CIDADES DO SERTÃO MARANHENSE NO SÉCULO XIX: ANÁLISES DO SERTÃO A PARTIR DE TRÊS CIDADES: PASTOS BONS E GRAJAÚ
Allef
Gustavo Silva dos Santos
Acadêmico de
licenciatura plena em História na Universidade
Estadual do Maranhão/UEMA - Campus Caxias/MA
Matheus Wilson
Silva dos Santos
Acadêmico de licenciatura plena em História na
Universidade
Estadual do
Maranhão/UEMA - Campus Caxias/MA (coautor)
Resumo:
O
começo do entrelace de palavras e argumentos sobre a temática do artigo se fará
pela significação histórica destes espaços distintos mais complementares que é
a cidade e o sertão, e isto será necessário até mesmo para situar o leitor no
contexto, espaço e tempo do qual o presente trabalho se debruça, e as
definições que os circundam. Neste sentido Raquel Ronik em seu livro “O que é
cidade” nos mostrará a relação da cidade com o contexto histórico, as
diferenças entram as cidades, e a cidade como fonte de estudo e pesquisa. Para
os serões não se busca autores muito longe a fim de que descrevam o sertão
local, os próprios da terra fornecem descrições importantíssimas dos sertões
maranhense, por isso a obra de Carlota Carvalho “O Sertão” teorizará os aspectos
do sertão, em especial o do maranhão, e Francisco de Paula Ribeiro que além de
descrever os sertões de pastos bons descreve a própria cidade, economia e rios
que o cortam.
Palavras-chave:
Maranhão.
Sertão. Cidade. Rios. Economia.
Introdução
O
presente trabalho versa sobre a importância da historiografia sertaneja para o
entendimento do povoamento do centro maranhense, práticas econômicas e formação
das cidades no século XIX, no entanto isto se fará ao inverso no artigo,
trazendo um recorte espacial das cidades. Sim as cidades importantes núcleos
estruturados de povoamento[1],
de produção, de cultura, etc. Mas falar de todas as cidades do maranhão que
pertencem a este bioma seria por demais custoso, num tempo muito curto para a
elaboração deste trabalho, por isso as cidades de Caxias, Pastos Bons, e
Grajaú, dado a literatura rica sobre elas[2] em
particular, compõem os objetos de pesquisa.
É
através da cidade que se procura entender o desenvolvimento desta região do
Maranhão, sua contribuição para a província como um todo, e a dinâmica de cada
uma delas em particular, buscando no livro de José D’ Assunção Barros a
contribuição necessária para o trabalho com essa subdivisão da história. Do
outro lado o sertão maranhense, particular e caracterizado como sendo de “águas
e de letras” (KARDEC, 2014, p.35-520).
O Sertão Maranhense
Quase insensível no começo, a
divisória das águas do Balsas e do Tocantins saliente-se muito em sua
continuidade para o norte. Essa divisão das águas do Tocantins termina na
nascente do rio Farinha. Desta por diante, a lombada, já muito saliente, dobra
para nordeste e segue separando as águas do Balsas das do rio Mearin e depois
as nascentes do Itapecuru das de tributários do Balsas. (CARVALHO, 2011, p.91).
O sertão maranhense é
um sertão diferente dos demais sertões baianos, pernambucano, cearense,
paraibano ou piauiense. É nascente de rios os principais, como o rio Balsas,
Tocantins, Grajaú e Itapecuru. Talvez esteja aqui as principais características
diferenciadoras deste sertão singular do qual se retrata nestas linhas escritas
a partir de um clássico da literatura historiográfica e geográfica do Maranhão.
Este sertão era
desconhecido da capital São Luís e da própria coroa. A partir dos
empreendimentos a este “centro longínquo” como sempre foi retratado o sertão,
descobre-se povoações de colonos vindos dos sertões baianos no que se chamou
pela escritora Maria do Socorro Coelho Cabral “Caminhos do Gado”, remetendo que
a conquista deste sertão se dá através do gado. E fornecendo descrições
formidáveis a respeito do sertão de Pastos Bons Francisco de Paula ribeiro
contribui para a escrita da história do centro-sul maranhense, elencando que
esta terra banhada por rios em abundancia e pastos extraordinários favorecia a
criação de gado e consequentemente o estabelecimento de núcleos de povoamento
através das fazendas. Cabe entender, porém que o desbravamento do sertão
maranhense apesar de ser uma conquista feita pelos caminhos do gado através do
semiárido sertanejo, é também uma conquista do litoral em relação a centro, o
que a própria expedição de Paula ribeiro e outros oficiais da coroa endossam
nesta análise.
