TERESINA. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal de Planejamento. BRANDT, José Roberto Thedim, PhD.  Programa Lagoas do Norte. Avaliação do Projeto Geotécnico – BOARD DE 2006. Disponível em <http:www.semplan.com.br>. Acesso em: 01-05-2018.

__________________. Secretaria Municipal de Planejamento.  Estudos de Avaliação das condições de estabilidade e segurança do dique dos rios Poti e Parnaíba. 2º Painel de Avaliação do Banco Mundial – Aspectos Hidrológicos e Hidráulicos. Disponível em <http:www.semplan.com.br>. Acesso em: 01-05-2018.

Fontes Hemerográficas:

Jornal O Dia.

Jornal da Manhã.

Jornal O Estado

Diário Oficial do Piauí.


Fontes Orais:


AMARAL, Marisa da Silva. Entrevista concedida a Isabela Thamirys Silva Amaral. Teresina, 2018.


SOUSA, Maria das Neves Santos. Entrevista concedida a Rubens Ialy Silva Amaral. Teresina, 2018.



¹ Identidade de lugar é uma subestrutura da identidade pessoal construída a partir da interação do indivíduo com seu entorno físico e social. CAVALCANTE, Sylvia e ELALI, Gleice A. (organizadoras).

2 Raimundo Vieira e Silva Toranga. Foi vereador de Teresina por (oito) mandatos, incluindo o mandato de 1983 a 1988. Fonte: Tavares, Dílson. Vieira Toranga: Teresina, meu lugar ao sol. 2011.

3 Citação extraída de mensagem apresentada no editorial do jornal O Dia (1985), na edição que trazia notícias das ações dos parlamentares a nível federal, porém dada a ação do tempo sobre as fontes impressas, danificando páginas e omitindo informações, não foi possível identificar com clareza o sujeito que falava.
4 Olímpio de Castro foi um vereador de Teresina entre os anos de 1982 a 1988. Foi líder do então prefeito Wall Ferraz na Câmara de vereadores de Teresina. Fonte: Portal O Dia.


Comentários

  1. Cara pesquisadora Isabela Thamirys Silva Amaral, parabenizo pela excelente temática de pesquisa sobre as enchentes em bairros da zona norte de Teresina, sobretudo em um período histórico pouco trabalhado por pesquisadores no Piauí. No sentido de contribuir com o avanço das pesquisas, sugiro a leitura da dissertação "A cidade esquecida: (res)sentimentos e representações dos pobres em Teresina na década de 1970", de Regianny Lima Monte e a obra "Multifaces da pobreza: formas de vida e representações simbólicas", de Antônia Jesuíta de Lima, caso ainda não tenha tido contato com essas leituras. Atenciosamente, Profa. Lêda Rodrigues Vieira.

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    1. Boa noite, Professora Lêda Rodrigues Vieira, gostaria de agradecer pela leitura e elogio dirigidos a esta pesquisa e também pelas sugestões de leitura que poderão contribuir com sua ampliação ou para produzir novas pesquisas na área de história, memória e cidades. No decorrer de meus estudos tive contato com a dissertação de Regianny Lima Monte: " A cidade esquecida: (res)sentimentos e representações dos pobres em Teresina na década de 1970", que , na minha opinião, trata-se de uma verdadeira obra da historiografia teresinense, de leitura muito interessante e inspiradora. Sobre a obra "Multifaces da pobreza: formas de vida e representações simbólicas", de Antônia Jesuíta de Lima, ainda não conhecia, mas vou pesquisar e fazer sua leitura, pois o título da obra me despertou muito interesse e caminha lado a lado com as pesquisas que pretendo desenvolver no recorte espacial da minha cidade e também do meu Estado. Mais uma vez: muito obrigada!

