Ruan David Santos Almeida
Graduando do
curso de história na Universidade Estadual do Maranhão-UEMA, no Centro de
Estudos Superiores de Caxias-CESC.
Alcebíades Costa Filho
Possui
graduação em História pela Universidade Federal do Piauí (1982) e Mestrado em
Educação pela mesma universidade (2000), Doutorado em História pela
Universidade Federal Fluminense (2010). Professor Adjunto, nível II, da
Universidade Estadual do Piauí e Universidade Estadual do Maranhão. Tem
experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil, atuando
principalmente nos seguintes temas: Piauí, cultura, historiografia, educação.
Introdução
O processo
de utilização das matérias primas do meio ambiente no Brasil já vem sendo
realizado há muito tempo, haja vista que desde o período de ocupação da América
portuguesa da localidade se tinha um objetivo claro em mente, conseguir retirar
o máximo de riquezas possíveis para posteriormente ser utilizado através da
exportação. Todavia como o único meio inicial de exploração dessa localidade
foi através da extração do pau-brasil, já fica possível perceber que a natureza
terá um caráter valioso para o colonizador europeu de maneira inicial e consequentemente
no decorrer do tempo.
Contudo, o
objetivo desta analise aqui estabelecido se constitui em conseguir utilizar as
fontes de leis e decisões judiciais e governamentais do período imperial
agregado a obras relacionadas ao tema, para demonstrar o caráter exploratório
português nesse momento. E, por conseguinte, responder algumas questões como
quem poderá explorar? Como essa exploração será feita? São perguntas de caráter
profícuo, já que a natureza estará sempre contida na economia local e na forma
como a sociedade se estabelece em determinado território.
Serão observadas de maneira
minuciosa algumas decisões judiciais constituídas durante o inicio império
relativo ao corte de madeira e a utilização dos rios e suas águas em seus mais
diferentes fins, para fazer-se uma avaliação crítica a respeito da maneira como
a partir dos períodos iniciais o homem desenvolveu sua interação com o meio
ambiente e a forma como a ideologia do próprio vai se alterando com o passar do
tempo. E atrelado a esse contexto o pressuposto econômico inserido como pano de
fundo dentro de cada ordenamento governamental culminando na forma como a coroa
irá se utilizar desse bem natural juntamente com a população local.
Sabendo
que o domínio socioeconômico das relações sociedade-natureza, que comporta as
ferramentas de trabalho, relações de poder, modos de vida e produção são bases
para o entendimento da sociedade que está contida em determinado local. Pode-se
a partir da apreciação relativas a esses dados de cunho jurídico-administrativo
conseguir compreender o contexto de variadas interações desenvolvidas em um
mesmo lugar de uma forma diferente da convencional. Agregando suas
interpretações a visões de autores com relação ao processo como um todo.
Como
comumente as decisões jurídicas promulgadas são analisadas a partir de um viés
politico, o referido trabalho também objetiva-se em propagar a ideia de que uma
mesma fonte histórica pode ser utilizada em diferentes perspectivas, sanando
duvidas corriqueiras do meio social a partir de uma visão diferente da
convencionalmente estabelecida, e partindo desse pressuposto que a averiguação
desses fatos se torna de fundamental importância também para o aprofundamento
em uma história constituída de rupturas e continuidades.
Efervescência
capitalista na madeira brasileira
Se vamos á essência de nossa
formação, veremos que nos constituímos para fornecer: açúcar, tabaco, alguns
outros gêneros; mais tarde ouro e diamante; depois, algodão, e em seguida café,
para o comercio europeu. (Prado Júnior, 1961, p. 25-26)
A partir
dos escritos de Caio Prado Júnior (1961) pode-se inferir o conceito meramente
exportador do Brasil enquanto colônia, já que a metrópole avistava a localidade
como uma fonte de riquezas naturais, pois a própria possuía um solo fértil e
com um potencial para desenvolvimento mercantil. Diante desse seguimento
consegue-se visualizar com maior nitidez o real proposito e sentido da
colonização do território sendo desenvolvido apenas para uma linha de
raciocínio exploratória inicialmente dos recursos naturais.