Ao sair da capital São
Luís, Francisco de Paula ribeiro nos da a entender que só existia na capitania
do maranhão uma cidade, a metrópole da qual ele partia em direção ao sul
“embarquei no porto da cidade do maranhão, metrópole desta capitania”, cabendo
assim a análise de quê ainda em condição de capitania o seu interior não tinha “cidades” bem estruturadas, mas
vilas ou freguesias, e que estas cidades do sertão maranhense se estruturam
através de fazendas de gado, da agricultura ou das próprias freguesias que ali
se estabelecem. Este seria, entretanto o panorama do sertão maranhense:
localizado no centro-sul da então capitania, local de nascente dos principais
rios e seus afluentes, diferente do semiárido sertanejo baiano e outros, e
região de favorável desenvolvimento citadino a partir de empreendimentos
econômicos na área da agricultura e criação de gado.
Pastos Bons
Quando falamos ou
citamos a formação das cidades dos sertões, não podemos deixar de lado a
influencias dos rios e riachos dessas localidades, pois foram de grande
importância para a criação e formação das mesmas, assim como podemos citar as cidades
de “Pastos Bons” e “Grajaú” que por conta dos seus respectivos rios foram
fundadas e desenvolvidas tanto na questão econômica quanto na intelectual,
colocando em perceptivas as ideias e visões que são criados a respeito da
população do local de fala de cada uma dessas cidades, mostrando que essas
cidades não foram meros pontos comerciais mais também lugares de grande debates
de intelectuais, banalizando a ideia de
que as cidades do sertão, são lugares de
ladrões e gente inculta, quebrando e assim mostrado a visão de um novo sertão.
Afirmando na fala de Carlota Carvalho:
Na capital do Maranhão era o
partido bem-te-vi que possuía maior número de intelectuais curtos, literatos, jornalistas,
escritores. Irradiava na província de
superioridade e eram bem-te-vis os que liam jornais e eram influenciados por
sua literatura. Por toda a província, era o partido bem-te-vi o que reunia e
seu grêmios os homens mais instruídos [...], tinha o gosto das Letras possuíam
muitos livros não para ornamento da sala, mas para os livros instruísse e
discutir assuntos literários históricos. (CARVALHO, p. 189-190).
As assertivas a
respeito as destas praticas, de colonização de exploração, foi de grande
relevância para a formação das “vilas” e posteriormente das cidades, essas
explorações suscitaram nos reconhecimentos e catalogação dos rios e lugares
para o cultivo de produtos e na procura de produtos nativos da área para a
exportação do império. Entrando neste pensamento “Serra 1894” nos coloca a
perspectiva econômica e de como os rios irão ser de grande importância para
este enriquecimento das “vilas” levando em conta que a colônia portuguesa nesse
aspecto era apenas de exportação:
O governador desejava que fossem
conhecidas “a direção e a capacidade do rio, a sua diversidade de braços [...],
os rios com que se comunica”, a “qualidade dos terrenos, as povoações que se
descobrirem e todos os vestígios notáveis de antigos povoações ou caminhos”, a
“imensa variedade dos preciosos produtos nas classes dos três reinos da
natureza”, bem como “mostras de todas estas descobertas para serem examinadas (RIBEIRO,
2007, p. 60).
A importância dos rios
não vem apenas no fator econômico, mas também em questões de desbravamento e de
procura por novos produtos para serem comercializados além de ser uma grande
rota para os comerciantes de escravos indígenas, tanto em relação a exportação
e importação, levando nessas questões podemos dizer que os rios tiveram grande
importância e relevância dessa colonização até o império, por conta dessas rios
as cidades eram fundadas aos redores, para que pudessem fazer o abastecimento de água na questão de
irrigação das plantações que eram feitas para o comércio e para o consumo
próprio dos fazendeiros e “Vilas” que estavam próximas:
Constitui-se de largos chapadões
de terreno mais ou menos unido e plano; e a vegetação, ao contrário das densas
matas que bordam boa parte do litoral e revestem outras áreas do território da
colônia, é formada de uma associação florística que, sem ser rasteira, é
bastante rala para oferecer passagem natural franca, dispensando para a
instalação do homem quaisquer trabalhos preliminares de desbravamento ou
preparo do terreno (PRADO Jr, op. cit., p. 62).