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  2. A pesquisa mencionada acima é de excepcional importância para a história da nossa capital: Teresina, através dela observamos que foi um período de turbulência decorrente da enchete que ocasionou situação de calamidade. Esses tipos de acontecimentos devem serem estudados a fundo tanto pelos historiadores como pelos metereólogos no sentido de evitar ou minimizar as consequências ocorridas tanto sociais, como econômicas.
    Autora: Raryelle Mauranna de Araújo Leal

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    1. Boa noite, Raryelle Mauranna de Araújo Leal, gostaria de cumprimentá-la e também de agradecer pela leitura e reconhecimento da importância desta pesquisa, pois pretendia que ela preenchesse uma lacuna da historiografia teresinense e também dar um sentido ao acontecimento de 1985, tanto pela sua dimensão, como por sua recorrência em Teresina, pois, corroborando com Peter Burke, " A função do historiador é lembrar a sociedade daquilo que ela quer esquecer".

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  3. Parabéns Isabela pelo trabalho! essa temática é muito interessante, esses temas relacionados aos conflitos sociais presentes nessas calamidades públicas nos ajudam a refletir que os mesmos não são provocados apenas por forças da natureza, pois são resultados de um crescimento urbano desordenado e sem planejamento e quem são os mais prejudicados? são os menos privilegiados socialmente e economicamente que vivem em zonas de perigo e acabam sendo os flagelados desses problemas. Como você trabalha com a história oral sugiro a leitura dos livros de Janaina Amado e Marieta de Morais Ferreira (2006) Usos e abusos da história oral, que reúne uma coletânea de artigos sobre a metodologia da história oral e o livro de Lucília Delgado (2010) História Oral: memória, tempo, identidades.

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    1. Boa noite, professora Pauliana Maria de Jesus, ao cumprimentá-la, venho agradecer pela leitura e reconhecimento da importância deste trabalho e pela sugestão das referências que contribuirão com futuras pesquisas na metodologia da história oral. Obrigada por ter enfatizado os principais prejudicados em situações de calamidade pública, pois a mim sempre despertaram o interesse pelo seu cotidiano e pelas suas lutas frente às adversidades. Escrever a história das pessoas vítimas de enchentes é reconhecer sua cidadania e historicizar os problemas urbanos que atingiram e ainda são recorrentes em Teresina e em grande parte das cidades brasileiras.

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  4. Boa Noite.
    No que se refere a esse artigo ele é interessante. Mais o que mais me chamou a atenção foi a metodologia que foi utilizada pautando-se em fontes fontes oriundas dos jornais O Dia, Jornal da Manhã, Jornal o Estado e Diário oficial, bem como a leitura das obras de autores como Alcides Nascimento (2015), Márcia Maria Menendes Motta (2012), Jacques Le Goff (1924), Tânia Regina de Luca (2006), José D’Assunção Barros( 2007), José Paulo Netto e Maria do Carmo Brant de Carvalho (2007). E as entrevistas orais que se dialogam dinamizando assim esse estudo.
    Francielcio Silva da Costa. Universidade Estadual do Piauí-UESPI.

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    1. Bom dia, Francielcio Silva da Costa. Ao cumprimentá-lo, venho agradecer a leitura e reconhecimento da importância desta pesquisa. Como o recorte temporal, considerei que o ano de 1985 faz parte da história do presente, desse modo, encontrei ricas informações nas fontes primárias que consultei, como os jornais citados, as fontes orais, através da realização das entrevistas. As referencias bibliográficas utilizadas também foram fundamentais para embasar este estudo. Atenciosamente, Isabela Thamirys Silva Amaral.

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  5. Boa Noite.
    Lendo seu artigo identifiquei um trecho bem fundamentado em que se aborda que a organização espacial de Teresina, refleti a segregação social presente na obra A Cidade sob o fogo de autoria de Francisco Alcides do Nascimento onde o mesmo destaca que a população mais pobre é afastada do centro para as regiões periféricas que são locais caracterizados pela presença da precariedade e neste caso é citado A zona norte de Teresina ocupa uma área delimitada pelo contorno dos rios Poti e Parnaíba, onde moradias foram construídas fora da área de proteção e, por conseguinte, são sujeitas a inundações.
    Francielcio Silva da Costa. Universidade Estadual do Piauí-UESPI.