Diante de
uma sociedade em constante transformação pode-se ressaltar a maneira como a
própria vai se proceder ao corte da madeira nos períodos iniciais da
constituição do império. Que dentro de uma perspectiva econômica é evidenciado
como um recurso de grande valor para a coroa, visto que possibilita um fluxo
constante no mercado exterior através da exportação.
Pode-se perceber o caráter econômico
desempenhado pela madeira brasileira no cenário europeu constituído através da
exportação. Isso a partir das atribuições e decisões jurídicas requeridas
através da decisão nº 52 de 1828 realizadas por Miguel Du Pin e Almeida que faz
parte do conselho imperial e estabelece em nome da coroa portuguesa uma nova
tomada de atitude a respeito do corte do pau-brasil:
Faço saber á Junta da Fazenda da
Província da Parahybado Norte que, sendo agora presente a Sua Magestade o
Imperador, o estado de depreciação em que se acha o páo-brazil nos mercados da
Europa, não sómente pelo uso, que se vai fazendo de outras madêiras colorantes,
mas principalmente pela irregularidade e desleixo que tem havido nas remessas
feitas por essa provincia, cujo páo-brazil, sendo, aliás, de muito boa
qualidade, chega á Europa, em tóros rachados e imperfeitos, e até avariados
pela agua do porão dos navios; e desejando o mesmo Augusto Senhor acautelar,
por meio de medidas energicas e efficazes, a ruina de um ramo importante das
rendas publicas, e de um commercio que alimenta a industria e dá util emprego a
muitos dos habitantes dessa província. (Decisão N°. 52-FAZENDA-Em 18 DE ABRIL DE
1828, p. 44-45).
Dentro da
decisão tomada pelos governantes do império demonstra duas questões de grande
valor para o entendimento da utilização desta madeira por dois vieses
econômicos e sociais, primeiramente, o recurso sendo diagnosticado como de
grande valia no mercado mesmo com a utilização do europeu de outras madeiras
tão nobres quanto à brasileira. Ligado a
isso uma eficácia buscada pela coroa direcionada a madeira dentro da estrutura
econômica revela-se o caráter precípuo da própria para uma sociedade que tem
como base de sustentação a agricultura e extrativismo.
Dentro de
uma ideologia dupla fica transparente o conceito atribuído a uma estrutura
mercantilista que tinha segundo o propósito da administração imperial o
interesse bilateral, pois segundo os argumentos estabelecidos pelo governo o
bom manuseio desse produto iria transpor um lucro não só em benefício próprio
mais também dentro de uma lógica coletiva traria a sociedade uma maior
possibilidade de conseguir se estruturar a partir de um recurso natural.
Perante o discurso regido pelos
lusitanos a respeito da extração da madeira brasileira que tinha diversas
finalidades dentro da economia desde a sua utilização como lenha até como base
nas construções locais, incluindo-a em uma movimentação comercial regional.
Porém a mais evidente se torna a utilização dentro de um mercado exportador,
haja vista que o propósito econômico destinava a utilização da própria em uma
linha de raciocínio mercantil externo.
Todavia,
como para se constituir uma exploração tem que antes conhecer a localidade,
percebe-se dentro do contexto a população local sendo fundamental para o
trabalho que estava ocorrendo, já que eram essas pessoas que a partir do
conhecimento desse ambiente iriam desenvolver as práticas de extração e isso
pode ser visto em varias províncias brasileira. Onde fica perceptível uma
restrição de acesso à região demonstrando que nem todos poderiam se utilizar
dos benefícios da terra, pois esse tipo de medida fazia com que outras nações
não tivessem conhecimento da riqueza biológica da região que assim como para varias
outras eram em grande parte era um total mistério também para a sociedade
lusitana que a utilizava nesse momento no segmento comercial.