Tendo foco direto na
vila e posteriormente a cidade de Pastos Bons podemos ter uma visão dos motivos
da sua fundação, e entender como isso influenciou diretamente a formação de um
comércio ligado à pecuária na região do Maranhão. Após fazer a delimitação das
Fronteiras entre as capitanias Francisco de Paula Ribeiro delimitou o que hoje
é conhecido como a cidade de Pastos Bons colocando em perspectiva toda as suas
fronteiras, rios, vegetação, e elencando todas as características de sua
Geografia. Assim como afirma em sua fala:
Chama-se vestido ou frequência de
parte bom todo aquele terreno que desde as fazendas de riacho Serra na
extremidade do Sul dos limites de Caxias cortando na beira do rio Paraíba na
povoação das queimadas a Barra do Riacho de corrente do Rio Itapecuru se estende
por entre o mesmo Rio Paraíba e o Tocantins até às margens do rio Manoel Alves
grande como fica relatado limitando-se por entre as Cabeceiras dos ditos
paraíbas Emanuel Alves grande como a serra chamada do Piauí e como a capitania
de este nome por uma parte das margens daquele Rio assim como se limita com a
capitania de Goiás pelas margens de um parte também das do até defronte do voz
do Rio Araguaia (RIBEIRO, p.146).
A fundação da Vila de Pastos Bons teve como vertente tanto a criação de gado,
vacas e novilhas, que era apropriado por conta do seu terreno plano e da sua
vegetação rasa que serviria de alimento para o gado, “os seus Campos nutridores, o seu ar cômodo, preciosas águas, grande
fertilidade seguida ao mais pequeno cultivo e a sua nunca interrompida verdura,
são circunstâncias que fazem com que este país seja mais abundante e delicioso” segundo (Ribeiro
p. 147), outra perspectiva que foi colocada, os rios com que “se comunica” segundo (Ribeiro p. 60) é a questão
de envio e recebimento de mensagens proveniente de outras Capitanias ou até
mesmo decretos e mensagens do império, que coloca em vertente a rapidez da
navegação pelos rios, o que diminuiria o tempo de recebimento das mensagens, até
o nome que foi instituído Pastos Bons tem como vertente a questão do seu longo
e plano terreno com a vegetação rasteira. Assim como suscita nos escritos de
Francisco de Paula Ribeiro que diz: a “natureza de uns e de outros terrenos, excessivamente pródiga na sua
vegetação, é que talvez adquiriu para todos este distrito o nome de Pastos Bons”
(Ribeiro p. 147).
Inicialmente a economia
de Pastos Bons se baseava em duas vertentes, agricultura de subsistência que
consistia para alimentação dos fazendeiros que ali estavam formando seus
engenhos e fazendas e a segunda é a criação e reprodução do Gado, por conta dos
grandes terrenos de Pastos Bons ainda não tinham sido completamente povoado, pois
ainda estava no processo de povoamento dessa recente localidade que a traía
muito os fazendeiros criadores de gado, pois com os enormes pastos e a vasta
quantidade de território era um local propício para a criação do Gado além de
que facilitava o plantio de produtos para a exportação:
Porém, contudo não lhe é ainda
proporcionada a sua população nesta parte habitada, tanto porque repartidos os
seus campos em fazenda de gado com três e três Léguas entre si, e não admitindo
cada uma delas mais do que as poucas pessoas necessárias ao seu fabrico, e
muito diminuto número que por este lado importa no total de habitantes, como
porque, desprezada a cultura dos matos por falta de cômodo extração e
exportação comercial dos gêneros que podem lavrar, não tendo ocupação
lucrativa, além do particular sustento da vida. (RIBEIRO, p.148).