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    1. Olá Francielcio. tratando sobre o caso da segregação social que podemos observar na urbanização das cidades, a obra do Historiador Francisco Alcides Nascimento discorre sobre este processo de forma muito bem elaborada. Outra obra que consultei foi o livro História e Cidade, de José D' Assunção Barros, que trata de forma sucinta, porém bastante rica sobre a forma que as cidades assumem, refletindo os processos de segregação. Att. Isabela Thamirys Silva Amaral

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    2. Corrigindo a referência que eu havia citado: BARROS, José D’Assunção. Cidade e História. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

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  6. Boa Noite.
    Em relação a esse elevado índice pluviométrico que atingiu Teresina nos primeiros meses de 1985. Existe algum estudo que traga explicações para esse fato incomum que ocorreu nesta época ?
    Francielcio Silva da Costa. Universidade Estadual do Piauí-UESPI.

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    1. Bom dia, Francielcio. Sobre a Enchente de 1985, encontrei rico material no sítio da Secretaria de Planejamento da Prefeitura Municipal de Teresina. O projeto Geotécnico do programas Lagoas do Norte. Os estudos apresentados não eram especificamente sobre a enchente de 1985, porém as imagens da época, os índices pluviométricos desse época foram apresentados em tabelas, gráficos sobre os níveis máximos d'água atingidos pelos rios Poti e Parnaíba. Segue abaixo:

      TERESINA. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal de Planejamento. BRANDT, José Roberto Thedim, PhD. Programa Lagoas do Norte. Avaliação do Projeto Geotécnico – BOARD DE 2006. Disponível em . Acesso em: 01-05-2018.
      __________________. Secretaria Municipal de Planejamento. Estudos de Avaliação das condições de estabilidade e segurança do dique dos rios Poti e Parnaíba. 2º Painel de Avaliação do Banco Mundial – Aspectos Hidrológicos e Hidráulicos. Disponível em . Acesso em: 01-05-2018.

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  7. Boa Noite.
    Um fator que contribui para esse caos que o texto coloca é que o processo de urbanização descontrolado que vinha ocorrendo na capital Teresina, veio a acentuar ainda mais essa situação calamitosa e difícil por qual passou esta população.
    Francielcio Silva da Costa. Universidade Estadual do Piauí-UESPI.

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    1. Boa noite, obrigada pela sua participação ativa no debate sobre esta pesquisa. É muito bom ter despertado o interesse pelo estudo das tragédias urbanas, que são provocadas muitas vezes pela ação humana, na responsabilidade do poder público e também das forças da natureza. Há ainda muitas lacunas na historiografia piauiense acerca do estudo das cidades e nós pesquisadores podemos fazer muitas descobertas. Muito obrigada!

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  8. Parabéns pelo trabalho, achei interessante a sua pesquisa e a forma a qual desenvolve a mesma. O uso de jornais como fonte foi bem legal, pois trás uma veracidade maior fazendo com que seu trabalho ficasse ainda mais interessante. Parabéns

    Aline da Silva Moraes - UFMA

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    1. Boa noite, Aline da Silva Moraes. Agradeço muito pela leitura e reconhecimento desta pesquisa. O uso de jornais como fonte foi essencial para o desenvolvimento desta pesquisa e, também, serviu como um guia para conseguir elaborar as perguntas que utilizei na metodologia da história oral. As fontes hemerográficas também prescindem de muita perícia quando são utilizadas para as pesquisas históricas. Sugiro a leitura e estudo da referência: LUCA, Tânia Regina de. Fontes impressas: História dos, nos e por meio dos periódicos. In: PINSKY, C. B.(Org.). Fontes Históricas. 2 ed. – São Paulo: Contexto, 2006. Muito obrigada! Att, Isabela Thamirys Silva Amaral ( UESPI)

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