Dentro
desses limites tem-se uma abertura a visitas de cunho cientifico que
possibilita a introdução de ideais de grande importância para o que
posteriormente será descrito por Sergio Buarque de Holanda como sendo um
“redescobrimento do território brasileiro” [1] isso
quando faz uma alusão aos novos moldes de tratamento do ambiente gerado pela
introdução de ideais novos condicionados por descrições de viajantes
científicos vindos da Europa. Diante desse contexto exploratório as análises do
ecossistema serviriam não só para um maior aproveitamento da madeira nesse
momento mais também para uma mudança de postura com relação às atitudes
desenvolvidas contra o meio biológico de maneira geral.
E mesmo
com a evidente intensificação e continuidade da exploração da terra avisa-se
também a partir do conhecimento técnico-cientifico desenvolvido com a abertura
dos portos brasileiros a nações estrangeiras algumas variações na forma de
abordar esse bem local isso no decorrer do processo de transformação do
império, gerado por conta de uma mudança na mentalidade dos portugueses que
reflete de maneira significativa no modo de desenvolvimento da exploração.
Mudanças essas designadas como de grande interesse para os mandatários
lusitanos que atribuíam a essas visitas feitas por esse novo estilo de
viajantes[2] um grau
de desenvolvimento buscado para seus propósitos:
Até fins do século XVIII, o
território brasileiro era tido como um segredo estratégico para a Coroa
Portuguesa, e esta mantinha restrito os assuntos relativos ao Brasil e às suas
riquezas naturais justamente para não suscitar o interesse de outras nações. A
partir de 1808, com a vinda da Família Real Portuguesa e a Abertura dos Portos
às Nações Amigas, que estabelecia o livre acesso ao Brasil, (SOUZA, 2011, p.7).
Desta
maneira, na transição do século XVIII para o XIX, fica possível perceber no
contexto exploratório do bioma brasileiro uma grande mudança ideológica
ocorrendo, de modo que, nesse sentido uma exploração calculada será requerida
consequentemente, já que como se tem nesse ambiente a constituição de saberes
direcionadas a fauna e a flora emergindo a partir da introdução dos novos
viajantes acarreta em uma postura diversa das de outrora estabelecida. Contudo
nesses limites fica constatada toda uma regulamentação gerindo os limites
possíveis para a extração desses recursos como forma de manutenção dos
interesses portugueses com relação ao território brasileiro.
Assim, com
uma extração da madeira constante averígua-se uma mudança no contexto social,
pois como o “meio ambiente evidencia a história de um povo” e na formação
social brasileira fica nítida essa argumentação. Visto que grande parte das
localidades provinciais irão se desenvolver a partir do que o meio biofísico os
possibilita. E nessa estrutura tem-se um processo de ressignificação ocorrendo
e constituindo questões importantes para o âmbito social e econômico do país em
meados da segunda metade do século XIX ocasionando proporcionalmente medidas
constituintes diferentes as de outrora como fica descrito por Francisco Silva
(2011):
A luta pela existência com a
exploração até a exaustão dos recursos naturais apontaria para um futuro de
permanente escassez. O quadro esboçado, sempre tendo como base uma expansão
ilimitada da base demográfica, ameaçaria o equilíbrio existente até então e
aconselharia a abstenção de qualquer intervenção contrária ao funcionamento das
leis da natureza. Dever-se-ia evitar um crescimento demográfico incontrolável
baseado em medidas sociais de proteção que, contrariando a natureza, levaria à
total dilapidação dos recursos planetários. (SILVA, 2011, p.195).
Com a mudança ideológica consegue-se
constatar de maneira prática uma maior preocupação com relação aos recursos
ambientais esse conceito tem uma grande influência no território brasileiro
gerido durante muito tempo por padrões consumistas em grande escala que passa
nesse momento a ter uma remodelagem na maneira que ocorria a utilização da
madeira nacional.