Com base nos relatórios
de viajem deixados por Francisco de
Paulo Ribeiro, podemos ter a percepção de como eram estruturadas as rotas
fluviais que era usada para o comercio entre as capitanias, abordando assim os
rios que eram mais utilizados para esses propósitos, de comercialização e de
comunicação, levando em questão a viajem de reconhecimento Francisco de Paulo
Ribeiro, que dourou exatos 91 dias, onde
ele saiu do porto de do Maranhão, na baia de são João, até chegar no seu destino
que era são Pedro de Alcântara, de acordo os seus relatos navegou pelos rios Tocantins
e Itapecuru até chegar na localidade:
Durante todo o percurso
registrava as condições geográficas do território suas ocupações condições e
modo de vida dos habitantes colonos e indígenas e alinhava as potencialidades
da região a cada dia anotava distância e local percorrido especificando
localização e aspectos do território rios que a serra morros fazendas e
povoações que ficaram por ter aumente registrados em seu roteiro. (Ribeiro,
p.61).
Todo esse trabalho
tinha como prioridade o mapeamento e posteriormente a confecção de mapas para a
navegação, e assim se utilizando das rotas para o transporte de cargas para as
capitanias ou até mesmo, o envio desses produtos para o exterior, sendo que a
fundação de Pastos Bons estava alicerçada pelo grande território e a sua
vegetação rasteira, como isso esse
localidade tinhas os pré-requisitos para a pratica da pecuária, em um primeiro
momento a criação de gado não foi tão produtiva, por conta dos poucos
fazendeiro que estavam se apropriando das terras e os espaços em larga escala
dificultava a criação, e a falta de mão
de obra era outro motivo para essa má produção, mas esses problemas foram
resolvidos com a povoação do território, dando assim os meios para o
desenvolvimento dessa prática e também para a agricultura.
Há homens que, instalados somente
do seu espírito patriótico (o que é muito raro), entram em planos e se arrojam
a descobertas que, se elas se utilizassem, dariam um grande nome aos Estados,
mas sucede infelizmente que, quase sempre abandonados, as suas forças débeis
por isso não podem chegar à meta sublime e física a que suas vantajosas ideias
se propõem, ficando por isso sendo, como se o não fossem, tão generosos
esforços [...] [3].
Grajaú
As comodidades e
vantagens do rio do Grajaú só começaram a fazer parte muito tempo depois da
colonização das margens dos rios do sertão maranhense, assim como podemos ver
na fala de Alan Kardec, “não obstante
isso, o rio do Grajaú só começou a fazer parte do mundo dos colonos portugueses
estabelecidos no sul do maranhense a partir de 1811.” Assim podemos ver a influência que esse rio
deve para a fundação da “vila” do rio do Grajaú, sua fundação está diretamente
ligada a primeira viagem fluvial do navegador Alferes[4]
Antônio Francisco dos Reis que, com outras pessoas de sua família e moradores
da alta ribeira do Grajaú, desceu rio abaixo em 11 de março de 1811, em
pequenos barcos fabricados com essa finalidade, para que permanentemente, fosse
explorada a navegação e povoada da região:
[...] as várias bandeiras que
partiram de Pastos Bons em busca de novas terras para estabelecer mento de
novas fazendas de gado uma do Alferes António José Francisco dos Reis após
percorrer o rio desta sua Nascente fixou em sua margem direita há
aproximadamente duzentas Léguas da sede do distrito de Pastos Bons. (Alan
Kardec, p.135).
A “vila” do rio do
Grajaú que se trona cidade posteriormente, e que podemos cita como um grande
centro comercial e também um núcleo de intelectuais é Grajaú, Assim nós e
colocada a ideia de um sertão de intelectuais, homes cultos que foram habita a
localidade para inicia uma jornada na pecuária ou na agricultura, e uma dessa
lugares que nos coloca são a famosas “rotas de amigos” como afirma Carlota
Carvalho na sua obra “sertões”.
Nessa roda de amigos palestras
tinha assunto hauridos em livros e havia disputa sobre o mérito dos escritores
lindos e sobre as teses, teorias e fatos pelos autores expendidos estabeleceu
assim um hábito, um costume e um meio de ilustrar os homens que se habituou a
ler, não vivia sem o livro e sem o jornal em vez da vida alheia terá assuntos
diversos para conversar e falar acerca de economia e Indústria geografia fatos
históricos Geologia e descobertas do Espírito humano (Carvalho, p. 190).
Fundaram, à margem
leste desse rio, a povoação onde foram construídas residências, depósitos de
sal e gêneros alimentícios com vistas a abastecer os moradores ali residentes e
de outras ribeiras vizinhas, chegando aproximadamente a quarenta o número de
pessoas que se propuseram a habitar o porto, por essa visão assim como “Pastos
Bons”, “Grajaú” também teve sua dificuldade para a sua habitação a dificuldade
se manda ou encontra moradores que de alguma forma dessem retorno lucrativo
para as capitanias, em vertente de exportação por conta do porto, quanto de
importação.
Outra ponto que
dificultou a fundação desta Vila do Rio do Grajaú foram os escritos do escrivão
Sarmento que afirmava o quê nas margens do rio não havia terras férteis para
que pudessem ser feito o plantio de produtos para a exportação e por conta da
infertilidade da terra também teria dificuldades na criação e reprodução do
Gado que era a prioridade dos fazendeiros que ali buscavam local para esta
prática:
O escreva sarmento desaconselhou
a criação de uma vila no Rio Grajaú. alegação de não ter encontrado terrenos
férteis nas suas margens contradiz as informações contestada sm documentos
encontrados e consultados que datam do século XIX. (Alan Kardec, p.134).
A ideia é essa quebrada
com a fundação da Fazenda de chapadas pelo Alferes Antônio José Francisco dos
Reis que ali fundou a sua fazenda com alguns familiares e também com amigos
empreendendo viagem de exportação procurando saber até onde chegava aquele rio,
tendo assim o primeiro modo econômico e o início de seu comercio no seu porto,
o modo econômico de Grajaú em um primeiro momento é diretamente ligado à
criação de gado a pecuária e a agricultura realmente com “relatos de Marques, os franceses no tempo de
seu domínio exploraram esses Rios até suas cachoeiras onde descobriram minas de
lápis-lazúli Salitre, sal-gema e etc. chamávamos Grajaúg”. (Alan Kardec,
p.137), hoje Grajaú é o segundo maior produtor de gesso do Brasil e possui Uma
das minas de cobre cuja exploração foi concedida a uma multinacional que atua
no Maranhão a mais de vinte anos com sugestivo nome de alumínio do Maranhão.
As descrições
geográficas feitas por António Francisco dos Reis catalogar tanto às margens do
rio Grajaú, Vertentes, Ribeiros, morros, matas e Campinas para que pudesse ter
um mapeamento completo do território, para quê com esses relatos pudessem ser
feita as propostas de colonização de povoamento desses lugares para uma
produção tanto no quesito na produção pecuária quanto da agrícola, mas por
conta do seu conhecimento Raso sobre geografia as menções feitas pelo Alferes
feitas em seu diário de viagem muitas vezes eram pobres de detalhes e outras
não mencionavam quase nada sobre o título do seu diário tendo assim a
perspectiva de que as suas descrições no seu relatório eram muito pobres para
uma viagem Pioneira:
[...] o documento deveria ser um
diário de viagem, como fez juzarte e tanto outros navegadores e exploradores.
no entanto, o Alferes Antônio José Francisco dos Reis, muito provavelmente em
razão de seu pouco conhecimento no vernáculo e da Geografia, fez um relatório
muito pobre para uma viagem pioneiro. embora o seu título complete margens,
Vertentes, Ribeiros, morros, matas e Campinas, seu autor não os mencione, ou os
menciona muito pouco. (Alan Kardec, p.137-138).
Com essa discussão
podemos ter a perspectiva que a fundação das vilas tanto de Pastos Bons quantos
Grajaú está alicerçada em uma questão da criação e do cultivo de gado uma
perspectiva da pecuária que muitas vezes está apagada na historiografia da
fundação das vilas que vão se estruturando em cidades ao decorrer da sua
povoação, sendo que nesses lugares também havia o cultivo agrícola sendo de
larga escala e também de pequena escala para exportação e para o consumo de
subsistência dos fazendeiros que ali viviam, além de serem lugares de uma
grande produção de conhecimento por autores literários e pesquisadores da
geografia e da história, com esse pensamento podemos colocar a produção tanto
dos relatórios de viagens descritivos diária Francisco de Paula Ribeiro e
António Francisco dos Reis quem foram os dois que catalogaram tanto a vegetação, Morros, margens e a terra sendo
uma produção intelectual visando a economia e a população desses lugares.