Essa reconstituição do olhar com
relação ao meio ecológico acaba por ser constatado no requerimento judicial
feito pela marinha brasileira através de carta em 19 de janeiro de 1833 em nome
do imperador, que manda observar as disposições a respeito da conservação das
matas e florestas públicas, proibindo o uso de particulares:
E Exm. Sr.-Competindo aos Juizes de
paz, segundo determina a Carta de Lei de 15 de Outubro de 1827, vigiar sobre a
conservação das matas, e florestas publicas, onde as houver, e obstar nas
particulares ao corte das madeiras reservadas por lei ;Manda a Regencia, em
Nome do Imperador, que V. Ex. haja de declarar aos dessa Província, quaes sejam
taes madeiras recommendando-lhes muito o exacto cumprimento daquella obrigação,
que lhes impõe a lei, e fazendo-lhes ao mesmo tempo ver que da destruição das
matas e madeiras de construcção, resultará para o futuro grave, e
irreparavel prejuizo para a nossa
marinha militar. Deus grande a v. Ex.- palacio do Rio de Janeiro, em 19 de
janeiro de 1833. Joaquim José Rodriguez Torres. –Sr presidente da provincia... (Decisão
N° 17 da marinha- em 19 de janeiro de 1833)
Uma
racionalização requerida pela apropriação desmedida do ambiente ocasionará uma
serie de reflexões não só na utilização da madeira em seus mais diferentes fins
mais também em outras áreas como a agricultura e pecuária que nesse segmento de
extração e da utilização da lavoura são constituintes como duas atividades
complementares e estruturais no cenário brasileiro. São novos olhares sendo
desferidos contra esse contexto que possibilitam uma mudança na fomentação do
bioma local, consequentemente diferentes atitudes com relação à manutenção do
próprio.
E esses ideais consumistas não se
restringem somente as matas e está intrinsicamente ligado aos diversos
segmentos de funcionalidade dos rios que são de grande valia para demonstração
da fugaz sede expansionista comercial e que passa por uma remodelagem no
formato de sua utilização.
Os rios
enquanto canais de desenvolvimento
Dentro da
história ambiental brasileira fica nítida a grande influência dos rios como
forma de desenvolvimento de muitas localidades, visto que a sua apropriação e
utilização acarretará em práticas de diversas atividades tanto de cunho
econômico quanto social, gerando uma constante movimentação de pessoas por seus
afluentes e um fluxo comercial produzido pela intensificação da utilização
deste recurso.
Primeiramente
fica possível visualizar dentro do contexto social a forte relação entre
pessoas e os rios através da constante transição das próprias no âmbito
nacional pelos afluentes hídricos, pois um dos meios mais eficazes de
circulação de pessoas era desenvolvido através dos rios como descreve SOUSA
(2013, p.117) “Os rios eram comumente vistos como caminhos que andam”, uma
vez que durante a parte inicial do período as estradas ainda caminhavam para um
desenvolvimento. Nesse sentido averígua-se que dentro dos limites nacionais o
meio mais viável para o deslocamento interno estava sendo regido sob as águas
dos rios e mares através da navegação.
Nesse
mesmo seguimento prossegue argumentando SOUSA (2013) a respeito das reais
finalidades dessa “via natural” de grande influência nos propósitos
expansionistas requeridos pela coroa:
A abertura de estradas, mais custosa
e exigente em termos de técnicas, era certamente menos interessante aos
organizadores do Império do Brasil do que a navegação. De um lado, parecia mais
racional utilizar as “naturais vias de comunicação” representadas pelos corpos
hídricos fluviais e marítimos a embrenhar-se por caminhos desconhecidos. De
outro, há um aumento considerável da capacidade de carga no transporte feito
por água, se comparados ao terrestre, e na relação custo-benefício. Não é
demais lembrar que estamos diante de homens guiados por uma mentalidade
pragmática e utilitarista, e que historicamente o transporte terrestre é visto
como ineficaz. (SOUSA, 2013, p.118).
Agregado
aos ideais lusitanos constata-se uma finalidade importante para a utilização
das águas naturais serem realizada em grande escala, haja vista que esse
transporte pode ser entendido como o meio mais viável nesse momento, porque
conseguia comportar uma maior quantidade de carga e poderia ser movido pela
força natural hídrica que não requeria um custo alto em contraste com o
transporte terrestre que requeria um recurso financeiro maior para a sua construção
e manutenção. Desta maneira justificando nesse momento a permanência durante
parte do período a movimentação através do viés marítimo mesmo sendo um
transporte mais lento.
No
entanto, fica possível observar que pelo fato do território brasileiro ser de
grande diversidade de biomas alguns lugares não terão nesses rios atributos tão
forte para um transporte, já que em algumas localidades as vias hídricas não
possibilitavam desenvolvimento de tal atividade, isso fica evidenciado a partir
da retratação de Friedrich Von Weech (2017, p.83) ”a província do Rio de
Janeiro è rica em rios com água de boa qualidade, os quais, devido ao declive
acentuado, são pouco picosos e navegavéis somente até uma pequena distância de
sua foz”, A partir do relato do viajante Europeu contempla-se a grande
pluralidade ambiental brasileira que apresenta dentro de cada um dos seus
limites questões próprias e particulares, evidenciando que a forma de gerir um
ambiente não era homogênea em todo território nacional, já que dependendo da
província se poderia ou não desenvolver determinada atividade.
Atrelado
às atribuições da coroa com relação à navegação permeia-se um intrínseco
caráter economicista norteador, haja vista que se tem uma restrição sobre quem
poderia utilizar essa via marítima são medidas e atribuições desenvolvidas pela
coroa como forma de conter a transição de pessoas dentro desses limites e dessa
forma ter um controle social atrelado ao uso dos canais marítimos.
Essa
estratégia de reclusão pode ser constatada no decreto de primeiro de fevereiro
de 1834 que garante um privilegio a navegação de barcos a vapor nos rios e
bahias das províncias do Pará e Maranhão por dez anos devido às vantagens da
economia, agricultura e indústria encontradas nessa localidade, entretanto o direito
seria concedido sob as seguintes normativas:
1°. A sociedade fará transportar
gratuitamente as pessoas que em serviço
Publico se destinarem a qualquer ponto da navegação dos referidos barcos bem
como os generos da Nação não excedendo o seu peso a 25 arrobas em cada viagem.
2°. A sociedade será organizada até
um anno contado dessa data e dentro do seguinte realizarà a navegação dos
barcos de vapor, sob pena do perdimcnto do privilegio. Igualmente incorrerá na
multa de 4-: 000$000, que fará logo recolher a qualquer das Thesourarias das
mencionadas provincias, caso não verifique a dita navegação no prazo indicado,
sem que isso possa allegar menor duvida em seu juízo ou fora dele.
3°. A sociedade ficará sujeita às
leis e regulamentos administrativos e policiaes, e ao pagamento dos direitos
que se achem estabelecidos, ou ouverem de estabelecer-se sobre os objectos de
sua empreza.
Palacio do Rio de Janeiro em 1° de
fevereiro de 1834. (ato do poder executivo de 1 de fevereiro de 1834).
Desta
forma o recurso pode ser entendido como uma forma de controle tanto do ambiente
biofísico quanto da sociedade que ficava refém das jurisdições designadas a
cada província.
Considerações
Finais
No
decorrer da pesquisa foi buscado identificar e analisar o papel atribuído e
ocupado pela natureza em diversas dimensões da vida humana durante o período do
império, foi averiguado nesse seguimento, mudanças ideológicas, isso com
relação ao modo de se apropriar do ambiente, retratando com maior ênfase os
atributos direcionados as rios como visto nesse momento como “sinônimo de
desenvolvimento”, observando o papel desempenhado pelas vias fluviais que tinha
diversas finalidades no meio social. Nesse seguimento ficou retratado como o
corte da madeira brasileira irá se constituindo e remanejado no decorrer do
tempo, agregado ao modo como as autoridades provinciais irão articular os meios
de extração aos moldes requeridos posteriormente.
Sendo
assim, foram esclarecidos dois pontos de fundamentais importâncias para o
entendimento a respeito das transformações ocorridas durante o período
imperial, e a forma como o conceito de “exploração racional” irá impactar as
atitudes que anteriormente eram desenvolvidas, que se utiliza tanto da madeira,
quanto das águas para uma acumulação desmedida de bens.
Referências
Coleção de
leis e decisões judiciais do império. disponível
em https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio
acessado: 20/06/2019.
HOLANDA,
Sérgio Buarque de. A herança colonial, sua desagregação. In: (org.) História
Geral da Civilização Brasileira, tomo II, 1° volume. São Paulo: Difel,
1975.