Conclusões
Feita as análises das
obras que ajudaram a escrita deste artigo parte-se agora para as ponderações acerca
do conteúdo aqui exposto. Começando pela desmitificação de um sertão uno,
homogêneo eternizado na literatura brasileira. A historiografia local acaba por
revisionar as perspectivas analíticas presentes nesse tipo de historiografia
ditam tradicional. Desta forma o sertão aqui compreendido não é o sertão árido
da Bahia e Pernambuco, mas o sertão de águas correntes e vegetação verdejante
do centro-sul maranhense, abordado nas obras de Carlota Carvalho, Francisco de
Paula Ribeiro e Alan Kardec. Acompanhando esta linha revisionista pautada na
historiografia regionalista buscou-se fundamentar a participação das cidades
sertanejas: Caxias, Grajaú, e Pastos Bons a sua quota de contribuição para a
economia e intelectualidade local, a partir de seus homens de letras, seu
desenvolvimento na criação de gado e plantação na grande lavoura.
Referências
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Arquitetura no Brasil. Editora nova perspectiva;
9° edição, São Paulo: 2000.
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SANTOS, Raimundo Lima dos. O sertão inventado: a percepção dos sertões
maranhenses pelo olhar de Francisco de Paula Ribeiro. Revista de História Regional 16(1):
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Acessado em: 25/05/2019.
ARRAES,
Esdras. Caminhos do gado: paisagem cultural e urbanização de
cidades do Sertão nordestino dos séculos XVII e XVIII. Colóquio
Ibero-americano. São Paulo.
[1] De acordo com as leituras dos
autores que serão trabalhados as fazendas reais e as emigrações de outros
sertanejos aram as áreas do sertão maranhense até tiveram importante
contribuição para o povoamento deste local, mas foi precisamente com as cidades
que se possibilitou o desenvolvimento econômico e posteriormente o aumento
considerável de povoados em torno destas cidades, contribuindo enormemente para
isso os rios.
[2] De Carlota Carvalho a Alan
Kardec Gomes Pachêco Filho, Francisco de Paula ribeiro a Domingos José
Gonçalves de Magalhães. Todos elencando as riquezas destas cidades, as
insurgências de que foram palco, e suas localizações geográficas
estratégicas.
[3] RIBEIRO, Francisco de Paula.
Roteiro da viagem que fez o capitão Francisco de Paula Ribeiro às fronteiras da
Capitania do Maranhão e da de Goiás no ano de 1815 em serviço de S.M.
Fidelíssima. In: FRANKLIN, Adalberto; CARVALHO, João Renôr F. de. Francisco de
Paula Ribeiro: desbravador dos sertões de Pastos Bons: a base geografia e
humana do sul do Maranhão. Imperatriz, MA: Ética, 2005, p. 83.
[4] patente
de oficial abaixo de tenente (no Brasil, a designação foi substituída pela de
segundo-tenente).
Primeiramente parabéns pelo seu trabalho que vem fazer uma revisão historiográfico desta ideia de que todas as cidade do sertão tiveram o mesmo modo de desenvolvimento. vocês traz uma analise destas cidade do sertão maranhense em forma de desconstrução deste esteriótipo que tem por traz das construção das cidade do sertões.
ResponderExcluirass: Josiel Luis Franco de Andrade Carvalho.
Allef Santos31 de julho de 2019 17:42
ExcluirExato Diego. O problema assim como o outro artigo que mandamos é que não está completo devido ás regras do simpósio. Está faltando Caxias. Mas a linha primeira desmitificar este conceito cristalizado de "sertão" para tratar agora de "sertões" dando ênfase nas localidades, contribuindo para uma historiografia regionalista. Mostrar como as cidades destas localidades se desenvolveram e o lugar de seu povo na história.
Allef Gustavo Silva dos Santos
Universidade estadual do Maranhão
61348763302
Obrigado pelas colocações. Que bom que gostou.