PRADO
JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil
Contemporâneo. 6 ed. São Paulo: Brasiliense, 1961.
SILVA,
F.C.T. História das paisagens (193-206) IN: CARDOSO, Ciro Flamarion; VAIFAS,
Ronaldo. (orgs.). Domínios da
história. 2 ed. Rio de janeiro: elsevier. 2011.
SOUSA,
Fabíula Sevilha de. Temas e Métodos para uma História Ambiental do Brasil
Império. Anais do XXVI Simpósio
Nacional de História – ANPUH, São Paulo, 2011.
SOUSA,
Fabíula Sevilha de. RIOS
E TERRAS: história ambiental de Goiás
(1822-1850). 2013. São Paulo: ASSIS. 52f. Dissertação (mestrado em
história) - Universidade Estadual Paulista-UNESP, São Paulo, 2013.
VON
WEECH, Friedrich. A agricultura, o comércio e o sistema de colonização no
Brasil. Débora Bendocchi, João Klug, Marcos Antônio (org). Oikos; Unisinos:
São Leopoldo, 2017.
[1] Sergio
Buarque de Holanda destaca o “redescobrimento do Brasil” como sendo o momento
em que vai haver novos direcionamentos para a utilização do meio ambiente,
conduzido por conhecimentos propagados pelos viajantes de caráter científico.
[2] Foi ao longo do Oitocentos, como
parte da política do Reformismo Ilustrado Luso-brasileiro que vinha sendo
articulada desde fins do século anterior, que o território brasileiro foi
aberto à inúmeros viajantes para reconhecimento e exploração científica.
(SOUSA, 2013, P.40).
Parabéns pelo artigo Ruan, ele é realmente muito bom. As discussões nele propostas me levam a pergunta: pode-se notar em algum período da história colonial alguma medida para racionalizar a exploração da madeira no Brasil, a fim de garantir a continuidade da mesma por longo tempo?
ResponderExcluirAllef Gustavo Silva dos Santos
Universidade estadual do Maranhão
61348763302
Muito obrigado Allef Gustavo. Dentro de minhas pesquisas percebi que o período colonial será marcado por uma utilização desmedida da madeira brasileira, já que essa "racionalização" com relação aos recursos naturais não é avistada. No entanto, será percebido medidas diferentes sendo desempenhadas pelo estado nacional durante o período imperial.
ExcluirRuan David Santos Almeida acadêmico do CESC-UEMA.
Um trabalho de excelência muito bem organizado e estruturado com boas referências se utilizando de argumentos relevantes para discursar sobre o conteúdo apresentado colocar em fase uma nova temática a ser estudada e pesquisada Parabéns um ótimo trabalho
ResponderExcluirMatheus Wilson Silva dos Santos Universidade Estadual do Maranhão _ UEMA-CESC
61496994396
Muito obrigado pelos elogios no tocante ao artigo meu amigo Mateus Wilson.
ExcluirRuan David Santos Almeida acadêmico do CESC-UEMA.
Olá Ruan em nome do evento gostaria de de agradecer a sua participação no primeiro simpósio de história e historiografia em especial a sua participação e colaboração no nosso simpósio temático. gostei muito do seu exercício de escrita e de sua pesquisa muito relevante para a compreensão de uma lacuna historiográfica que ainda existe sobre a exploração econômica nessa transição do Brasil colônia para o Brasil império. fico ainda mais feliz por você ainda está na graduação isso mostra uma maturidade intelectual e de pesquisa bastante interessante. confesso que não tenho muito acrescentar nas discussões que você propõe apenas indico que amplie sempre o cabedal teórico e metodológico para futuras pesquisas.
ResponderExcluirvolto a agradecer a participação e a colaboração no nosso simpósio temático.
Fico extremamente feliz com suas palavras, obrigado pelo reconhecimento com relação a pesquisa. E gostaria de agradecer também a oportunidade que o evento proporcionou não só a mim e sim a todos os participantes.
ExcluirObrigado a todos da organização!!
Ass. Ruan David Santos Almeida acadêmico do CESC-UEMA.