ExcluirMatheus Wilson Silva dos Santos Universidade Estadual do Maranhão _ UEMA-CESC
61496994396
A remoção do conceito romantizado e cristalizado do sertão cai por terra com um trabalho desses, seus elementos e peculiaridades foram examinados com excelência, não existe um sertão, mas sertões, espaços múltiplos, histórica e socialmente engendrados
ResponderExcluirDiego Silva Lima-UFPI
032.728.663-61
Allef Santos31 de julho de 2019 17:42
ExcluirExato Diego. O problema assim como o outro artigo que mandamos é que não está completo devido ás regras do simpósio. Está faltando Caxias. Mas a linha primeira desmitificar este conceito cristalizado de "sertão" para tratar agora de "sertões" dando ênfase nas localidades, contribuindo para uma historiografia regionalista. Mostrar como as cidades destas localidades se desenvolveram e o lugar de seu povo na história.
Allef Gustavo Silva dos Santos
Universidade estadual do Maranhão
61348763302
Obrigado pelas colocações. Que bom que gostou.
ExcluirMatheus Wilson Silva dos Santos Universidade Estadual do Maranhão _ UEMA-CESC
61496994396
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ResponderExcluirParabéns pela pesquisa, ela desconstrói um conceito já formado ao termo" sertão". A palavra sertão sempre foi associada a um local esquecido, o agreste, o interior, porém o sertão maranhense foi e é um lugar riquíssimo, vários pesquisadores afirmam isso, alguns citados em sua pesquisa. Alias, quando você cita Alan Kardec em seu trabalho mostrando esse sertão sendo de “águas e de letras” demonstra um sertão grandioso, tanto espacial, intelectual, social, cultural e econômico.
ResponderExcluirAtt: Roseane Lima Barbosa-UEMA (Polo Coelho Neto)
Allef Santos1 de agosto de 2019 12:44
ExcluirObrigado. De fato nossa pesquisa buscou a desconstrução deste sertão cristalizado no imaginário como seco, longínquo, inculto, reduto de bandidos. Mostramos através de argumentos que não existe um "sertão" mas os "sertões", frutíferos do ponto de vista da agricultura, da economia, e frutíferos do ponto de vista intelectual. Fiquei fascinado com a obra de Carlota Carvalho.
Allef Gustavo Silva dos Santos
Universidade estadual do Maranhão
61348763302
Obrigado pelas colocações. Que bom que gostou.
ExcluirMatheus Wilson Silva dos Santos Universidade Estadual do Maranhão _ UEMA-CESC
61496994396
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ResponderExcluirExcelente análise. Parabéns. Muito interessante como vocês conseguem desconstruir o estereótipo de um sertão homogêneo. Não era esse o objetivo do trabalho, mas vocês conseguiram perceber também, na bibliografia analisada, um perfil de sertanejo diferente daquele tradicional?
ResponderExcluir- Mayra Dayanne Nepomuceno de Lima (Universidade do Estado do Pará)
Sim, conseguimos. Aliás, para demonstrarmos um "sertão" culto tivemos que buscar argumentos contra a visão cristalizada de um local de "selvagens". Também buscamos colocar um povo profundamente agarrado ás suas tradições, e o lugar desse povo na história da formação econômica, sociais e política da região e do estado do Maranhão.
ExcluirAllef Gustavo Silva dos Santos
Universidade estadual do Maranhão
61348763302
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ExcluirMuito obrigado esse trabalho foi feito com grande empenho dos dois acadêmicos com meu companheiro já falou a gente faz um desconstrução de ser tão colocando em várias Vertentes tanto dos costumes coloniais que são deixados e a construção de um ideal de sertanejo que influencia diretamente na construção da cidade muito obrigado pelas observações
ExcluirMatheus Wilson Silva dos Santos Universidade Estadual do Maranhão _ UEMA-CESC
61496994396
Parabéns pelo trabalho, muito interessante essa desconstrução de sertão que fica claro no trabalho, essa peculiaridade existente entre os sertões. principalmente o maranhense. Muito interessante mesmo perceber o sertão maranhense com suas riquezas naturais, coisa que geralmente não é tocada ao tratar desse tema.
ResponderExcluirAline da Silva Moraes - UFMA
Obrigado pelas colocações. Que bom que gostou.
ExcluirAllef Gustavo Silva dos Santos
Universidade estadual do Maranhão
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ExcluirObrigado pelas colocações. Que bom que gostou.
ExcluirMatheus Wilson Silva dos Santos Universidade Estadual do Maranhão _ UEMA-CESC
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